A criação de uma rede de profissionais para ampliar e qualificar o trabalho de assistência técnica e extensão rural, sobretudo para os pequenos agricultores, começou a ser traçada em um seminário promovido nesta semana, na sede do Emater, em Curitiba. Participaram representantes de órgãos públicos estaduais e federais, entre eles o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e de Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Osip).
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o Governo do Estado tem estimulado a celebração das parcerias para atingir o objetivo de atender a sociedade com mais eficácia. “Uma agricultura com melhor assistência tem as chances de sucesso ampliadas”. A velocidade do avanço tecnológico é elevada e o Estado sozinho não tem condições de dar resposta satisfatória a tudo, portanto, quanto mais sintonia e articulação houver, mais fácil fica a tarefa.”
O diretor técnico da secretaria, Rubens Ernesto Niederheitmann, destacou a projeção nacional e internacional conquistada pelo Paraná em razão de sua agropecuária. No entanto, segundo ele, ainda persistem desafios ambientais, sociais e econômicos que exigem a presença constante de técnicos e extensionistas rurais para que o produtor aplique as inovações apontadas pelas pesquisas.
“Nesse trabalho de assistência técnica e extensão rural não há solução sem integração entre o setor público e o privado”, afirmou Niederheitmann em palestra no evento. “O Estado possui técnicos especializados em quase todas as áreas, mas as Oscips, as Organizações Não Governamentais e uma série de outras instituições também têm técnicos em várias especialidades. É preciso somar forças para desenvolver projetos específicos de desenvolvimento em todo o Estado.”
Niederheitmann acrescentou que a partir dessa integração, a Emater, em função de sua capilaridade e organização administrativa, tem capacidade de articular todas as entidades existentes e, com isso, atender melhor a demanda de assistência técnica e extensão rural no Estado. Dessa forma, reforçou o diretor técnico, será possível solicitar recursos ao governo federal ou a organismos internacionais com mais possibilidades de os projetos serem aceitos.
De acordo com a secretária-executiva do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf), Miriam Fuckner, há mais de 30 entidades credenciadas no sistema e que podem participar com seus técnicos do esforço para capacitar o produtor. “Com certeza poderemos atender um número maior de pessoas”, afirmou. “O trabalho também ganha em organização, podendo se estender para as regiões onde os pequenos agricultores mais precisam, sem se concentrar em um único lugar.”
Os participantes do seminário decidiram que no prazo de 60 dias será formulada a Política Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (Peater-PR) e, em 90 dias, será apresentado o Programa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (Proater-PR). Ambos estão previstos na Lei Estadual 17447/12.