Que bucha é essa? Paraná é destaque na produção da planta, que chega a 41 municípios

Boletim de Conjuntura Agropecuário destaca o cultivo da planta trepadeira cujos frutos secos fornecem fibra principalmente para esponja de banho ou limpeza doméstica. No Estado, 41 municípios produziram bucha em 104 hectares. Foram colhidas 2,3 milhões de unidades que somaram R$ 5,4 milhões em valor bruto.
Publicação
06/02/2025 - 10:50

Confira o áudio desta notícia

Com uma localização privilegiada, que possibilita boas produções e boas rendas tanto em culturas de verão quanto de inverno, o Paraná também se destaca pela variedade de produtos que podem florescer nos campos. Entre eles está a bucha vegetal, cultivada comercialmente em 41 municípios, que renderam R$ 5,4 milhões em Valor Bruto de Produção Agropecuária (VBP) em 2023.

A bucha vegetal nasce em uma planta trepadeira. Os frutos secos fornecem uma fibra usada principalmente como esponja de banho ou para limpeza doméstica. Mas há outros usos devido a suas propriedades como isolante acústico e térmico e seu poder de filtragem. Também há histórico de utilização na medicina caseira. Por ser biodegradável e reciclável é considerado um produto mais sustentável que esponjas sintéticas.

Ela foi produzida em 104 hectares do território paranaense, que resultaram em 2,3 milhões de unidades. A principal região produtora é no entorno de Maringá, no Noroeste, de onde saíram 66,3% da produção. É seguida pelo núcleo de Londrina, Norte, que foi responsável por 20,4%.

O município de Marialva se destaca, com 30 hectares que produziram 800 mil unidades, avaliadas em R$ 1,9 milhão no VBP. Floraí e São Jorge do Ivaí plantaram, cada um, 10 hectares com produção de 250 mil unidades e VBP de R$ 580 mil.

O cultivo da bucha vegetal é um dos temas analisados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 31 de janeiro a 6 de fevereiro.

“Respeitadas as recomendações dos médicos dermatologistas e sendo um produto ecológico por natureza, a bucha vegetal é cultivada comercialmente em nosso estado e, mesmo que à margem das grandes atividades da agropecuária, tem sua importância singular notadamente na agricultura familiar”, disse o engenheiro agrônomo Paulo Andrade.

MILHO – O boletim registra ainda que o plantio do milho segunda safra 2024/25 teve um avanço rápido e já ocupa 28% da área estimada de 2,56 milhões de hectares neste ciclo. Isso se deve principalmente à melhora nas condições climáticas e avanço na colheita da soja.

Com isso, os trabalhos de semeadura dessa cultura estão normalizados no campo, inclusive superando a média das últimas cinco safras, quando neste período o plantio atingia aproximadamente 13% da área.

TRIGO – Os preços pagos aos produtores de trigo estão tendo uma recuperação, o que poderia incentivar o incremento nessa cultura. No entanto, a análise do Deral é que provavelmente não ocorra. Diversos fatores contribuiriam para isso, entre eles a concorrência com o milho, que oferece maior lucratividade.

A cultura também poderia se estender sobre áreas ocupadas por aveia nos invernos anteriores. No entanto, as últimas safras não entusiasmaram muito os produtores. A de 2024, por exemplo, teve resultado 38% inferior ao potencial, prejudicada pela seca.

O trigo também sofreu muito nos últimos anos com chuvas na colheita e com geadas, que influenciaram bastante na qualidade do produto. A última safra cheia foi a de 2016, com 3,5 milhões de toneladas.

TOMATE – O tomate de primeira safra, que começou a ser plantado em agosto de 2024, já cobre 94% da área de 2,4 mil hectares. Desses, cerca de 1 mil hectares (43%) já foram colhidos. A produção estimada é de 170,5 mil toneladas, ou 12% a mais que as 151,7 mil toneladas do ciclo anterior.

A segunda safra está sendo plantada desde janeiro, com semeadura concluída em aproximadamente 15% dos 1,7 mil hectares previstos. O produtor recebeu em janeiro R$ 45,95 em média pela caixa de 23 quilos, ou 50% a menos que em janeiro de 2024, mas 38,1% superior aos R$ 33,26 de dezembro.

SUÍNOS – Os dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apontam que o Brasil obteve receita de US$ 881 mil com a exportação de suínos reprodutores de raça pura durante 2024. Apenas três estados participaram dessa operação: São Paulo (US$ 385 mil), Paraná (US$ 329 mil) e Minas Gerais (US$ 167 mil).

Os principais parceiros foram o Paraguai, que investiu R$ 358 mil na compra, e Argentina, com US$ 354 mil. Além deles o Uruguai pagou US$ 150 mil e a Bolívia, US$ 19 mil. O Paraná foi o único estado a manter parceria comercial com os quatro.

Em relação à importação de suínos reprodutores de raça pura, as aquisições se reduziram pela metade em 2024. No ano anterior o Brasil tinha investido US$ 5,5 milhões, baixando para US$ 2,7 milhões. O Paraná foi o terceiro maior importador, pagando US$ 804 mil.

MEL – As informações do Mapa mostram também que as empresas brasileiras exportaram 37.931 toneladas de mel in natura no ano passado, contra 28.555 toneladas em 2023. O faturamento foi de US$ 100,5 milhões, 17,9% maior que os US$ 85,2 milhões do ano anterior.

O Paraná ocupou a quarta colocação, com venda de 3.969 toneladas e arrecadação de cerca de US$ 10,4 milhões. Durante 2023 tinham sido enviados para o Exterior 2.626 toneladas, com faturamento de US$ 7,2 milhões. O ranking é liderado por Piauí, seguido de Minas Gerais e Santa Catarina.

O mel brasileiro tem os Estados Unidos como principal mercado, com quase 30 mil toneladas. Canadá, Alemanha, Reino Unido, Austrália e Bélgica se seguem nesta ordem em relação aos volumes comprados.

GALERIA DE IMAGENS