Dos 69 anos de Jairo Benittes Ufemea, 51 foram dentro de um caminhão. Apesar de sua família morar em Umuarama, no Noroeste do Paraná, na maior parte do tempo ele está dirigindo pelas estradas de São Paulo. Em meio à rotina apertada, foi difícil conseguir uma janela de tempo para se vacinar contra o coronavírus. Nesta terça-feira (6), no entanto, deu tudo certo: de folga em casa por conta da revisão de seu caminhão, foi imunizado.
“Combinei com a minha filha que precisava parar o caminhão para folgar, e que ia aproveitar para ver a família. Chegou a vacina na segunda e ela me convenceu a ir. Brinquei que se eu ficasse mal a culpa ia ser dela, mas não senti nada, nada. Agora ninguém mais fica de cabeça quente, preocupado”, contou Jairo. Ele recebeu a Janssen, vacina de dose única que não precisa de reforço - fato importante para sua imunização completa e para esse público que não fica muito tempo parado.
“É uma classe que muitas vezes não tem oportunidade de estar em casa para a segunda dose”, acrescentou a filha de Jairo, Viviane Herrera Ufemea, diretora da 12ª Regional de Saúde do Paraná. Segundo ela, a velocidade na logística foi essencial para conseguir vacinar o pai. “Isso só foi possível pela agilidade do processo de vacinação no Paraná. Como as vacinas chegaram na Regional na segunda, consegui que ele tomasse a dose antes de voltar a viajar”, comemorou.
Jairo é um dos 50.709 caminhoneiros já imunizados contra a Covid-19 no Paraná. O grupo prioritário teve sua vacinação iniciada na última semana de junho, e nesta quarta-feira (7), ultrapassou a marca dos 50 mil. O número corresponde a 37,48% do grupo, que, segundo o Plano Estadual de Vacinação, totaliza 135.263 pessoas.
A imunização desta faixa foi facilitada pela chegada das doses da Janssen, que em parte são destinadas a grupos prioritários com mais dificuldade logística em receber a segunda dose - tais como os trabalhadores do transporte e população em situação de rua. A Janssen representa 83,6% das doses aplicadas nos caminhoneiros. As demais são da AstraZeneca/Fiocruz/Oxford (11,7%), Pfizer/BioNTech (3,6%) e Coronavac (Instituto Butantan/Sinovac) (1,1%).
A cidade que mais vacinou pessoas do grupo é Cascavel, com 2.793 profissionais. Ela é seguida por São José dos Pinhais (2.343), Maringá (2.198), Curitiba (2.102), Fazenda Rio Grande (1.438), Araucária (1.070), Arapongas (1.033), Foz do Iguaçu (1.027), Apucarana (998), Almirante Tamandaré (889) e Rio Branco do Sul (736). Os dados são do Vacinômetro do Sistema Único de Saúde (SUS), vinculado ao Ministério da Saúde.
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VACINÔMETRO – No total, foram 6.118.141 doses, sendo 4.677.829 primeiras (D1) e 1.367.372 segundas (D2), além de 72.940 doses únicas. Nesta quarta, 54,47% da população paranaense acima de 18 anos já recebeu pelo menos uma dose, e 16,52% já foi totalmente imunizada (com duas doses ou dose única).
No quadro geral, a vacina da AstraZeneca foi a mais utilizada no Estado, com 48,2% do total de doses administradas. A Coronavac corresponde a 39,6%, seguida pela Pfizer (10,9%) e Janssen (1,2%).
“O quantitativo de doses recebidas tem aumentado e isso vai nos facilitar na tarefa de vacinar a população toda. Com vacinas à disposição, temos condições de vacinar mais paranaenses e fazer com que a circulação do vírus, o número de casos e a ocupação dos leitos hospitalares possam diminuir”, reforça Beto Preto, secretário estadual de Saúde.
A meta da Secretaria Estadual da Saúde é de aplicar a primeira dose ou dose única em 80% da população-alvo até agosto e 100% até setembro.