Paraná organiza missões comerciais para o Japão, Coreia do Sul, Canadá e Itália em 2023

O objetivo é levar comitivas empresariais para que, com a chancela oficial do Governo do Estado, possam prospectar negócios lá fora – seja na exportação de produtos paranaenses aos países visitados ou para outras transações comerciais, como compra de insumos ou equipamentos que aumentem a produtividade das empresas no Estado.
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15/02/2023 - 15:30
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O Governo do Paraná vai buscar mais investimentos para o Estado fora do Brasil em 2023. A Invest Paraná, agência de captação de negócios ligada à Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Serviços (Seics), vai organizar nesse ano entre sete e oito missões internacionais para aproximar as empresas paranaenses com o mercado externo.

O objetivo é levar comitivas empresariais para que, com a chancela oficial do Governo do Estado, possam prospectar negócios lá fora – seja na exportação de produtos paranaenses aos países visitados ou para outras transações comerciais, como compra de insumos ou equipamentos que aumentem a produtividade das empresas no Estado. 

Desde 2019, a Invest Paraná organizou 14 missões internacionais, sendo três comerciais, nas quais há participação de empresários, e 11 institucionais, para mostrar o potencial do Estado para receber negócios. 

Em quatro missões, o próprio governador Carlos Massa Ratinho Junior liderou as comitivas. Em 2019, ele foi a Nova York, nos Estados Unidos, e à Espanha para o Paraná Day, missão institucional que apresenta o Estado como destino de negócios. Em 2021, comandou a missão comercial para a feira Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e a missão institucional ao México para tratar assuntos relacionados à saúde e transporte público.

“A venda de produtos das empresas paranaenses a esses países é emprego na ponta aqui no Estado. É a produtividade do Paraná sendo exportada para o mundo todo. E, na outra ponta, a possibilidade de atrair novos negócios e potencializar nossa cadeia produtiva e tecnológica”, destaca o governador. 

Para 2023 já estão confirmadas quatro comitivas comerciais no primeiro semestre: para Japão, Coreia do Sul, Canadá e Itália. Uma quinta missão está sendo negociada ainda para a primeira metade do ano para Bangladesh, país asiático com o qual o Brasil não tem tradição de negócios, o que mostra a força do Paraná na conquista de novos mercados.

“Nessas missões são feitas rodadas de negócios preparadas com meses de antecedência, nas quais sempre temos resultados efetivos na venda de produtos paranaenses. O objetivo é divulgar o Estado, nossas empresas, mas, acima de tudo, realizar negócios, que são previamente prospectados em consultas feitas pela Invest Paraná com empresários que têm interesse no relacionamento com empresas de outros países. Queremos intensificar esse trabalho com o fim da pandemia”, destaca o secretário estadual de Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros. 

Além das suas próprias comitivas comerciais, a Invest Paraná planeja também para 2023 uma missão conjunta com agências de investimentos de outros estados, em uma união para reforçar o comércio exterior do Brasil.

JAPÃO E COREIA DO SUL – A primeira comitiva internacional da Invest Paraná em 2023 será ao Japão, liderada pelo governador, no início de março, com empresários da agroindústria de proteína animal. Logo na sequência, a mesma comitiva desembarca para mais negócios na vizinha Coreia do Sul. No Japão, a missão será de 4 a 12 de março, onde além de encontros com empresários e representantes do governo a comitiva também participa da Foodex, maior feira de alimentos da Ásia. Na Coreia, de 13 a 16 de março. 

“A missão ao Japão e Coreia tem motivo especial por serem mercados muito promissores e grandes de proteína animal que o Paraná pode oferecer a eles. Mas temos barreiras comerciais sanitárias que o Japão ainda não conseguiu vencer junto com o Ministério da Agricultura do Brasil. A ideia é de que o governador, junto com o secretário de Agricultura e outros secretários, formem uma força-tarefa para habilitar o Estado na venda de proteína animal ao mercado asiático”, explica o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco.

