A exposição ‘África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos’, promovida pelo Museu Oscar Niemeyer, marca o início de uma parceria entre o MON e a Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY). O primeiro módulo da mostra, que o museu inaugura na quinta-feira (04), reúne uma significativa coleção de máscaras africanas. São 20 peças elaboradas por artistas de povos que foram trazidos para as Américas na condição de escravos, como os punu, igbo, baulê e iorubá.
A exposição dialoga com a ação ‘Retrate-Si’, realizada pelo setor Educativo do MON, simultaneamente ao período expositivo, dentro do Artistas do Acervo. Desta vez, o programa traz oficinas de confecção de máscaras em argila, fotografia e desenho, entre outras, ministradas por artistas locais, com o objetivo de provocar uma reflexão sobre retratos e máscaras.
Ao longo dos próximos seis meses, outros recortes da coleção serão apresentados no MON. Cada um ficará em exposição por um período aproximado de dois meses. As peças apresentadas nunca foram expostas antes em um museu.
No segundo módulo, o público poderá ver bustos, bonecos e esculturas, possibilitando um diálogo com a exposição de Ninguios, bonecos integrantes da Coleção Asiática do MON, que acontecerá no mesmo período, coincidindo também com a data do Dia das Crianças.
O terceiro módulo, em novembro e dezembro, será composto por instrumentos musicais africanos numa alusão às festividades de fim de ano.
MARCO - A mostra ‘África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos’ está alinhada com o Marco Referencial do Museu, que estabelece diretrizes para constituição do acervo da instituição. “Esse documento orienta a atuação do MON em artes visuais, arquitetura e design, com ênfase em arte paranaense e brasileira, mas também expande a sua missão à formação de acervo de arte africana contemporânea, latino-americana e asiática”, afirma a diretora-presidente do Museu, Juliana Vosnika.
“O diálogo intercultural com a África e sua arte é mais um passo importante para o MON em sua missão de expandir suas fronteiras”, destaca Luciana Casagrande Pereira, superintendente da Cultura da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Paraná.
Luciana acrescenta que todas as peças foram adquiridas pelo colecionador e empresário Jorge Yunes ao longo de quase três décadas. A curadoria das exposições é assinada por Renato Araújo da Silva, historiador de Filosofia pela Universidade de São Paulo e coautor, entre outros trabalhos publicados, do livro África em Artes.
O curador ressalta que, dada a importância da cultura africana na arte mundial e na formação da cultura brasileira, a exposição busca oferecer um olhar que amplie a percepção não apenas para o presente como para o futuro. “À medida que nós, brasileiros, estudamos esse fenômeno e fruímos dessas manifestações artísticas, nos surpreendemos com o quanto essa África tem em comum conosco”, diz Araújo.
DOCUMENTÁRIO - Além da coleção de máscaras, faz parte da exposição o documentário ‘African Art – The Market of Masks’ (2015), do cineasta suíço Peter Heller, que será exibido no local. O filme rodado na Europa e em alguns países africanos refere-se ao mercado contemporâneo de arte africana tradicional.
A exposição ‘África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos’ poderá ser vista no Hall Térreo do MON até 25 de agosto. O segundo módulo ‘África, Mãe de Todos Nós: Símbolos de Poder’, inicia em 5 de setembro e o terceiro, ‘África, Mãe de Todos Nós: A Sonoridade da África’, estará em cartaz a partir de novembro.
Serviço
África, Mãe de Todos Nós: Conexão entre Mundos
De 4 de julho a 25 de agosto
Hall Térreo
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Rua Marechal Hermes, 999
Curitiba – Paraná
Visitação: terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)
http://museuoscarniemeyer.org.br
Quartas gratuitas