Momento de reencontro: aulas teóricas presenciais da UEPG retornam para 7.500 alunos

O retorno acontece um mês depois do início presencial das aulas práticas. O cuidado com a Covid-19, no entanto, não acabou, com a manutenção de todos os protocolos de biossegurança.
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07/03/2022 - 19:00
Editoria

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) voltou a ter suas salas de aula mais frequentadas nesta segunda-feira (7). Depois de quase dois anos, a instituição retornou as aulas teóricas presenciais para cerca de 7.500 estudantes da graduação. O retorno acontece um mês depois do início presencial das aulas práticas.

Ana Julia Marçal, aluna do primeiro ano de Direito, ainda não tinha visto alguns colegas presencialmente. “É muito diferente do que ver pela tela do computador, onde nem todo mundo abria a câmera”, disse. Frequentar pela primeira vez a UEPG como aluna deixou Ana ansiosa. “Nem consegui dormir essa noite. Hoje eu estou muito feliz de estar aqui. Eu tenho essa necessidade de estar em contato com as pessoas, de conversar, então estou muito animada para esse retorno”, afirmou.

O curso de Direito optou por retornar presencialmente apenas em março, sem atividades presenciais práticas em fevereiro. “É muito bom rever os alunos que já frequentaram os nossos corredores e aqueles que estão presencialmente na UEPG pela primeira vez. Temos certeza de que teremos responsabilidade dos alunos e professores com o Protocolo de Biossegurança Institucional”, destaca o coordenador do curso, Volney Campos.

O cuidado com a Covid-19, no entanto, não acabou, com a manutenção de todos os protocolos de biossegurança. Segundo Volney, as salas estão preparadas com insumos de higiene e turmas muito grandes têm aulas remotas, para evitar aglomerações. “Sem dúvidas, esperamos ter um excelente retorno das atividades presenciais”.

O primeiro dia de aula presencial no curso de Ciências Contábeis foi animador para Julia Graziela. “Mesmo sendo meu primeiro dia presencialmente, está muito legal, porque é bom finalmente conhecer meus colegas de maneira presencial”, afirmou. Para ela, o período de aula remota dificultou alguns aspectos do aprendizado. “Minha expectativa agora é aprender de uma maneira melhor, juntamente com meus colegas”, completou.

Para o coordenador do curso de Contábeis, Jocimar Donizeti do Prado, a palavra que melhor define o sentimento neste retorno foi felicidade. “Porque a gente sabe da importância desse contato presencial e o nosso Departamento não via a hora de voltar”, contou.

O período de aulas remotas foi um obstáculo a ser vencido, para ele. “Porque tivemos que aprender a dar aulas sem ver os alunos e a maioria não abria a câmera para a aula e isso nos desmotivava”, disse. Os professores prepararam uma semana de acolhida aos alunos, com informações sobre o funcionamento do curso. “Temos uma média de 500 alunos no curso e esse calor humano nos fez falta, estamos com uma esperança alta para essa retomada”.

ROTINA – “Esse retorno está sendo ansioso porque ficamos dois anos sem nos ver e comunicar pessoalmente, as relações se fragilizaram”, salientou Kimberly Juliana dos Santos, acadêmica de Serviço Social. “Com o retorno presencial, tive um pouco de medo. Senti em mim uma fragilidade em pensar em como será esse retorno e quais os desafios enfrentaremos”.

Apesar disso, Kimberly diz estar esperançosa. “Sinto que vamos conseguir vencer essa pandemia, vamos conseguir nos formar e vamos conseguir voltar a ser um pouco do que éramos antes. Não iguais, mas vamos poder construir juntos um novo fazer profissional”.

A volta ao presencial mudou a rotina de Chaquelle Oneal Almeida. Aluno do 3º ano de Artes Visuais, teve aulas presenciais apenas um mês em 2020, antes da pandemia. O retorno, no último mês, reorganizou o modo de vida do acadêmico. “Moro em Carambeí e saio de lá 11h de ônibus e chego aqui perto da aula começar”, afirmou. Mesmo na correria, Chaquelle diz estar animado. “Em casa, não havia a separação das coisas da faculdade com outras obrigações e agora poderei me organizar melhor”.

O primeiro dia de aula para alunos do curso de História foi momento de sentir a subjetividade do outro. “Retornamos com as experiências de escutar, olhar e ouvir a voz mais de perto. Está sendo como o primeiro dia de aula, o início de um ano letivo”, contou a professora Lorena Zomer.

Os esforço dos professores para manter a qualidade das aulas durante a pandemia se estende no presencial, segundo ela.  “Agora, com outros desafios, como conhecer o outro presencialmente e  lidar com protocolos de segurança. Mas é um estranhamento natural e que faz parte dos processo, pois no fundo é uma vontade de todos a volta para a sala de aula”.

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