O Paraná foi escolhido pelo Ministério da Saúde (MS) como piloto para a finalização e implementação do sistema Micosis, uma importante ferramenta que pretende gerar informações que otimizem o fluxo de dispensação dos medicamentos antifúngicos em todo o País. Para os ajustes finais do sistema informatizado, integrantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) se reuniram nesta terça-feira (20), em Curitiba, com representantes da Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobactérias não Tuberculosas (CGTM/MS), do Ministério.
“O Paraná foi escolhido para iniciar esta implementação pelo excelente grau de organização dos seus serviços de saúde, dos seus profissionais e por uma grande demanda de medicamentos”, explicou a coordenadora da CGTM do Ministério da Saúde, Fernanda Dockhorn. “Estamos estruturando a vigilância das micoses. Esperamos que esse novo processo ajude as pessoas a terem mais acesso às medicações. Torna-se necessário o apoio de estados e municípios para a qualificação e aplicação desse sistema e começaremos por aqui”.
O sistema também será um instrumento para definir as medidas de prevenção e controle adequadas frente ao perfil epidemiológico das micoses no território nacional. Para a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, a iniciativa tripartite, entre o Ministério de Saúde, o Estado e os municípios, trará mais respostas à população.
“O sistema informatizado facilitará a atuação dos profissionais de saúde e dos gestores para que se possa fazer mais para atender a população. Vamos unir esforços para melhorar o atendimento do Sistema Único de Saúde não só no Paraná, mas em todo o Brasil”, disse.
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ENDÊMICAS – As micoses endêmicas são doenças fúngicas causadas por patógenos capazes de invadir o organismo, mesmo que o indivíduo esteja saudável. Com poucas exceções, a carga dessas doenças é amplamente desconhecida e subestimada, especialmente em países de clima tropical e subtropical. Entre os tipos mais comuns estão: a micose de unha (onicomicose), a candidíase (sapinho), a pitiríase versicolor, a frieira (pé-de-atleta), a tinea crural, a tinea do couro cabeludo e a impingem.
As micoses das unhas são as de mais difícil tratamento e também de maior duração, podendo ser necessário manter a medicação por mais de 12 meses. Nos casos mais graves e sem tratamento, a doença pode causar trombose e até levar à amputação da perna. Essa infecção é mais comum em pessoas com alguma alteração imunológica (das defesas do organismo), como diabetes ou pressão alta.
IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA – A previsão é de que o Micosis comece a funcionar daqui a seis meses, após as adequações necessárias do projeto-piloto. “Vamos ver o que deu certo e o que podemos melhorar durante este período. Agradecemos ao Estado do Paraná por nos auxiliar nesse processo”, afirmou a coordenadora do MS.
OFICINA – Na quarta e quinta-feira (21 e 22), haverá um treinamento de profissionais de saúde da Sesa (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, vigilância, dentre outros) que irão participar do manejo desse sistema. Participam desta oficina servidores da Sesa, diretores das Regionais de Saúde, profissionais dos hospitais universitários estaduais e do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.