Paraná reforça orientações para combater o greening na citricultura

A Câmara Técnica de Combate ao HBL, doença que vem preocupando os produtores de frutas no Paraná, está elaborando um Plano de Ação para conter o avanço da doença. O documento lista iniciativas até junho de 2025 que devem envolver ações do governo estadual, prefeituras, produtores, entidades, cooperativas e indústrias.
Publicação
29/11/2023 - 18:00

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Representantes da Câmara Técnica de Combate ao HBL, doença que vem preocupando os produtores de citros no Paraná, estão expandindo as atividades do Plano de Ação para conter o avanço da doença. 

As metas do Plano de Ação incluem atividades na área da comunicação, para que as informações sobre o combate à doença sejam bem disseminadas no campo; proibição do comércio irregular de mudas cítricas, que são vias de disseminação de pragas e fomentam a implantação de pomares sem acompanhamento técnico adequado; o controle do inseto vetor Diaphorina citri; o levantamento da incidência de HLB; e a eliminação de plantas doentes.

Na última semana, o plano foi apresentado a produtores e lideranças de Mauá da Serra pelo coordenador do Programa de Certificação, Rastreabilidade e Epidemiologia Vegetal, Juliano Galhardo. "Esse documento lista ações até junho de 2025 que devem envolver governo estadual, prefeituras, produtores, entidades, cooperativas e indústrias", disse.

O HLB ou greening dos citros é uma praga severa, de rápida disseminação e sem controle. Ele afeta seriamente as plantas cítricas, principalmente devido à morte prematura de planas dos frutos, que resulta em redução da produção.

O gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Renato Young Blood, explica que a citricultura tem alta relevância econômica e social para o Estado, em particular em municípios das regiões Norte e Noroeste. “Essa doença não tem tratamento e o controle precisa ser preventivo. Os citricultores precisam se conscientizar da necessidade da eliminação das plantas cítricas com HLB, do controle efetivo do inseto vetor e da eliminação sistemática de plantas doentes”, disse.

A área ocupada pela citricultura no Paraná é de aproximadamente 29 mil hectares, sendo 20,5 mil hectares de laranjas, 7 mil hectares de tangerinas e 1,5 mil hectares de lima ácida Tahiti, segundo dados de 2022 do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), compilados pelo Departamento de Economia Rural (Deral).

AÇÃO ANTECIPADA – Mesmo antes da oficialização do Plano de Ação, técnicos do Sistema Estadual de Agricultura (Seagri) estão trabalhando para orientar os produtores. É preciso evitar a compra de mudas clandestinas, que representam riscos para os pomares, eliminar as plantas doentes e fazer o controle do inseto com orientação de um técnico capacitado. Esse controle inclui a adoção de inseticidas químicos e biológicos com eficiência comprovada.

Além disso, a boa adubação, irrigação e cobertura vegetal aceleram o desenvolvimento da planta e reduzem a exposição, pois a transmissão é mais frequente em brotos do que em folhas maduras.

Neste segundo semestre, a Adapar, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) e a Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) também publicaram uma Nota Técnica que orienta a sociedade e os diversos segmentos da cadeia produtiva da citricultura sobre a gravidade da doença, a obrigatoriedade no cumprimento da legislação fitossanitária vigente e sobre a adoção rigorosa das medidas técnicas para enfrentamento.

Em agosto, aconteceu uma operação para baixar a incidência do greening com 40 servidores da Adapar envolvidos diretamente nas ações em mais de 300 pontos georreferenciados de 13 municípios. O trabalho foi feito tanto em pomares comerciais quanto em propriedades rurais e urbanas com frutas para consumo familiar.

REDUÇÃO DE PRODUÇÃO – No Brasil, a bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus (CLas) é a principal causadora do HLB. A doença afeta plantas de praticamente todas as espécies cítricas. Os frutos ficam menores, deformados, podendo apresentar sementes abortadas, açúcares reduzidos e acidez elevada, o que deprecia o seu sabor, diminuindo a qualidade e o valor comercial, tanto para consumo in natura como para processamento industrial.

A doença também causa a senescência de todas as partes da planta cítrica, o que pode levar à morte precoce, reduzindo a vida útil dos pomares. Praticamente todas as espécies e cultivares comerciais de citros são sensíveis ao greening, independentemente do porta-enxerto utilizado.

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