O Dia do Portuário, celebrado neste 28 de janeiro, evidencia uma profissão que permanece em alta e atravessa gerações, seja na área administrativa ou no trabalho operacional. A data foi estabelecida com o início da atividade portuária no Brasil decretada por Dom João VI, em 1808.
“Hoje, apenas na parte administrativa dos portos de Paranaguá e Antonina, somos cerca de 550 trabalhadores”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
“A data é uma forma de reconhecer e valorizar o trabalho do portuário que se mantém sempre firme nas atividades mesmo em condições adversas, como ocorreu nos períodos mais críticos da pandemia, para garantir a movimentação ininterrupta dos portos”, afirma.
Todos os dias, dois mil portuários acessam as instalações administrativas e operacionais da Portos do Paraná nos quase cinco quilômetros de cais e piers.
Entre eles estão os membros da família do engenheiro mecânico Antônio do Carmo Tramujas Neto, 72 anos, que mantém em casa a tradição de ser portuário.
Tramujas Neto trabalha no Porto de Paranaguá há 48 anos e passou por diversas áreas da empresa pública. Para ele, além do crescimento profissional e pessoal, ter a companhia dos filhos Cézar e Manoella Tramajus todos os dias no portos é gratificante.
“Acredito que, para qualquer pai, isto é motivo imenso de orgulho. Nasceram ouvindo eu falar do porto e cresceram vivenciando a profissão”, conta. “Porém, jamais interferi na vida profissional de cada um. Evidentemente que, como pai, sempre procurei orientar da melhor forma, mas sem imposição”.
O orgulho da profissão exercida por quase cinco décadas é traduzido em palavras pelo pai que pode chamar os filhos de colega de trabalho. “Atualmente, em casa, o assunto porto sempre domina as conversas de fim de semana”, diz.
Para o filho, Cezar, 41 anos, assistente técnico administrativo, poder compartilhar o mesmo espaço com o pai e a irmã torna o dia a dia diferente. “É muito legal encontrar o pai no trabalho. Antes eu trabalhava em outra sede e há três anos passei a ter esse contato diário com ele”, afirma.
Com o ingresso da irmã na atividade portuária, Cezar diz que os encontros em família passaram a ser mais frequentes. “Normalmente a família se encontrava uma vez por semana, a cada 15 dias ou apenas uma vez no mês. Agora, a gente se vê todos os dias no trabalho”, diz.
A advogada Manoella, recém-convocada pelo concurso da Portos do Paraná de 2017, explica a influência que o porto teve durante a infância.
“Para mim é uma inspiração dividir o ambiente de trabalho com meu pai antes de sua aposentadoria, porque o porto sempre esteve presente na história da nossa família”, conta a portuária. “Cresci dentro desse ambiente portuário. Tenho muitas lembranças da minha infância dentro do Palácio Taguaré, juntamente com meus irmãos”.
Ela conta ainda que o pai e o irmão ensinam as peculiaridades do ambiente portuário. “O que mudou desde a minha entrada foi este contato diário com meu pai e com meu irmão, porque retornei a morar aqui em Paranaguá e, com isso, agora posso desfrutar desses momentos junto à minha família”, comemora.