MON promove nova exposição, “Miguel Bakun: O Olhar de uma Coleção”, a partir do dia 20

Com curadoria de Eliane Prolik, exposição será inaugurada no dia 20 de março, na Sala 11. No dia seguinte, haverá lançamento de livro e mesa-redonda, ambos com o artista como tema.
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12/03/2025 - 11:10
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“Miguel Bakun: O Olhar de uma Coleção” é a nova realização do Museu Oscar Niemeyer (MON). A exposição, com curadoria de Eliane Prolik, será inaugurada no dia 20 de março, na Sala 11. No dia seguinte, haverá lançamento de livro e mesa-redonda, ambos com o artista como tema.

Obras de Bakun que fazem parte do acervo do Museu Oscar Niemeyer poderão ser vistas num interessante diálogo com dezenas de desenhos e pinturas, boa parte inédita ao grande público, que pertencem à coleção particular de Walter Gonçalves. No total, a mostra reúne aproximadamente 60 pinturas e desenhos.

Para Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura, Miguel Bakun é um nome incontornável na história da arte paranaense e brasileira. “Sua obra, marcada por uma sensibilidade única e um olhar profundo sobre o cotidiano, segue inspirando gerações, e esta exposição em especial reforça o compromisso do MON em valorizar e difundir o legado de nossos artistas, proporcionando ao público um encontro com a potência criativa de Bakun”, afirma.

“Uma mostra individual que dá ainda mais visibilidade à irretocável produção deste paranaense que é um dos representantes mais originais da arte moderna brasileira”, descreve a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika.

“Considerado um dos mais significativos artistas por sua inserção nacional e internacional, ganhou a alcunha de Van Gogh brasileiro não apenas pela similaridade de traços e cores, mas por características pessoais em comum, como timidez e introspecção”, diz Juliana.

Durante 30 anos, Bakun registrou o simples de maneira sofisticada. “Tornou grandiosas cenas de mar, vegetação, flores ou meros locais cotidianos, como quintais de casa. Com traços magníficos, executou também diversos retratos”, acrescenta a diretora.

CURADORIA – Tal conjunto, além de ser visto nesta exposição, também se transformou num livro sobre o artista, com textos que abordam a sua produção pictórica e gráfica, de autoria de Adolfo Montejo Navas e Ronaldo Brito.

A curadora Eliane Prolik explica que o entendimento e o habitat da obra de Miguel Bakun são objetivos desta mostra. “Através de sua pintura e desenho, Bakun expressa as particularidades de uma percepção de mundo curiosa e gentil diante da natureza e, ao mesmo tempo, evidencia uma potência criativa inusitada por meio de impetuosas e ritmadas pinceladas ou grafismos presentes na fatura de seus trabalhos”, diz.

“Um sujeito forte e expressivo a capturar o mundo em sua arte com tamanha escuta e abertura, sendo capaz de construir uma obra de força poética e um riquíssimo pensamento visual”, afirma.

O colecionador Walter Gonçalves informa que na exposição estão presentes 25 pinturas e 24 desenhos de Bakun que se somam às cinco pinturas do acervo do Museu Oscar Niemeyer. “É importante que coleções particulares sejam oferecidas ao público e participem no processo do tornar a arte mais visível e significativa”, diz ele.

BAKUN – Descendente de eslavos, Miguel Bakun (1909-1963) nasceu em Mallet, no Centro-Sul do Estado. Pintor e desenhista autodidata, é considerado um dos pioneiros da Arte Moderna no Paraná. Ingressou na Escola de Aprendizes da Marinha, em Paranaguá, em 1926. Dois anos depois, já na Escola de Grumetes do Rio de Janeiro, em 1928, conheceu o marinheiro e artista José Pancetti, que o incentivou a desenhar. Desligado da Marinha, voltou a Curitiba em 1930, onde exerceu diversas profissões, além de dedicar-se à pintura.

ELIANE PROLIK – Artista, curadora, produtora e editora. Como curadora, assinou a mostra “Mario Rubinski – O Espaço Imantado”, em parceria com Adolfo M. Navas, no MON (2023); “Bernadete Amorim – Entremeios”, MUMA (2023); “Antonio Arney – Estruturas e Valores”, em parceria com Adolfo M. Navas, MON (2018); “Andersen in situ/ em trânsito”, em parceria com Adolfo M. Navas, Museu Alfredo Andersen (2018); “Miguel Bakun – Na Beira do Mundo”, em parceria com Ronaldo Brito, MON (2010), “Miguel Bakun – A Natureza do Destino”, na Casa Andrade Muricy e Instituto de Arte Contemporânea, em São Paulo (2009), além da curadoria do Paraná, na Bienal de Curitiba.

MON realiza exposição individual de Miguel Bakun
Foto: Reprodução


WALTER GONÇALVES – Há uma década, o empresário paranaense coleciona e se dedica à pesquisa da obra de Bakun. Formado em Engenharia Química pela UFPR, possui cursos de especialização em administração de empresas e finanças, como: Columbia (New York), Vanderbilt (Nashville/USA), EMLyon (Lyon/França), London Business School (Londres), Cambridge University (Cambridge/UK). Desenvolve atividades da pesquisa e do colecionismo principalmente da arte moderna brasileira.

RONALDO BRITO – Crítico, historiador da arte e poeta. Foi professor do Programa de Pós-Graduação em História Social da Cultura da PUC-Rio de Janeiro. Começou a escrever sobre arte no semanário Opinião, na década de 1970. Desde então, publicou vários estudos sobre o Neoconcretismo e monografia sobre Miguel Bakun, Mario Rubinski, Sérgio Camargo, Iberê Camargo, Amilcar de Castro, Waltércio Caldas e Oswaldo Goeldi, entre outros inúmeros textos em livros e catálogos. Em 2005, a Editora Cosac Naify lançou o livro “Experiência Crítica”, uma coletânea de seus textos críticos.

IVO MESQUITA – Jornalista, crítico, curador e historiador de arte. Foi diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo-MAM/SP (2000-2002); curador chefe e diretor artístico da Pinacoteca do Estado de São Paulo (2003-2015); professor visitante do Center for Curatorial Studies – CCS, Bard College, Nova York (1996-2007); curador chefe da 28ª Bienal de São Paulo, FBSP (2008). Historiador, curador e escritor independente desde 2015. Membro da Diretoria do Comitê Internacional dos Museus de Arte Moderna – CIMAM entre 2007 e 2013.

SOBRE O MON – O Museu Oscar Niemeyer (MON) é patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.

Serviço:

“Miguel Bakun: O Olhar de uma Coleção”

20 de março

Horário: 19h – Inauguração da exposição

Local: Sala 11

21 de março

18h30 – Mesa-redonda com o colecionador Walter Gonçalves, a curadora Eliane Prolik e os críticos e historiadores de arte Ivo Mesquita e Ronaldo Brito

Local: Auditório Poty Lazzarotto

Entrada gratuita

20h – Lançamento do livro

Local: Sala 11

Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico - Curitiba

https://www.museuoscarniemeyer.org.br

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