Dentro desse planejamento, a Invest Paraná foi a Brasília ajustar a missão com o Ministério da Agricultura, o Ministério das Relações Exteriores, a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), além da Embaixada do Japão. “Existe toda uma preparação antes de cada missão, já que o empresário sozinho não tem como chegar nesses órgãos. Esse é o papel da Invest Paraná: abrir portas para que o empresário vá direto ao ponto nas missões, que é negociar”, enfatiza Rocco.

Na Coreia do Sul, além das tratativas da proteína animal há também intenção de convencer empresas de outros setores para que venham ao Paraná. A comitiva vai visitar no país do leste asiático uma fabricante de tratores e uma de insumos agrícolas no intuito de que essas companhias instalem unidades fabris no Estado.

CANADÁ – De 4 a 13 de maio, o destino da Invest Paraná será o Canadá. A comitiva com dez empresários do setor alimentício vai participar, em Toronto, da Sial Foods - maior feira de alimentos da América do Norte, para a qual a agência de investimentos já organizou missão em 2022. Além da feira, haverá também rodadas de negociação com representantes canadenses interessados em investir no Paraná não só em Toronto, mas também na cidade de Montreal.

Essa será a primeira missão pela Invest Paraná da Alimentare, grupo paranaense que atua em diversos ramos alimentícios. Para a feira no Canadá, o grupo vai representado pela marca Salware, cuja fábrica é em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, e fornece chocolate para a indústria na fabricação de outros produtos alimentícios.

“Como empresa produtora, precisamos vender e para isso temos que procurar mercado. Por isso é importante esse apoio da Invest Paraná, que nas missões funciona como uma agência de viagens no turismo: você tem todas as indicações, os apoios, para que a empresa não vá para o mercado externo no escuro”, destaca o diretor do Grupo Alimentare, Edson Casagrande. “Para uma empresa ir ao mercado exterior sozinha é muito difícil, mais caro e muitas vezes inviável. Por isso é importante esse apoio de um órgão do governo para que as empresas vendam lá fora”.

ITÁLIA E BANGLADESH – A missão comercial de junho será na Itália, em parceria com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap). Do dia 12 a 16, grandes redes varejistas do Estado, em especial supermercados, vão negociar a importação de produtos alimentícios italianos, como vinhos, massas, molhos e azeite de oliva. 

Ainda para junho, a Invest Paraná negocia mais uma missão para a Ásia, mais especificamente para Bangladesh, país ao sul do continente asiático. “Bangladesh é exemplo de uma relação nova com um país com o qual até então temos pouca relação bilateral. É um país que tem o setor têxtil muito forte, assim como a agroindústria, e que pode trocar bastante comércio com o Paraná”, ressalta Rocco. 

Entre as possibilidades de negócios que podem surgir na missão para Bangladesh, destaca, é o Paraná fornecer produtos alimentícios, como óleo de soja e açúcar, e o país asiático vender ao Estado produtos têxteis. Bangladesh tem um território quase 57 vezes menor do que o do Brasil. Entretanto, a população equivale a quase 70% da brasileira: 148,5 milhões de pessoas, dando uma noção do tamanho do mercado a ser explorado.

INVEST


RESULTADOS – As empresas que participam das missões internacionais já registraram resultados expressivos. É o caso da Profills, da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que fabrica máquinas para envase de diversos produtos e que participou da Expo Dubai em 2021 a convite da agência de negócios do Governo do Estado.

O diretor comercial e internacional da Profills, Paulo de Miranda, relata que a participação na feira permitiu à empresa confirmar que tem capacidade de expandir sua atuação no exterior, para onde já vende a países do Mercosul, da África, além de Portugal. “Fomos para Dubai ver quais das nossas soluções poderiam atender o mercado árabe. E lá tivemos a real noção de que somos global players. Foi um check-list de que nossos processos e custos competem de igual para igual, inclusive com fornecedores agressivos como a China”, relata. 

