A Paraná Turismo, autarquia pertencente ao Governo do Estado, vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, realizou dois estudos sobre o setor. Um deles é o Boletim de Inteligência Turística 2021, que tem como base os empregos e estabelecimentos nas Atividades Características do Turismo (ACTs) em 2019. O outro analisa o movimento aéreo entre os meses de janeiro e abril dos anos de 2020 e 2021, períodos pré e durante a pandemia.
O Boletim de Inteligência Turística 2021 tem como objetivo mostrar as tendências e a evolução dos dados do setor no Paraná, favorecendo diretamente a elaboração e implantação de políticas públicas e a orientação de investimentos privados, além de servir de subsídio para pesquisas dos setores público, privado, acadêmico e do terceiro setor.
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Os dados mostram quais foram as atividades características do turismo que mais geraram empregos em 2019, período anterior à pandemia do coronavírus, quando ainda era possível estabelecer parâmetros comparativos com anos anteriores.
Na ocasião, o setor que mais gerou empregos formais no País foi o de Alimentação, com 62,5% de todas as vagas preenchidas, seguido pelos Alojamentos, que teve 16% de toda a geração de empregos formais.
Dos pouco mais de 2 milhões de empregos gerados nas atividades turísticas no País, o Paraná foi mais relevante (6,2%), atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O Paraná gerou 128 mil empregos formais no setor e, seguindo a tendência do Brasil, Alimentação também foi o primeiro, com 64,1%, seguido dos Alojamentos, com 15,4%.
O Paraná também foi o quarto estado em número de estabelecimentos nas ACTs: dos quase 510 mil estabelecimentos brasileiros que se dedicavam ao turismo em 2019, 7,8% estavam no Estado, ou seja, quase 40 mil deles. Novamente, o setor de Alimentação foi o mais representativo (67,8%), seguido dos Transportes Terrestres, com 9,7%.
De acordo com Gilce Zelinda Battistuz, do departamento de Estatística da Paraná Turismo, provavelmente esses dados apresentem déficit nas divulgações seguintes a partir de 2020 por conta dos efeitos da pandemia do coronavírus. “Dificilmente o Paraná irá cair de posição em si, mas provavelmente tenha uma queda nos dados para 2020, porque devemos ter um desajuste nos dados”, disse.
MOVIMENTO AÉREO – A Paraná Turismo também lançou um boletim que analisa o movimento aéreo entre os meses de janeiro e abril dos anos de 2020 e 2021, períodos pré e durante pandemia. No que se refere aos embarques domésticos e internacionais, o Brasil apresentou queda de 39% entre um ano e outro.
O Paraná teve queda de 51% na comparação entre os períodos, de 1,2 milhão para 605 mil embarques, aproximadamente. O aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, teve um decréscimo de 47% nos embarques de passageiros domésticos e internacionais em 2021, atrás somente do Galeão, no Rio de Janeiro, e Congonhas, em São Paulo.
Levando em conta somente os embarques em aeroportos paranaenses, todos apresentaram queda: Foz do Iguaçu (62%), Londrina (47%), Maringá (39%) e Cascavel (43%).
A análise da Paraná Turismo destaca, no entanto, que o Afonso Pena registrou em abril de 2021 dados positivos em relação aos demais meses pesquisados. Enquanto janeiro, fevereiro e março de 2021 tiveram queda, o quarto mês começou a reaquecer a movimentação de passageiros, com crescimento de 445% em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
O mesmo ocorre com o Aeroporto Internacional das Cataratas, em Foz do Iguaçu, que em abril de 2020 chegou ao menor fluxo de passageiros da história (254 passageiros), enquanto no mesmo mês em 2021 houve 17.865 embarques.
MONITORA TURISMO – A pesquisa Monitora Turismo, feita pela professora Mariana Aldrigui, da Universidade de São Paulo (USP), aponta outro dado preocupante para o setor: perda de 110.833 vagas formais de emprego em 2020, ano da pior crise enfrentada pela história da indústria.
Foz do Iguaçu e Curitiba foram duas das cidades pesquisadas. Elas tiveram saldo anual negativo de 2.655 (Foz) e 2.325 (Curitiba) empregos formais em 2020. Os dados consideram as 571 atividades ligadas ao turismo, sendo elas diretas (21), compartilhadas (191) e aquecidas (217).
João Jacob Mehl, presidente da Paraná Turismo, ressalta que as perdas apresentadas pela pesquisa necessitam ser repostas. “São perdas irreparáveis que nós temos que repor e a expectativa é a retomada com o turismo regional preponderando, porque ainda não é possível viajar para longe. Esse é o início da recuperação de todos os postos de trabalho que foram perdidos”, disse.
Para acessar as pesquisas na íntegra entre em http://www.turismo.pr.gov.br/Pagina/Estatisticas-do-Turismo-Dados-e-Informacoes e escolha a opção Boletins de Inteligência Turística.