O Paraná tem um ambiente seguro para os investidores e responsabilidade com as contas públicas. Esse foi o recado entregue pelos presidentes da Copel, Sanepar, Agepar e uma consultoria externa para empresários nacionais e estrangeiros que participaram nesta terça-feira (5) de um encontro da consultoria XP Investimentos.
Segundo Ana Paula de Oliveira, consultora econômica do Governo do Estado, que ajudou a elaborar o plano de trabalho do governador Carlos Massa Ratinho Júnior, o Paraná tem uma situação fiscal equilibrada, muito diferente de estados que já decretaram calamidade financeira.
“As contas públicas estão em estado saudável. A relação da dívida com a receita apresenta índice muito bom, com solvência também muito boa. O Paraná também cresce mais do que a média dos estados brasileiros e controlou as suas despesas ao longo dos últimos anos”, apontou Ana Paula. Ela é consultora da RC Consultores, ligada ao ex-presidente do BNDES Paulo Rabello de Castro.
Na sua palestra, Ana destacou que o Paraná tem compromisso com inovação e eficiência, que serão bases do novo governo, ao lado da redução da burocracia e modernização da infraestrutura. Ela também adiantou que o governo deve submeter à Assembleia Legislativa uma Lei de Eficiência de Gestão (LEG), inédita no país, para propor processos e soluções para o planejamento do Estado.
DINAMISMO - Outros pontos defendidos como emblemáticos para o bom ambiente de negócios no Paraná foram o dinamismo do setor empresarial, a aliança em torno do G7 (formado pela Federação das Indústrias do Paraná, Federação da Agricultura do Paraná, Federação e Organização das Cooperativas do Paraná, Federação do Comércio do Paraná, Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná, Associação Comercial do Paraná, Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná e Sebrae-PR) e um plano de metas.
Segundo a consultora, o Paraná planeja para os próximos anos crescimento anual de 4,5% do PIB, investimentos da ordem de R$ 80 bilhões, 500 mil novos empregos, além de melhorar a educação para liderar os índices nacionais. “É um plano ambicioso, mas temos a convicção de que é um plano viável com a ajuda dos investidores”, completou.
Nesse contexto, o Governo do Paraná também pretende tirar do papel um dos maiores projetos de infraestrutura do continente, que é a ligação bioceânia entre Paranaguá e o Chile para facilitar as exportações para a Ásia. Toda a construção está estimada em U$ 3 bilhões.
SANEPAR - O presidente da Sanepar, Claudio Stábile, afirmou que a Sanepar projeta R$ 7,12 bilhões de investimentos entre 2019 e 2023. Ele destacou os índices da empresa na sua apresentação. A companhia atende 345 municípios com 100% de atendimento com água potável e 72,5% de atendimento com rede coletora de esgoto.
“A Sanepar já é uma referência no país, mas sempre tem como melhorar. Devemos trabalhar agora muito fortemente na questão dos resíduos, porque é uma questão de saúde. Sanepar e Copel são de suma importância para essa nova fase do Paraná. Tratamos muito no plano de governo de Estado máximo ou mínimo, mas buscamos o Estado necessário, que seja chamado e responda quando precisa, mas não crie embaraço para o investidor”, afirmou Stábile.
O presidente da Sanepar também destacou que a empresa estuda diversos cenários sobre a tarifa e o diferimento e que vai apresentar os relatórios para a Agepar em março.
COPEL - Daniel Pimentel Slaviero, presidente da Copel, garantiu que os investimentos têm o Paraná como prioridade. “Vamos nos voltar ao DNA da empresa, que é geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, e apostar em inovação e tecnologia para modernizar as operações no Paraná. Temos oportunidades enormes no Estado”, afirmou.
A Copel tem operações em dez estados e é a 35º maior empresa do país. A companhia planejou investimentos de R$ 1,967 bilhão em 2019 e distribui energia para 394 municípios e internet para todos os 399 municípios do Paraná.
Daniel Pimentel Slaviero também refutou a privatização da empresa e disse que esse modelo não faz parte da pauta do governo estadual. “O assunto da privatização não está na agenda do governador porque a Copel não precisa ser privatizada, é uma companhia sólida, com resultados robustos e que tem buscado eficiência com redução de custos. A Copel tem um papel fundamental no setor elétrico e no Estado do Paraná”, destacou.
CELEPAR - O Paraná também se tornará um Estado simples, rápido e descomplicado, segundo a apresentação de Allan Costa, presidente da Celepar. A companhia tem o planejamento voltado para a inteligência como serviço público nos próximos anos.
“A Celepar propõe um governo inteligente que se antecipa aquilo que vai acontecer. Temos que ser um celeiro de desenvolvimento de smart cities, do governo tecnológico e do agronegócio tecnológico. Serão as nossas prioridades para os próximos anos”, afirmou.
Uma das ideias é a criação de uma plataforma de tecnologia aberta para empresários e os setores industrial e do agronegócio. “O Paraná tem um caminhão de ativos tecnológicos e uma rede de universidades estaduais que estão produzindo conhecimento e tecnologia. O intuito é que toda essa produção seja acessível e encorajada para ampliar a oferta de soluções empresariais”, destacou o presidente da Celepar.
AGEPAR - O presidente da Agepar, Omar Akel, afirmou que a agência se prepara para uma auditoria para fiscalizar todos os ativos do Anel de Integração, em 2021, e que o novo trabalho de delegação dessas estradas já começou. O Paraná e o governo federal criaram um comitê de concessões para avaliar os 2,5 mil quilômetros de rodovias pedagiadas.
Akel também reforçou que a agência atua com imparcialidade na fiscalização dos contratos. “Ao mesmo tempo que o Paraná cria a mais moderna legislação de concessões, vamos trabalhar para que tenha a mais moderna agência reguladora do país”, afirmou. A Agepar deve ganhar corpo de fiscalização nos próximos meses com a contratação dos aprovados em concurso público.
PARANÁ DAY - O evento, organizado pela consultoria XP Investimentos, reuniu cerca de 100 investidores no Hotel Sheraton Four Points, em Curitiba. Leandro Salles Santos, coordenador institucional da XP Investimentos, afirmou que o Paraná foi escolhido porque se tornou muito receptivo ao encontro.
“A XP tem um histórico desde a sua fundação de juntar economia real, o meio político, empresarial, e investidores. O intuito é aproximar a iniciativa privada das oportunidades e gerar uma relação de confiança no mercado”, afirmou.
“O que a gente diz é que não faltam projetos de investimento. O que falta é confiança. O investidor olha com prazo mais longo. Para que consigam realizar investimentos, os empresários precisam conhecer as pessoas que estão dando respaldo a esse ambiente. O governo, as empresas estaduais, as agências, são extremamente relevantes pra gerar esse elo de investimentos”, completou.
O evento ainda deve passar por Rio Grande do Sul, Minas Gerais e São Paulo nos próximos meses.
PARTICIPAÇÕES - Participaram do evento o secretário de Planejamento, Valdemar Jorge; o secretário de Comunicação e Cultura, Hudson José; o secretário de Segurança Pública, Luiz Felipe Carbonell; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o deputado federal Ricardo Barros; o ex-governador de Goiás, Marconi Perillo; o presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento, Eduardo Bekin.