Paraná terá rede para estudar gravidade aplicada à engenharia e prospecção mineral

Instituto Água e Terra participa do levantamento que visa à criação de 20 pontos fixos para determinar a aceleração da gravidade no Estado. Iniciativa é importante para, por exemplo, construção de pontes, no combate e prevenção de erosão do solo e curva de nível em lavouras.
Publicação
25/05/2021 - 10:20

Confira o áudio desta notícia

Começou nesta segunda-feira (24), em Londrina, o levantamento gravimétrico para a criação de uma rede absoluta de gravidade no Paraná. O trabalho visa à criação de 20 pontos fixos no Estado para determinar a aceleração absoluta da gravidade, aplicada na área de engenharia e prospecção mineral.

O projeto será realizado pelo professor Denizar Blitzkow, especialista em ciências geodésicas, com o apoio técnico da Diretoria de Gestão Territorial, do Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

Segundo do diretor-presidente do IAT, Everton de Souza, o objetivo é criar 20 pontos fixos no Estado para determinar a aceleração absoluta da gravidade, visando o estabelecimento de um referencial altimétrico. Existem seis estações escolhidas no Brasil, quatro no Estado de São Paulo e, futuramente, serão quatro no Paraná.

“O resultado é um modelo geoidal aplicado na área de engenharia, em particular, na construção de usinas hidrelétricas e prospecção mineral”, explicou.

A Associação Internacional de Geodésia (IAG), com sede na Alemanha, trabalha na busca de um novo referencial altimétrico global – International Heigt reference Frame (IHRF) – até o momento definido por estações maregráficas. Pretende-se estabelecer um conjunto de estações em todos os países para conduzir levantamentos gravimétricos, num raio de 100 quilômetros, onde será feito o cálculo do potencial de gravidade e a altitude normal.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) tem um conjunto de estações geodésicas que materializam a componente altimétrica do Sistema Geodésico Brasileiro (SGB), a partir de medições de nivelamento geométrico de alta precisão. O Projeto Mudança do Referencial Geodésico (PMRG) é, segundo o IBGE, um marco na história que vai influenciar as atividades de vários segmentos da sociedade brasileira.

Nesse contexto, segundo o professor Denizar Blitzkow, o Paraná está na vanguarda, juntamente com São Paulo. “Não dá para determinar a altitude normal só com nivelamento geométrico. Precisa combinar com gravimetria, com a determinação física, que será feita a partir dessa semana em alguns municípios”, explicou.

Ele cita como exemplo a construção de barragens, que depende de estudo gravimétrico para verificar a viabilidade, produção de energia e extensão da área alagada.

Carlos Roberto Fernandes Pinto, gerente de Geociências, da Divisão de Geologia do IAT, está acompanhando o levantamento e falou sobre a importância para a geologia. “As informações geodésicas, a partir da gravimetria, são usadas na construção de pontes, metrôs, no combate e prevenção de erosão do solo e curva de nível em lavouras”, disse. “A demarcação de 16 pontos deverá ser finalizada em 15 dias. Os quatro restantes serão concluídos em julho”.

PONTOS – Os pontos serão fixados nos seguintes municípios: Bituruna, Clevelândia, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guaíra, Goioerê, Guarapuava, Iretama, Jaraguariaíva, Joaquim Távora, Laranjeiras do Sul, Londrina, Maringá, Ortigueira, Paranavaí, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, Querência do Norte, São Mateus do Sul e Toledo. Em Curitiba já existe uma Estação Absoluta de Gravidade, localizada na Igreja Bom Jesus, do Cabral.

GALERIA DE IMAGENS