Mulheres na Polícia Científica do Paraná têm papel essencial para elucidação de crimes

A presença feminina na Polícia Científica contribui para a investigação criminal e também quebra estereótipos. Atualmente, 223 mulheres integram as 20 Unidades de Execução Técnico-Científica (UETC) do Estado, desempenhando papéis estratégicos na investigação criminal.
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11/02/2025 - 16:10

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No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, a Polícia Científica do Paraná (PCP) exalta a contribuição de suas peritas e técnicas. Em um universo onde precisão e tecnologia definem a justiça, essas profissionais são fundamentais na elucidação de crimes e na construção de um sistema mais eficiente e confiável.

O secretário estadual da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, destacou a capacidade técnica e o comprometimento destas profissionais. “As profissionais da Polícia Científica do Paraná são referência em competência e dedicação. A precisão e o olhar atento delas fazem toda a diferença na produção da prova pericial, garantindo investigações mais ágeis e eficazes”, afirmou.

O diretor-geral da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki, também ressaltou o papel essencial das mulheres na produção da prova pericial e na inovação científica dentro da instituição. “A ciência forense é, por natureza, um campo que exige rigor metodológico, precisão técnica e um olhar investigativo aguçado”, disse o diretor.

Segundo ele, as mulheres que atuam na Polícia Científica do Paraná incorporam essas qualidades com excelência, promovendo avanços significativos na elucidação de crimes e na consolidação de um sistema de justiça cada vez mais fundamentado em evidências. “O trabalho delas não apenas fortalece a perícia criminal, mas também reafirma o papel da ciência como um pilar inegociável da verdade”, afirmou.

Atualmente, 223 mulheres integram as 20 Unidades de Execução Técnico-Científica (UETC) do Estado, desempenhando papéis estratégicos na investigação criminal.

As peritas criminais são responsáveis por analisar vestígios e realizar exames técnicos para a elaboração de laudos de perícia criminal, documentos que materializam as provas de um crime. Já o trabalho das técnicas em perícia auxilia as peritas na coleta, preservação e análise de vestígios, operando equipamentos, preparando amostras e executando procedimentos técnicos que garantem a autenticidade das análises.

Em 2024, o trabalho das mulheres contribuiu para a realização de 114.593 exames periciais, reduzindo o tempo médio de conclusão dos laudos para apenas 10 dias, sete a menos que em 2023. Além disso, foram fundamentais para que o Paraná alcançasse o segundo lugar no ranking nacional de matches balísticos, registrando mais de 500 compatibilidades entre provas coletadas em locais de crime.

Raisa Requi Jakubiak, perita há três anos e que atualmente trabalha na UETC de Guarapuava, no Sudoeste, descreve o dinamismo diário da profissão. "A rotina é bem desafiadora. A cada plantão você pode ser confrontada com algo totalmente diferente do que você já viu, e tem que lidar para solucionar aquele problema", diz.

A presença feminina na Polícia Científica contribui para a investigação criminal e também quebra estereótipos. A técnica de perícia Fernanda Abranoski, chefe do Setor de Tanatologia Forense, acredita que essa mudança é essencial. “Vejo a presença de mulheres sendo muito importante como forma de desmistificação do caráter masculino que a sociedade tem com a profissão. Nosso ambiente sempre demanda muitas responsabilidades e ter uma visão feminina é muito importante”, afirma.

A atuação feminina na PCP se estende por todas as áreas, como balística, química forense, toxicologia, identificação veicular, perícias ambientais, computação forense, genética molecular forense, análise de locais de crimes, necropsia, clínica médica, verificação de violência sexual, patologia forense, antropologia forense e psiquiatria forense.

A inovação é aliada fundamental nesse processo. Denise de Oliveira Carneiro Berejuk, perita há 15 anos que atualmente trabalha no Núcleo de Perícias Audiovisuais, traduz sinais imperceptíveis ao olhar comum.

“Eu trabalho com a identificação de locutores e é um trabalho bastante minucioso, muito voltado à parte das ciências humanas. Estudar o que está se passando dentro da cabeça de uma pessoa, a maneira como ela expressa as emoções dela, como ela expressa os planos ou até mesmo num arquivo de vídeo, tudo isso é muito instigante”, conta.

A presença feminina também abrange outra área reconhecida da PCP: o Museu Paranaense de Ciências Forenses. Atualmente dirigido por uma mulher, a perita Fabiola Machado, ele recebeu eventos de destaque como o "Festival de Cinema Fantástico “O Djanho!” e espetáculo interativo "A Maldição dos 27 Anos”. Além disso, somente em 2024, o Museu recebeu 70 mil visitantes em feiras, exposições e visitas escolares. 

Segundo a diretora, a funcionalidade do Museu é explicar como é feito o uso da ciência no dia a dia. “É um museu que fica dentro da Polícia Científica, que guarda a história da nossa instituição e que conta para as pessoas um pouco mais sobre o nosso trabalho. E, principalmente, conta para as pessoas sobre como a gente usa ciência na resolução dos crimes e como a gente aplica esses conhecimentos científicos para descobrir e comprovar a autoria de um determinado crime”, acrescenta.

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