O agente de crédito Volnei Lampert lembra com facilidade da segunda turma do curso de formação de agentes de crédito, em 2001. Logo depois começava a fazer as primeiras operações de crédito do então Banco Social, em uma sala na Agência do Trabalhador de Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado. “Na época, tinha que esperar acabar o expediente deles para usar o computador e registrar as propostas”, conta Volnei, que chegou a se afastar da função, morou na Europa, mas voltou para o Banco do Empreendedor.
De lá para cá, nesses 20 anos, milhares de empreendedores passaram pela mesa do Volnei, hoje instalado em sede própria, no Banco do Empreendedor, no centro de Foz do Iguaçu. São aproximadamente 3.750 empreendimentos atendidos nesse período com créditos que somam mais de R$ 30 milhões.
Considerando-se apenas o período de 2020 e 2021, donos de pequenos negócios no município captaram mais de R$ 16 milhões somente nas linhas de Microcrédito e Paraná Recupera. Esta última foi lançada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para combater os efeitos da pandemia na atividade econômica.
De acordo com o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves, há uma pró-atividade e uma sinergia muito grande na parceria com Foz do Iguaçu. “Além de manter agentes de crédito ativos, com estrutura adequada e bem localizada, o município aprovou uma legislação especial e injetou recursos para ajudar a reduzir e zerar os juros nos empréstimos, o que facilita a vida de quem precisa do crédito, principalmente em momentos críticos como esse da pandemia”, destaca.
“Essa medida pioneira levou outros municípios a adotar iniciativas semelhantes para apoiar o empreendedorismo como é o caso de Guarapuava, Ponta Grossa, Chopinzinho e Francisco Beltrão”, acrescenta.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, é otimista em relação ao legado das duas décadas de cooperação do município com a Fomento Paraná. “Fizemos uma parceria muito rica nos últimos anos e que proporcionou crédito tanto ao pequeno, quanto ao médio empreendedor. Com isso, a gente fomentou muito a economia local”, afirma. “Com esses recursos, muitas empresas conseguiram crescer e também se manter em pé, mesmo durante essa crise sanitária”.
O programa Foz Juro Zero foi criado em parceria com a Fomento Paraná. “Quase R$ 12 milhões em crédito foram liberados para atender mais de 2.400 empreendedores que estavam com grandes dificuldades na pandemia”, explica Brasileiro.
O prefeito sinaliza, ainda, as contribuições ao segmento de turismo, que é estratégico para a cidade. “O setor de turismo, por exemplo, que foi o que mais sofreu com a pandemia, teve a possibilidade de adquirir crédito com o Banco do Empreendedor e a Fomento”, afirma o prefeito, que já planeja os próximos passos na estratégia de parceria.
APOIO – Thaisa Batista, 26 anos, é esteticista e tem uma clínica em Foz do Iguaçu. O empreendimento existe há quatro anos, e contou com o apoio da Fomento Paraná para dar os primeiros passos. “Eu comecei no final de 2017 e no mesmo ano conheci a Fomento, de onde consegui o empréstimo para comprar os primeiros aparelhos estéticos”, lembra.
O negócio da empresária ia bem, mas a pandemia mudou completamente o cenário. “Fomos surpreendidos com a pandemia que teve um impacto bem negativo nos negócios dos microempresários. Aqui em Foz fomos bem prejudicados com o fechamento da Ponte da Amizade”, explica. A ligação com Ciudad del Este, no Paraguai, foi interditada em março de 2020 e ficou interrompida por meses.
“Aproximadamente 75% das minhas clientes vêm do Paraguai e foi um momento em que precisamos de ajuda”, relembra. E Thaisa sabia onde encontrar o apoio que precisava. “Mais uma vez eu contei com a Fomento, pelo programa Paraná Recupera”. A esteticista contratou crédito para manter ativa a clínica de estética.
Em 2021, a empreendedora resolveu diversificar a renda, e apostou em um e-commerce. Ela agora vende roupas para clientes de toda a região. Para a empreitada, Thaisa contou com o apoio da Fomento Paraná novamente. “Mais uma vez eu pude contar com eles e recebi várias dicas e a orientação sobre qual linha de crédito poderia ser aplicada ao meu caso”, explica.
Para Thaisa, a parceria da Fomento com o empreendedorismo paranaense é fundamental. “Saber que há um banco que se preocupa com a saúde financeira dos pequenos empreendimentos faz com que a gente continue investindo em nossos sonhos”.