Com essa visão, a Profills está mapeando mais soluções para oferecer a clientes de novos mercados no exterior. “Dubai foi um laboratório. De lá para cá estamos fazendo um plano para expandir nossa atuação, inclusive em mercados não convencionais. Nosso plano é no próximo biênio entrar em mais cinco mercados regionais: mais países vizinhos da América do Sul, o Caribe, o sul dos Estados Unidos, mais países da África e o mundo árabe”, destaca.

Miranda afirma ainda que a missão em Dubai serviu não só para a Profills, mas também outras empresas paranaenses da comitiva fazerem negócios entre si.  “A missão foi um facilitador nesse sentido, porque tivemos acesso direto a diretores que tomam decisões nas outras empresas”, explica. “A missão gerou um networking entre os participantes, alguns dos quais nem tínhamos conhecimento. Só desse contato conseguimos mais dez negócios. Essa aproximação permitiu a aquisição de clientes que em uma condição normal eu calculo que levaria de um a dois anos”.

Já a presidente do conselho da Dela Foods, uma das maiores companhias de alimentos do Estado com sede em Londrina, Marcia Mocellin Manfrin, afirma que participar das missões da Invest Paraná permite ao empresário se dar conta de que é possível expandir seu negócio para outros países. A empresária, que também é presidente da Associação Comercial de Londrina (Acial), participou de duas missões da Invest Paraná: para Dubai, em 2021, e para a Flórida, nos Estados Unidos, em 2022.

“Não só recomendo como oriento os empresários que busquem a Invest Paraná para levar seus produtos ao exterior. Isso é importante para que o empresário tenha a noção de que, com apoio, o mercado internacional não é nenhum bicho de sete cabeças”, enfatiza.

Márcia afirma que participar das missões permite ao empreendedor ter mais conhecimento das necessidades dos mercados visitados que podem ser atendidas pelas empresas do Estado. Com essa visão e um bom plano estratégico, avalia, o empresário pode montar seu plano de vendas para o exterior. 

“Ir numa comitiva junto com o Governo do Estado e com agendas já definidas com compradores da área gera economia de tempo e de capital, já que o empresário não vai precisar correr atrás dos contatos”, completa. “Outro fator importante é o networking gerado no próprio contato entre os integrantes da missão”.

Da viagem a Dubai, a presidente da Acial agendou visitas de investidores a empresários de Londrina que estão se revertendo em negócios. Já da viagem à Flórida, uma equipe de empresários americanos veio palestrar em um congresso para 2,3 mil empresários no Paraná. 

Missões da Invest Paraná em 2023

MARÇO – JAPÃO (4 a 12 de março) E COREIA DO SUL (13 a 16 de março)

A missão será com empresários da agroindústria de proteína animal. No Japão, a missão participa da Foodex, maior feira de alimentos da Ásia. A comitiva da Invest Paraná também vai oferecer o projeto da nova Ferroeste para empresas ferroviárias japonesas interessadas em operar no Paraná.

MAIO – CANADÁ (4 a 13 de maio)

A comitiva da Invest Paraná será formada por dez empresas que vão participar da Sial Food, maior feira de alimentos e bebidas do Canadá e do norte dos EUA. A Invest Paraná vai organizar os estandes das empresas paranaenses que participarão da feira. 

JUNHO – ITÁLIA (12 a 16 de junho)

Missão encomendada pela a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) à Invest Paraná. A missão é para que empresas varejistas, em especial supermercados, importem produtos de determinadas regiões da Itália, entre os quais vinhos, massas, molhos e azeites. Pode haver também transação com a indústria têxtil italiana. 

JUNHO – BANGLADESH

Negociação da missão ainda em aberto. O intuito é levar produtos alimentícios para Bangladesh, como óleo de soja e açúcar, e importar de lá produtos têxteis. Essa missão marca a atuação da Invest Paraná em países com os quais o Brasil não tem tradição de comércio bilateral, representando a conquista de novos mercados.

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