O vice-governador Darci Piana recebeu no Palácio Iguaçu nesta sexta-feira (9) a nova embaixadora da Polônia no Brasil, Bogna Janke. Na pauta, possíveis parcerias que o Estado pode fechar com o país, que alcançou status de quinta maior economia da Europa e 20ª do mundo e que tem no Paraná uma das maiores colônias de poloneses do Brasil, com cerca de 1,2 milhão de descendentes.
“Essa é uma das primeiras viagens no Brasil da nova embaixadora da Polônia. O Paraná deve muito a imigrantes e descendentes que ajudaram o Estado a crescer, a ser o Paraná de hoje”, destacou o vice-governador.
Darci Piana e os secretários estaduais do Planejamento, Guto Silva, e da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Marcelo Rangel, apresentaram uma série de possíveis acordos de cooperação à embaixadora da Polônia. Um deles é incluir a Polônia como destino do Ganhando o Mundo, programa de intercâmbio que leva alunos e professores da rede estadual de ensino para estudar em diversos países. Neste ano serão mil estudantes contemplados, sendo que 763 já viajaram.
“Temos muita coisa para fazer na questão de intercâmbio, de mandar gente para a Polônia e trazer de volta o conhecimento de lá, com nossos estudantes do Ganhando o Mundo”, disse Piana.
Ele também mencionou intercâmbio comercial. "A ideia é fazer com que os produtores do Estado possam vender cada vez mais para a Polônia e a Polônia possa ser um centro de radiação dos nossos produtos naquela região da Europa”, explicou o vice-governador.
ENERGIA RENOVÁVEL – Outro projeto apresentado na reunião com a embaixadora polonesa foi o de energia renovável, área que o Paraná é destaque no Brasil, com produção de 98% de energia limpa para consumo.
A Polônia planeja fazer uma transição energética para reduzir a dependência de carvão mineral, principal fonte de energia do país. Por isso, apontou o vice-governador, o Paraná pode colaborar para que o país do leste europeu evolua na transição para fontes sustentáveis. “Temos muito a oferecer em termos de experiência com energia limpa à Polônia, já que somos líder desse tipo de produção no Brasil”, disse.
O secretário de Planejamento, Guto Silva, lembrou que o Paraná já mantém cooperação com a província polonesa da Silésia, que no fim de 2023 enviou uma missão ao Paraná para firmar uma série de acordos nos campos econômico e cultural. Agora, o Estado pretende avançar em novos acordos com o governo nacional ou mesmo com outras regiões polonesas.
Um dos projetos citados pelo secretário Guto Silva que pode servir de modelo para a transição energética da Polônia é o Hidrogênio Verde, considerado o combustível do futuro por ser obtido de fontes renováveis e de baixa emissão de carbono. O hidrogênio é uma matriz energética proveniente do processo da quebra das moléculas da água ou do metano a partir do uso de energia elétrica.
No Paraná, o plano é utilizar no processo energia oriunda do biogás, gás gerado da decomposição de resíduos orgânicos do agronegócio, como sobras da produção de proteína animal ou da produção de cana-de-açúcar, por exemplo. “Temos certeza que o Paraná vai liderar no Brasil a produção de Hidrogênio Verde a partir do gás da decomposição de biomassa. Por isso o Paraná pode ser um grande parceiro da Polônia formatando novas parcerias no campo energético”, argumentou Silva.
O secretário Marcelo Rangel também citou o acordo do Paraná com a Silésia como ponto de partida para o Estado firmar novas parcerias com a Polônia. Ele apresentou à embaixadora o projeto entre Paraná e Silésia de um hackathon – evento que reúne desenvolvedores de software e outros profissionais de tecnologia para desenvolvimento de soluções –, além de soluções de desburocratização que estão sendo desenvolvidas entre os dois estados.
“Temos soluções para educação, inteligência artificial para educação, segurança pública e saúde. O Paraná tem a honra de ser parceiro da Silésia e agora podemos buscar novas soluções da Europa através da Polônia”, apontou.
POTENCIAIS ACORDOS – A embaixadora da Polônia disse estar impressionada com o desenvolvimento do Paraná. Ela também lembrou o crescimento da economia polonesa nos últimos anos e disse que o fato de o Paraná ter uma das maiores colônias polonesas do mundo é um catalisador para o país estreitar ainda mais relações com o Estado.
“Dois pontos tornam o Paraná tão interessante para nós: a quantidade de descendentes poloneses que aqui vivem e o potencial de desenvolvimento do Estado. Do outro lado, temos a economia polonesa como a quinta da Europa e 20ª do mundo, com uma busca muito grande no momento por novos parceiros”, destacou.
Bogna Janke afirmou que o empresariado polonês está em busca de parcerias para entrar no mercado brasileiro. E que o Paraná pode colaborar nesse sentido. “O Paraná tem tecnologias, ideias, e essa troca de know how seria vantajosa para ambas as partes. Por isso seria interessante trazer uma missão polonesa para conhecer possíveis setores e áreas de cooperação com o Paraná”, afirmou.
A embaixadora ainda falou sobre o Paraná ajudar a Polônia em sua transição energética. “Quanto à produção de energia limpa, o Paraná tem muito a oferecer porque a Polônia realmente precisa passar por essa transição energética. E quero enfatizar que a presença polonesa aqui pode ajudar muito nessa colaboração”, concluiu Bogna Janke.