O Governo do Estado implementou várias ações para estimular a inovação e a cultura empreendedora nas universidades estaduais. Entre as iniciativas está o Programa de Estímulo às Ações de Integração Universidade, Empresa, Governo e Sociedade, denominado Agência de Desenvolvimento Regional Sustentável e de Inovação (Ageuni). O objetivo é apoiar ideias de negócios e agregar tecnologia aos processos de produção de bens e serviços para aumentar a competitividade empresarial.
Idealizada pela então Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), a Ageuni está instalada em cada uma das sete instituições estaduais de ensino superior, com atendimento aos empreendedores nos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). A operacionalização do programa conta com a parceria da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Desde 2021, o programa recebeu aporte de R$ 11,28 milhões. Desse montante, R$ 6,2 milhões foram aplicados nas primeiras atividades das unidades da Ageuni, com custeio de bolsas para professores, estudantes e profissionais formados; investimento na aquisição de equipamentos e mobiliários e na reforma e adequação de espaços físicos nos campus universitários.
Para o gestor da área, Aldo Nelson Bona, um estado forte e desenvolvido reflete uma economia dinâmica e competitiva, fundamentada na informação e no conhecimento. “O investimento em pesquisa e desenvolvimento proporciona grandes benefícios socioeconômicos. Por isso, a ideia é conciliar o conhecimento científico e tecnológico gerado nas universidades com o processo de desenvolvimento econômico e social e de geração de emprego e renda, estabelecendo uma economia baseada no conhecimento”, afirma.
A Ageuni contempla um sistema de governança com atuação de diferentes atores para identificar as vocações regionais. A governança estadual já está implantada e conta com parceiros institucionais do segmento produtivo, de diferentes setores econômicos (industrial, rural, comércio e serviços).
A implantação das unidades envolve três fases: criação, estruturação e consolidação. Atualmente na terceira etapa, uma vez que já foi implantado o sistema de governança estadual, as agências seguem com o processo de implementação das governanças regionais, que entre outras atribuições devem sinalizar as demandas locais.
QUALIFICAÇÃO E OBRAS – Vinculados à Ageuni, dois outros programas reforçam o desenvolvimento regional. O Paraná Empreende Mais (PEM) consiste na oferta de um curso online e gratuito de capacitação gerencial e mercadológica para empreendedores individuais e micro, pequenos e médios empresários. Até dezembro deste ano, a formação alcançou a marca de 3.474 inscritos, oriundos de mais de 300 municípios paranaenses. Além dos empreendedores, a iniciativa também qualificou cidadãos que pretendem abrir novos negócios.
Outra iniciativa é o Escritório de Projetos de Engenharia (Projetek), que tem como finalidade auxiliar obras públicas de pequenos municípios com até 30 mil habitantes. A ação recebeu recursos da ordem de R$ 2,44 milhões para investimentos (infraestrutura predial, mobiliários, equipamentos e softwares) e custeio de bolsas-auxílio. Os espaços acadêmicos estão equipados com tecnologia na área da construção civil para elaborar projetos arquitetônicos de empreendimentos públicos, como creches, escolas, postos de saúde, entre outras edificações.
A coordenadora do Projtek da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), professora Patrícia Kruger, que também atua no Departamento de Engenharia Civil, reforça os aspectos sociais e de sustentabilidade dessa iniciativa. “Esses escritórios modelos são uma ação de cunho social e sustentável para atender as demandas de prefeituras de pequeno porte. Serão elaborados projetos de edificações públicas, de acordo com as necessidades dos municípios, utilizando a tecnologia com foco na qualidade e na minimização de problemas”, detalha.
As equipes do Projetek são multidisciplinares, compostas por professores e estudantes de graduação e pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica, além de profissionais registrados nos respectivos conselhos de classe.
Para reduzir os custos das obras, foi adotada a tecnologia BIM (sigla em inglês para Building Information Modeling ou Modelagem de Informações da Construção), que possibilita a atuação simultânea e colaborativa das áreas envolvidas nos projetos de edificações e instalações.
A UEPG irá atender, a partir de fevereiro, as cidades de Arapoti, Carambeí, Curiúva, Imbaú, Ipiranga, Ivaí, Ortigueira, Piraí do Sul, Porto Amazonas, Reserva, São João do Triunfo, Sengés, Tibagi e Ventania. Alguns empreendimentos estão em fase de prospecção, como creche, unidade básica de saúde e centros de atendimento para idosos, de reabilitação e hidroterapia e de informações turísticas.
A Universidade Estadual de Londrina (UEL) está desenvolvendo projetos para os municípios de Cafeara, Guaraci, Lupionópolis, Prado Ferreira e Sertanópolis. Entre as obras estão centros de educação infantil, arena de esportes, barracões industriais, clínica de fisioterapia, entre outros.
Já as universidades estaduais de Maringá (UEM), do Oeste do Paraná (Unioeste) do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) devem começar o atendimento em março de 2023.