Mulheres debatem seu papel no empreendedorismo e inovação

Esses foram alguns dos temas debatidos no segundo dia da Semana Paraná Inovador, promovida pelo Governo do Estado. Na quarta-feira (16), os painéis e conversas – e grande parte do público presente no Palácio Iguaçu – foram formados por mulheres que se destacam nas áreas de negócios, tecnologia e inovação.
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17/10/2019 - 10:10
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Uma tarde inteira para mostrar o papel da mulher no empreendedorismo, na inovação e na liderança, e o equilíbrio entre carreira e maternidade. Esses foram alguns dos temas debatidos no segundo dia da Semana Paraná Inovador, promovida pelo Governo do Estado entre os dias 15 e 19. Na tarde de quarta-feira (16), os painéis e conversas – e grande parte do público presente no Palácio Iguaçu – foram formados por mulheres que se destacam nas áreas de negócios, tecnologia e inovação.

Na primeira mesa, Jaqueline Almeida, diretora de Tecnologia do Detran; Luciana Burko; presidente da Câmara da Mulher Empreendedora; Ariane Santos, fundadora e CEO da Badu Design; e Marcia Cavalcante, líder de Inovação Aberta da Celepar, debateram sobre Liderança Feminina e os caminhos que cada uma abriu para se destacar em suas áreas.

“As mulheres já são líderes há muito tempo, mesmo dentro de casa. Toda dona de casa é uma empreendedora que precisa administrar o tempo e os recursos. Esse foco e disciplina também são levados para o mundo corporativo”, afirmou Luciana Burko.

Para elas, capacitação constante, o olhar diferenciado e humano fazem a diferença para as mulheres em termos de inovação. “O setor de tecnologia é um ambiente masculino, mas isso está mudando e as mulheres estão mais inseridas no ecossistema de inovação. Aliar suas características ao que a área exige é a oportunidade de fazer diferente”, disse Marcia Cavalcante.

Ariane Santos destacou que os novos tempos trazem uma revolução no relacionamento entre as pessoas, e muitas mulheres reconhecem nisso uma oportunidade, não uma vulnerabilidade.

“Mesmo na tecnologia sempre houve presença feminina. A primeira linguagem de programação foi feita por uma mulher”, disse Ada Lovelace. O conceito que serviu de base para os celulares e o sistema Wi-Fi foram desenvolvidos por Hedy Lamarr”, lembrou Jaqueline. “Criar soluções e melhorar os processos para algo que impacte na sociedade são coisas feitas há muito tempo pelas mulheres, e isso é inovação”, salientou.

AUTENTICIDADE – Deixar a formação em administração de empresas para se tornar apresentadora de TV e depois trocar a carreira em frente às câmeras para focar em um projeto pessoal que busca influenciar as pessoas a realizarem seus sonhos. Esse é um pouco da trajetória da apresentadora, empresária e influenciadora Rafaella Brites, que trouxe à Semana Paraná Inovador as ideias por trás de seu projeto Transformando Sonhos em Realidade (TSER).

Autenticidade é a palavra-chave para quem quer inovar, defendeu a influenciadora. “Muitas vezes a gente procura inovação fora, fora do País, seguindo e se comparando com outras pessoas. Mas se tem uma coisa que faz inovar é descobrir quem a gente é, da forma mais genuína e mais autêntica”, afirmou. “A inovação é algo que não existe, e se tem algo que não existe é alguém igual a gente, com as mesmas ideias e histórias. Quando trazemos nossa autenticidade para nosso trabalho, estamos inovando”, disse.

COLABORAÇÃO – Rafa Brittes também se juntou com as empresárias Luanna Toniolo, cofundadora startup TROC.com.br e Heloisa Garrett, presidente da Lide Paraná, e com Marcia Cavalcante, da Celepar, para mediar uma conversa com o tema Construindo uma Rede de Colaboração entre Mulheres, que destacou a forma como as mulheres se posicionam e se relacionam no mercado.

Aliar a carreira como empreendedora à vida pessoal e, especialmente, à maternidade foi um dos assuntos abordados na mesa, que também se estendeu para a fala de Luanna Toniolo sobre o papel das mulheres na sociedade.

“Não dá para querer criar uma personagem da mulher perfeita que dá conta de tudo. No momento em que se fala de maternidade e empreendedorismo, em algum lugar a gente vai falhar. E tudo bem”, disse. “A melhor forma de lidar com isso é com equilíbrio, saber que a gente tem as caixinhas do trabalho, dos amigos, dos filhos, de tudo que tem fazer. Em algum desses lugares, em qualquer momento, a gente vai falhar. Por isso é preciso uma apoiar a outra, contar com uma rede de apoio e dividir a tarefa com o marido”, afirmou.

INFLUÊNCIA – As irmãs curitibanas Bárbara, Débora e Júlia Alcântara, fundadoras da holding Orna, reuniram-se com Letícia Preuss, da Endeavor, para falar sobre influenciar pessoas. Os caminhos percorridos pela Orna como uma marca nativa digital é um exemplo de influência.

A Orna nasceu no âmbito digital como um blog, que era não só o hobby como uma plataforma de experimentos para ferramentas que as irmãs queriam experimentar na área de comunicação. Com a monetização do espaço e a criação de uma comunidade virtual, elas trocaram empregos tradicionais e deram novos passos: criaram uma marca de acessórios, uma de cosméticos, cursos online e uma experiência offline, o Orna Café.

“Uma das características importantes de uma marca nativa digital é a formação de uma comunidade, que tem valores em comum com os seus”, disse Júlia. “Sempre fomos transparentes com nossos seguidores e construímos nossa marca com eles. Assim, oferecemos mais que um produto, mas um conceito e uma experiência. Até as cores das paredes do café foram votadas pelos seguidores, que se sentem pertencentes àquele espaço”, ressaltou.

“É o conteúdo humano que influencia, porque pessoas se conectam com pessoas. A Internet é uma extensão das relações humanas, por isso surgem as comunidades onde se criam afinidades”, disse Débora. “Engajamento e número de seguidores não são sinônimo de influência, o que faz a diferença é um conteúdo de relevância”, acrescentou.

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