A Companhia de Comandos e Operações Especiais, da Polícia Militar do Paraná, promove o II Curso de Ações Táticas em Ambientes Verticais para militares estaduais do Paraná e de outros 12 estados do Brasil. O curso visa preparar especialistas nesta área que possam difundir a doutrina para as corporações policiais militares.
A aula inaugural foi nesta segunda-feira (23) no auditório da Associação da Vila Militar (AVM) e ministrada pelo subtenente Amarildo Domingos José, com o tema Técnicas e Táticas Verticais: um panorama analítico.
O Grupo de Ações Verticais, que integra o COE, é responsável por infiltrar policiais de operações especiais dentro do ponto crítico, por meio de ações táticas policiais em ambientes verticais, visando auxiliar o Grupo de Intervenção e buscar a solução aceitável para a ocorrência.
O evento de abertura foi presidido pelo comandante-geral da PM, coronel Péricles de Matos, que explicou aos alunos que há três grandes missões a serem cumpridas ao longo do curso: vencer o medo de altura, aprender a confiar no amigo e confiar no equipamento. Ele também falou da valorização dos integrantes do COE que buscaram conhecimento para sedimentar a doutrina de operações especiais na PM.
“A maior demonstração disso é que a nossa instituição está caminhando para o reconhecimento dos seus integrantes. Quando chamamos o subtenente Domingos para proferir a aula inaugural, estamos fazendo o reconhecimento dele e de outros profissionais que lançaram um firme fundamento onde podemos projetar o futuro da nossa Corporação”, disse.
Também participaram da abertura o comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope), tenente-coronel Rui Noé Barroso Torres; o presidente da Associação da Vila Militar, coronel Washington Alves da Rosa; o coronel José Paulo Betes da Amai (Associação de Defesa dos Direitos dos Policiais Militares Ativos Inativos e Pensionistas), e demais autoridades.
O curso contará com policiais de 13 Estados brasileiros (PR, MT, SE, RS, CE, MG, AL, RN, PE, DF, AM, TO e GO), todos oriundos de unidades de operações especiais e atuantes na área. As aulas teóricas serão feitas na sede do COE e os exercícios práticos na Academia Policial Militar do Guatupê e de outros locais. Também participa do curso um integrante do Tático Integrado de Grupos de Repressões Especiais (Tigre) da Polícia Civil.
O tenente-coronel Barroso acredita que o curso fomentará ampliação do conhecimento para todas as corporações envolvidas. “É interessante lembrar que este curso oferece informações inovadas, a partir da integração e interação, através do compartilhamento entre policiais de realidades diferentes, de modo que poderemos enriquecer nossos conhecimentos e também desenvolver o processo de aprendizado, através dessa troca de experiências, não apenas nesse tipo específico de ocorrência, mas de forma generalizada no que diz respeito à Segurança Pública”, afirmou.
“A nossa filosofia, em âmbito brasileiro, é a de que juntos somos mais fortes, e por isso procuramos fornecer o curso aos interessados”, disse o capitão Floresvaldo de Oliveira Damaceno, que responde pelo comando da Companhia COE. Segundo ele, o curso terá 110 horas distribuídas em 12 dias, em que tratará de ações em ambientes verticais, ancoragem, auto resgate, parte de invasão tática, parte de utilização de arrombamento, entre outros temas.
Durante a aula inaugural, o subtenente Amarildo apresentou o histórico da criação das táticas em ambientes verticais na Companhia COE do Paraná, o processo de evolução doutrinária e de equipamento, além do aperfeiçoamento das técnicas e da atuação da tropa. Ele se sentiu grato pelo convite para ministrar a aula.
HISTÓRIA – Criado em 1988, a Companhia de Comandos e Operações Especiais (COE) é uma subunidade do Bope, o qual é formada por uma tropa especializada com responsabilidades específicas, com o intuito de implementar de forma proficiente e lógica o atendimento de ocorrências críticas com táticas especiais para a resolução das situações.
A atuação do COE envolve ocorrências com reféns, vítimas e suicidas armados, ou ainda, em situações que exijam equipamentos e armas especiais, tais como cumprimento de mandados de alto risco, apoio em ocorrências de confronto armado envolvendo policiais, buscas de marginais homiziados em matas e locais de difícil acesso, e nas ações de prevenção e combate ao terrorismo.
Atualmente o efetivo possui treinamento especializado para a utilização das alternativas táticas para a solução de qualquer ocorrência de alto risco, sendo que por meio dos intercâmbios, trocas de informações e o constante treinamento, possui 100% de aproveitamento em suas ações, buscando cada vez mais o aperfeiçoamento através da aquisição de materiais para estar sempre pronto para atuar no cenário atual.
Devido ao alto grau de especialidade de seus policiais, a estrutura operacional do COE é divida em áreas de especialidade que são: Grupo de Atiradores de Precisão, Grupo de Arrombadores, Grupo de Especializado em Técnicas e Tecnologias Não letais e Grupo de Ações em Ambientes Verticais.