Parque das Lauráceas ganha câmeras para monitoramento de grandes mamíferos

Os equipamentos foram instalados no parque como parte da rede de monitoramento do programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, uma iniciativa dos institutos paulistas Manacá e Cananéia em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT). Imagens de animais como onças e antas serão usadas para compor a base de dados do projeto.
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22/05/2024 - 11:00

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A fiscalização de espécies da fauna que habitam o Parque Estadual das Lauráceas, localizado em Adrianópolis e Tunas do Paraná, na Região Metropolitana de Curitiba, ganhou um reforço significativo nesta semana. Em comemoração ao Dia Internacional da Biodiversidade, celebrado nesta quarta-feira (22), quatro câmeras trap foram instaladas em pontos distintos da Unidade de Conservação (UC) para registrar e catalogar os mamíferos do parque, como a onça-parda e a anta, entre outros.

A ação faz parte do programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, uma iniciativa dos institutos paulistas Manacá e Cananéia em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT). A proposta busca o monitoramento de espécies nativas da região da Serra do Mar em São Paulo e no Paraná com o objetivo de fortalecer programas de conservação. O IAT, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), é quem administra as Unidades de Conservação do Paraná.

“É uma ação muito importante, que traz subsídios para as tomadas de decisão do instituto. Ter um monitoramento detalhado da ocorrência dos felinos no parque vai contribuir para tornar o Plano Estadual de Conservação de Felinos do Estado do Paraná mais efetivo, por exemplo” afirma a gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Accioly Calderari da Rosa.

Como parte do processo de monitoramento, as câmeras, que possuem uma tecnologia de detecção de movimento, irão coletar automaticamente fotos e vídeos dos animais que passarem pelo parque por 60 dias. Após esse período, os responsáveis pelo programa vão avaliar e sistematizar os registros para compor o banco de dados da ocorrência da fauna nativa, com foco nos grandes mamíferos. Com isso, conforme a conclusão do monitoramento local, os aparelhos podem migrar para outros pontos de conservação do Estado.

“Esses dados poderão ser utilizados para dar um direcionamento para estratégias de proteção focadas nesses grandes mamíferos, como alterações nos planos de manejo das UCs e até possíveis iniciativas de repopulação dessas espécies em determinadas áreas”, explica o coordenador do programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, Roberto Fusco.

PARCERIA – Para conseguir vistoriar a grande extensão de área contemplada pela iniciativa, que é de 1,7 milhão de hectares de florestas protegidas na Serra do Mar/Lagamar, a Rede de Monitoramento do programa funciona de forma multi-institucional e colaborativa, com mais de 20 membros, incluindo instituições públicas, privadas, moradores locais e gestores de Unidades de Conservação.

A colaboração com o IAT foi iniciada em 2021 e foi fortalecida em junho de 2023 por meio da assinatura da Carta de Princípios do Programa de Monitoramento e Conservação de Grandes Mamíferos da Serra do Mar Com a adesão, todas as UCs estaduais do Paraná que ficam na Serra do Mar passaram a integrar a lista de territórios monitorados.

“O IAT possui várias parcerias com programas e projetos de pesquisa que estudam as Unidades de Conservação. Essas iniciativas são essenciais para obter informações que podem pautar iniciativas de preservação futuras”, ressalta Patrícia.

Além do Parque Estadual das Lauráceas, as câmeras já foram instaladas no Parque Estadual Roberto Ribas Lange, em Antonina, Campina Grande do Sul e Morretes; no Parque Estadual do Palmito, em Paranaguá; no Parque Estadual do Pau Oco em Morretes; e na Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba.

A previsão é que os equipamentos também passem a funcionar ainda neste ano no Parque Estadual Pico Marumbi, em Morretes, Piraquara e Quatro Barras; no Parque Estadual Pico Paraná; em Campina Grande do Sul e Antonina; no Parque Estadual da Graciosa, em Morretes; e no Parque Estadual do Boguaçu, em Guaratuba.

LAURÁCEAS – O Parque Estadual das Lauráceas foi criado em 1979 para ajudar a proteger remanescentes da biodiversidade característica da Mata Atlântica. Com uma área de 30.001 hectares, o local é o maior parque estadual do Paraná.

O espaço abriga uma grande variedade de animais, com destaque para 76 espécies diferentes de mamíferos, um conjunto que reúne um número elevado de espécimes raros ou ameaçados de extinção, como a onça-parda (Puma concolor), anta (Tapirus terrestris), lontra (Lutra longicaudis) e espécies diferentes de veados (Mazama spp.). Além dos mamíferos, 291 aves têm o local como habitat, incluindo espécies ameaçadas como a jacutinga (Pipile jacutinga), o gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) e o curió (Orizoborus angolensis).

O parque também possui 750 espécies de plantas, das quais 39 são ameaçadas de extinção, incluindo a imbuia (Ocotea porosa) e a canela-coqueiro (Ocotea catharinensis), além das lauráceas (Lauraceae) que dão nome ao parque.

COMO VISITAR – Para os interessados em conhecer essa biodiversidade, o Parque Estadual das Lauráceas pode ser visitado após um agendamento prévio pelo telefone (41) 3213-3428, apenas com fins de pesquisa. O acesso ao parque pode ser feito por duas rodovias federais distintas: a BR-476, conhecida como Estrada do Ribeira; e a BR-116, rodovia Régis Bittencourt, que liga Curitiba a São Paulo.

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