Mais que paisagens e grandes destinos, o Paraná levou história, cultura e culinária para o Salão Nacional do Turismo 2023, realizado no estádio Mané Garrincha, em Brasília, de sexta-feira a domingo (15 a 17). O Estado esteve representado em quatro eixos do setor – turismo de natureza, rural, cultural e de luxo –, além de aparecer em destaque no espaço do Artesanato Brasileiro, nas experiências gastronômicas e nas apresentações culturais, com o fandango caiçara do grupo Mandicuera, de Paranaguá, que contagiou o salão e botou o povo para dançar.
O Litoral foi destaque, também, no espaço gastronômico organizado pelo Senac, com direito a aulas-show com chefs preparando iguarias típicas de cada estado, seguidas de degustação. O barreado foi uma das aulas mais lotadas e atraiu ao evento pessoas que foram única e exclusivamente para conhecer o prato – como foi o caso da brasiliense Alarubia Rodrigues da Cunha, de 42 anos. “Eu já vi receitas de barreado na TV, e sempre fui louca para experimentar mas nunca encontrei. Quando vi a programação do Salão, não pensei duas vezes”, disse.
A iniciação ao prato litorâneo não poderia ser melhor. “É um sabor muito original, você sente os temperos simples que deixam a carne muito especial. Eu acredito que o barreado deveria romper as fronteiras do Paraná, porque uma comida gostosa dessa deveria ser servida no Brasil inteiro”, disse Alarubia. Assim como ela, pessoas de todos os cantos do país saíram satisfeitas com a experiência – que incluía, ainda, balas de banana de Antonina como sobremesa.
As balas de banana também agradaram a quem passou pelo estande da Grande Reserva da Mata Atlântica, no eixo de turismo de natureza, assim como os bolinhos de camarão da Serra do Mar. Neste espaço, além dos quitutes ,os visitantes recebiam informações sobre a Grande Reserva e também dicas de passeios, tours, hospedagem, explicações sobre a fauna e a flora da região.
Já no eixo do turismo rural, as grandes estrelas foram os produtos do Interior do Estado. Foi um dos espaços mais concorridos do setor, muito graças à qualidade dos produtos paranaenses como queijos premiados, vinhos de alto gabarito, doces e geleias, o tradicional café paranaense, produtos à base de lavanda e outros provenientes de pequenas e médias propriedades rurais.
“Além de apresentar os nossos produtos, aproveitamos para divulgar aos visitantes os roteiros rurais paranaenses, como a Rota da Lavandas, a Rota do Queijo, o Caminho do Café das Mulheres, a Uva de Marialva, o Enoturismo e as Caminhadas da Natureza”, explicou Terezinha Busonello Freire, coordenadora estadual de Turismo Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), que organizou o estande.
Quem provou, gostou. “Acho que esse é o melhor queijo que já comi na vida”, disse a alagoana Marta Bezerra. Já a história da colonização holandesa na região de Castro e o Parque Histórico de Carambeí representaram o Estado no segmento de turismo cultural e histórico.
PINHÃO, CAPIVARA E GRALHA AZUL – A produção artística e cultural artesanal paranaense também esteve representada no estádio Mané Garrincha. Obras de diversos artesãos – como pinhões e capivaras em madeira, gralhas azuis em palha de milho, bordados e outros – foram apresentadas pela Federação das Associações e Cooperativas de Artesãos do Paraná, a convite da Secretaria de Estado do Turismo (SET), do portal do Estado Viaje Paraná e do Sesc PR.
“É a primeira vez que participo de um evento grande fora do Paraná, e acho muito importante essa oportunidade que o Governo do Estado está nos proporcionando”, disse a artesã Marlucy Martins Meira, de Ponta Grossa, que trabalha com artes em palha de milho. “É super importante essa oportunidade que o artesão tem de mostrar seus produtos nacionalmente e também de fazer esse tipo intercâmbio com outras entidades e artesãos de todo o país”, completou a presidente da Federação, Deonilda Machado.
“Nós somos muito agradecidos, porque a arte popular normalmente não é muito valorizada pelo poder público. Num Salão desses é que a gente percebe a importância das políticas públicas para o setor”, disse o artesão Reinaldo Moreira, de Londrina, que apresentou seu trabalho em bordado.
DESTINOS INTELIGENTES – O público visitante do Salão Nacional do Turismo também teve a oportunidade de vivenciar algumas das experiências de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) que já são realidades pelo Brasil. O Paraná teve três municípios com cases em destaque: Curitiba, com a iniciativa "Curta Curitiba na Palma da Mão"; Foz do Iguaçu, com o projeto “Explore Foz do Iguaçu”, com uso de realidade virtual; e Ponta Grossa, com o Sistema de Monitoramento e Gestão de Dados e com a marca “Sou PG” e souvenires criativos.
Os municípios de Foz do Iguaçu e Ponta Grossa receberam o Certificado de DTI em Transformação. A iniciativa visa melhorar a competitividade de mercado dos destinos selecionados, dotados de tecnologia e inovações que se tornarão mais atraentes para os visitantes e população de toda a região.
REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO - Durante o salão, a Setu também participou de encontros técnicos e das reuniões do Fornatur e do Programa de Regionalização do Turismo. O Ministério do Turismo solicitou aos estados e municípios que apresentem projetos a serem financiados por meio de emendas federais, num montante em torno de R$ 2 bilhões.