A atleta Nathalia Lopes, do Coritiba Crocodiles, conquistou com o time brasileiro o segundo lugar no Worlds ICU 2023, em Orlando, nos Estados Unidos. Ela representou o Paraná na seleção. Foi a primeira medalha conquistada por uma atleta do Estado na competição, e logo na segunda participação e sem nenhum erro (chamado de hit zero). A campeã da categoria que o Brasil competiu (júnior mista avançada) foi a equipe do Equador.
O cheerleading surgiu em 1887 nos Estados Unidos. No Brasil, chegou somente nos anos 2000. A prática virou esporte apenas em 2012 e pleiteia virar esporte olímpico teste em 2028.
Dentro do cheerleading, existem três vertentes: Sideline, Performance Cheer e Cheerleading Atlético. No Sideline, os cheerleaders animam a torcida e interagem com ela durante um evento, além de fazer apresentações no início, intervalo e ao fim dos jogos. O Performance Cheer é mais dançado, com as categorias Hip Hop e Jazz. Por fim, o Cheerleading Atlético é a modalidade mais acrobática, com pirâmides, acrobacias de solo e saltos.
A equipe brasileira participou da competição do Cheerleading Atlético. Em todas essas categorias prevalece o espírito de equipe, o respeito ao corpo e a confiança. Nathalia é uma das atletas contempladas pelo programa Proesporte, da Secretaria do Esporte, que incentiva o financiamento de projetos esportivos.
A treinadora de cheerleading do Crocodiles, Denize Martins, destacou a importância de desmistificar o estereótipo que muitos filmes criaram sobre o cheerleading. Segundo ela, essa modalidade é democrática, independentemente do tipo físico das pessoas, e se aproxima da ginástica. O pré-requisito para participar de qualquer equipe é ter disposição e disciplina. "É mágico fazer parte dessa modalidade", afirma.
Ela destaca que Nathalia sempre foi muito comprometida com a equipe nacional. "Desde o início mostrou interesse em aprender todas as posições e ajudar os colegas de time. Sua dedicação é o reflexo de toda a entrega dela ao esporte", afirma.
- Na Coreia do Sul, Paraná conhece tecnologias educacionais e ações de ensino profissionalizante
- De olho em 2024, Geração Olímpica e Paralímpica abre mais vagas e atualiza valor das bolsas
Vanessa Matos Lopes, mãe da Nathalia e diretora de Projetos do Crocodiles, conta que a filha começou a treinar na equipe de futebol americano em 2019. Nathalia chegou a ser bolsista do programa Geração Olímpica e Paralímpica, também do Governo do Estado, quando se destacava na ginástica, esporte no qual chegou a conquistar o quarto lugar no campeonato nacional. Com a pandemia, decidiu focar apenas no cheerleading.
"Em 2020, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, ela conseguiu participar do mundial, ficando em quinto lugar - um feito inédito para um time júnior até então. Quando ela foi convidada para a seleção, ia para Brasília, onde a equipe treinava, aos finais de semana para treinar, para não perder aula. Ela sempre foi muito dedicada", conta a mãe.
O coordenador do Proesporte, Otávio Vinicius, reforçou que o programa fornece condições para a realização de trabalhos em todos os esportes. O Crocodiles inscreveu o projeto diferenciado e foi aprovado em todas as etapas na última edição. "Isso proporcionou à atleta as condições necessárias para que ela pudesse ser convocada pela seleção brasileira e representar o Paraná", complementa. Segundo ele, esse é o objetivo da lei: fomentar e incentivar entidades e/ou atletas a alcançarem competições de destaque e orgulharem o Estado e o País.