O Sistema Faep, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Embrapa Soja, desenvolveu uma cartilha sobre plantas daninhas do gênero Amaranthus, popularmente conhecidas como caruru. A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) participou do processo criativo do material, com apoio dos fiscais engenheiros agrônomos do Departamento de Sanidade Vegetal (Desv) na revisão técnica e levantamento de dados para o projeto.
Os chefes da Divisão de Prevenção e Controle de Pragas em Cultivos Agrícolas e Florestais, Marcílio Martins Araújo, e da Divisão de Certificação, Rastreabilidade Vegetal e Epidemiologia Vegetal, Juliano Galhardo, foram os responsáveis pela revisão, enquanto o chefe da Divisão de Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Insumos de Interesse da Defesa Agropecuária, Luiz Ângelo Pasqualin, contribuiu com levantamentos de dados no Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Estado do Paraná (Siagro), apoiando na elaboração da cartilha.
A cartilha “O complexo caruru: biologia, identificação, ocorrência e manejo” tem 24 páginas. Ela aborda diversos assuntos, desde a caracterização das sementes, as características das plantas e a ocorrência de cada espécie.
Para Marcílio Martins, o livreto é importante para auxiliar na identificação e localização das diferentes espécies de caruru presentes no Paraná e para a vigilância constante com objetivo de prevenir a introdução de novas espécies de caruru.
“Especialmente a do Caruru palmeri, que tem uma característica de multiplicação com alto potencial de dispersão das sementes e dificuldade de controle por parte dos profissionais da assistência técnica e produtores rurais, o que implicaria em maiores gastos pelo uso de herbicidas, além de maior potencial de contaminações”, completa.
Técnicas de controle como manejo integrado, limpeza de máquinas, veículos e equipamentos, uso de defensivos agrícolas e outros temas relacionados também são contemplados no material.
Segundo um dos autores do livreto, o pesquisador Arthur Arrobas Martins Barroso, o material é voltado especialmente aos produtores rurais, mas pode auxiliar outros elos envolvidos na cadeia agrícola. “O material é bastante didático, pensado tanto para agricultores como para consultores, estudantes de pós-graduação, instrutores do Sistema Faep e técnicos”, enumera.
O pesquisador aponta a cartilha como uma ferramenta a mais no combate ao caruru, já que há um trabalho em desenvolvimento no Estado. “Temos uma frente ampla de trabalho, envolvendo assistência técnica, fiscalização pelas autoridades sanitárias e treinamentos, como os promovidos pelo Sistema FAEP”, aponta o professor da UFPR. Exemplo disso é que em junho a Adapar reforçou a prevenção das pragas com capacitação de servidores em inspeção de colheitadeiras em parceria com o Sistema Faep/Senar-PR.
LIMPEZA — No Paraná, uma das medidas envolve a nova legislação que obriga a limpeza de máquinas agrícolas antes de ingressarem no Estado. Desde maio de 2024 a Portaria 129/2024, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), passou a permitir a entrada de máquinas, implementos agrícolas e seus veículos transportadores apenas se todas as partes internas e externas estiverem livres de solo e de resíduos vegetais. A medida previne que essa “sujeira” possa disseminar doenças e plantas daninhas de alto risco sanitário, como o caruru.
A cartilha pode ser conferida AQUI.