A Regional de Saúde de Londrina promoveu nesta quarta-feira (28), na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II), uma palestra sobre a importância da continuidade do tratamento e da identificação precoce dos casos de tuberculose no ambiente penal.
Ela foi ministrada a duas turmas de monitores de ressocialização prisional, com servidores lotados em diferentes unidades prisionais da cidade, com o apoio dos servidores dos setores de enfermagem.
O evento teve foco na conscientização dos profissionais que trabalham diretamente com a população carcerária, tendo em vista o contato direto e contínuo com pessoas privadas de liberdade para auxiliar na identificação de tosses prolongadas e emagrecimentos repentinos, alguns dos sintomas da doença.
O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Mauricio Ferracini, explica que o ambiente prisional é naturalmente delicado quando envolve questões de saúde e, por isso, ter o apoio de outras instituições públicas é importante para a proteção de vidas.
“A aproximação das Regionais de Saúde do Estado qualifica ainda mais o trabalho do corpo profissional da área da saúde da Polícia Penal do Paraná, minimizando riscos e criando protocolos de segurança para proteger o grupo de servidores e a população custodiada. Isso porque, devido ao confinamento, o ambiente prisional se torna mais preocupante no que tange a doenças transmissíveis”, afirma.
A responsável técnica da Vigilância Epidemiológica, Luciana Sípoli, explicou que os sintomas mais característicos da doença são tosse crônica, muitas vezes com sangue, prostração e falta de apetite.
“No entanto, alguns pacientes apresentam apenas a drástica perda de peso, a qual deve ser informada imediatamente aos setores de enfermagem das unidades prisionais para a realização de exames e diagnóstico. A demora na identificação da tuberculose atrasa a recuperação do paciente e pode comprometer a cura”, ressalta.
Outro ponto de destaque foi a orientação acerca do tratamento por completo. “As dosagens de medicação são altas e por um longo período, podendo propiciar efeitos colaterais. Quando há pequena melhora no quadro de saúde, muitos pacientes interrompem o processo, mas o tratamento descontinuado pode favorecer que o bacilo da tuberculose fique mais resistente, sendo necessário o uso de medicamentos ainda mais agressivos para combatê-lo”, alerta o enfermeiro da regional de saúde de Londrina Luiz Toshio.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça a importância da continuidade do tratamento após a soltura do detento. Toda pessoa em tratamento da doença deve ser referenciada ao serviço de saúde do seu território, para que continue sendo acompanhada. Isso evita a transmissão da tuberculose para seus contatos, familiares e sua comunidade, e quebra a cadeia de transmissibilidade.
Os profissionais de enfermagem do sistema prisional terão a missão de repassar os conhecimentos adquiridos para os monitores de ressocialização prisional e outras equipes de trabalho.