Novo empreendimento vai gerar renda e agregar valor à fruticultura

Investimento de R$ 26 milhões, indústria atuará em integração com 100 produtores, que vão produzir oito tipos de frutas, para extração da polpa. Renda que será gerada no campo está estimada em R$ 3,2 milhões por ano agrícola.
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11/10/2019 - 12:20

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Um novo empreendimento de fruticultura, que recebe investimentos de R$ 26 milhões e está sendo instalado em Santo Antonio do Paraíso, no Norte Pioneiro, deverá impactar a economia da região. O empreendimento Vila Puree é integrado com produtores, que vão produzir oito tipos de frutas para extração da polpa. A renda que será gerada no campo está estimada em R$ 3,2 milhões por ano agrícola.

“É uma iniciativa que vai ajudar a agregar valor, renda, gerar oportunidades nos municípios do Norte Pioneiro”, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, que na quinta-feira (10) conheceu as instalações do local onde vai funcionar a indústria de processamento das frutas.

A indústria entra em operação, numa primeira etapa, em janeiro de 2020. A segunda etapa está prevista para daqui a três anos. “O projeto é consistente, tem qualidade, enfim uma iniciativa que deve ser aplaudida e apoiada por todos”, afirmou Ortigara. “Não é em qualquer lugar que se encontra um projeto bem planejado, bem dimensionado, bem construído, com uma parceria respeitosa com os agricultores gerando oportunidades no campo e na indústria”, destacou o secretário.

Ele ressaltou, ainda, que, bem conduzida, a iniciativa vai mudar a realidade da região com a diversificação de produto que rende 5 a 6 vezes mais que um hectare de soja. “A produção de soja é muito importante para nosso Estado, mas nessa região a produção de frutas é uma excelente oportunidade de geração de renda para as pequenas propriedades”, disse.

EMPREGOS E PARCERIAS - O empreendimento é do empresário Mauro Matsunaga, ex-proprietário da empresa Yoki. Inicialmente deverá gerar cerca de 100 empregos diretos e parceria com mais 100 produtores, cujas famílias serão beneficiadas com mais renda na propriedade.

Segundo a empresa, já foram firmadas parcerias com pequenos produtores de Santo Antonio do Paraíso, Congonhinhas, Andirá, São Jerônimo da Serra, Nova Santa Bárbara, Jaboti, Pinhalão, Ribeirão do Pinhal, Jundiaí do Sul.

O município de Santo Antonio do Paraiso foi escolhido pelo clima favorável, com temperatura média anual entre 21 e 22 graus, pouca probabilidade de geadas. Além disso, é uma região de grande número de pequenos produtores que estão em busca de alternativas para diversificar a propriedade para evitar a saída do campo rumo às cidades.

PRODUÇÃO - A parceria com os produtores envolve a produção de morango, goiaba, ameixa, pêssego, pitaya, maracujá, manga e abacaxi, numa área plantada de 122,2 hectares, sendo necessária uma produção de 2,9 mil toneladas por ano na primeira etapa.

Na segunda etapa prevista para entrar em operação em 2022 serão introduzidas a manga e o abacaxi, numa área total plantada de 660 hectares e necessidade de produção de 19,5 mil toneladas por ano.

“A empresa importou uma máquina extrusora da polpa de frutas da Alemanha, que terá capacidade de extrair 1.000 quilos de polpa por hora. Como vai trabalhar em dois turnos de 8 horas cada, terá uma produção inicial de 16 toneladas por dia, que em 20 dias úteis no mês vão somar 96 toneladas de polpa de frutas todos os meses, informou Flavio Itimura, gerente da Villa Puree.

Para a segunda etapa do empreendimento, está sendo importada outra máquina, com capacidade de extrusão de cinco toneladas de polpa de frutas por hora, o que dará 80 toneladas por dia.

Segundo Itimura, a máquina extrusora de polpa tem um dispositivo de envase da polpa de fruta com um sistema inovador a vácuo e antisséptico, que permite manter o produto em condições de uso por um ano, sem a necessidade de conservantes ou outros aditivos químicos.

A Vila Puree optou também por manter uma área própria de produção de frutas, de 108 hectares no município de Santo Antonio do Paraíso, onde já estão plantadas mudas de pêssego, pitaya, maracuja e goiaba. A produção, porém, atenderá somente 10% das necessidades da indústria.

Na primeira etapa, Itimura informou que a produção industrial será destinada a grandes consumidores no mercado interno. Para a segunda etapa, a produção será destinada ao mercado externo.

AMBIENTAL - A parceria com os produtores envolve a integração que vai desde o pacote tecnológico para o plantio até a assistência técnica exclusiva, com orientação para o preparo do solo, monitoramento de pragas e doenças, até a colheita. A preocupação é manter a sanidade dos pomares para não recorrer a aplicação de produtos agressivos, que deixam resíduos químicos nas frutas.

Todos os produtores serão orientados a fazer matas ciliares e proteção de minas nas propriedades. Haverá também metodologia para rastreabilidade da produção e identificação das propriedades. “Um modelo de desenvolvimento sustentável que será referência regional, por isso será necessário a conscientização e o engajamento da comunidade”, explicou Itimura.

No aspecto social, o empreendimento busca fixar o homem no campo, a inclusão social com renda digna, elevação dos indicadores sociais e da qualidade de vida em função da riqueza gerada, aumento de arrecadação e qualificação de mão de obra. Além da garantia de compra, a empresa promete ganhos reais aos produtores que aderirem ao projeto.

PRESENÇAS – Acompanharam a visita à empresa o diretor- presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Otamir Cesar Martins; o chefe do núcleo da Secretaria da Agricultura e Abastecimento em Cornélio Procópio, Fernando Itimura, e o prefeito de Santo Antonio do Paraíso, Wanderley Martins Ferreira.

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