Os alunos da rede estadual de ensino do Paraná têm motivos para comemorar o Dia Nacional da Alimentação Escolar, neste sábado, 21 de outubro. A refeição servida diariamente nas 2,2 mil escolas estaduais tem arroz, feijão, salada, carne, bolos, frutas. A qualidade e a quantidade de produtos fornecidos pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação, garantem saúde e energia às crianças e adolescentes, além de favorecerem o aprendizado.
Desde junho de 2022, por determinação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, o programa Mais Merenda foi ampliado e todos os colégios estaduais passaram a servir três refeições por dia aos alunos: lanche na chegada, almoço no recreio e lanche na saída. Em 2023, foram adquiridas mais de 30 mil toneladas de produtos – quase o dobro de 2021 (17,5 mil). Somente em carnes (bovina, suína, aves e peixes) o salto foi de 1,4 mil kg para 9 mil kg no mesmo período, quase sete vezes mais. A proteína está presente nos cardápios das escolas três dias da semana.
Uma marca da alimentação na rede estadual é que pelo menos 11 mil toneladas de todos os produtos vêm da agricultura familiar. Ovos, frutas, verduras, hortaliças: um a cada quatro destes produtos é orgânico. “O governo estadual garante saúde para os estudantes, ofertando três refeições por turno escolar, e incentiva o desenvolvimento social e sustentável de mais de 20 mil famílias de agricultores no Paraná”, afirma o secretário estadual de Educação, Roni Miranda.
O Paraná é um dos estados que mais investe em merenda da rede estadual, segundo Eliane Teruel Carmona, diretora-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), vinculado à Seed-PR e responsável por todo o processo de aquisição e distribuição dos alimentos nas escolas.
Ela reforça a importância de assegurar que as unidades de ensino tenham os itens necessários para a alimentação de qualidade dos alunos. “Temos que atuar para que a merenda passe por um rigoroso controle de qualidade no momento da aquisição, no armazenamento e na distribuição para levar mais e mais saúde aos estudantes. Bem alimentados eles têm mais condições de aprendizado”, afirma.
PREPARO - Para auxiliar no preparo da merenda, a equipe de nutricionistas do Instituto Fundepar envia periodicamente sugestões de cardápios e fichas técnicas das carnes para as escolas, para que os produtos sejam servidos de acordo com o planejamento. A nutricionista responsável técnica do Estado, Andrea Bruginski, lembra que a merenda escolar faz parte da segurança alimentar de crianças e adolescentes.
“O programa de alimentação escolar é o maior programa de segurança alimentar do Estado e disponibilizar alimentação saudável e adequada aos alunos significa garantir alimentação a 9,7% da população. A alimentação escolar supre, no mínimo, 30% da necessidade nutricional de nossos alunos. São ofertados, a cada refeição, alimentos adequados e saudáveis. São muitas frutas, legumes, verduras, arroz, feijão, carne, pães, leite. Comida de verdade”, afirma.
MERENDA NOTA 10 - Pablo Ricardo Lemes de Jesus, 12 anos, aluno do 6º ano do período da tarde, do Colégio Estadual Alto da Glória, em Palmas (Sudoeste), conta que a mãe quase não tem tempo de fazer comida, porque trabalha com limpeza, e que a refeição na escola é fundamental.
“Eu como todos os dias na escola e depois saio forte para treinar futebol. Quando eu frequentava a escola praticamente o dia todo, eu também almoçava no colégio”, conta. Pablo diz que gosta de todo o cardápio, mas prefere a “quirerinha” com carne, arroz, feijão, salada e risoto. “As tias da merenda servem bem o prato e ainda posso repetir. Minha nota para a comida do colégio é 10”, completa.
Uma das responsáveis pelo sabor dos pratos do colégio é Chairman Serpa Maciel. Merendeira há 25 anos, ela afirma que se os estudantes tiverem uma alimentação saudável, terão mais qualidade de vida dentro e fora da escola. Chairman também sabe que, para muitos dos alunos, a comida na escola é a principal refeição do dia. “Nosso colégio fica em uma região carente do município, por isso, capricho no preparo”, conta.
- Fundepar distribui recursos à rede estadual para reforçar combate à pobreza menstrual
-
Alunas de Assaí transformam óleo em biocombustível para modernizar transporte escolar
Em relação aos produtos que recebe na cozinha no dia a dia, a cozinheira avalia que são de boa qualidade, variados e frescos. “Os alunos adoram e o Estado está se superando no quesito alimentação”, elogia.
O diretor Fernando Souza da Silva, há um ano e quatro meses à frente da coordenação do colégio Alto da Glória, diz que a merenda é tão importante quanto a presença dos alunos. Ele gosta de caminhar pelo refeitório e sentir o cheirinho da comida e, nos horários dos lanches, aproveita para observar o interesse dos estudantes.
“Os alunos me abordam e perguntam o que vai ter no cardápio. Até o trato das merendeiras com eles é importante para a construção pedagógica”, diz. “Procuramos ensinar que, ao alimentarmos o corpo, automaticamente alimentamos o saber. Alunos nutridos têm um melhor desempenho em suas atividades em sala de aula”, reforça
No colégio Alto da Glória, os gestores envolvem a alimentação em outras atividades, como o café com o diretor. “Usamos os recursos do Mais Merenda também para lanches especiais com os alunos que mantêm a frequência em 100%. Tem dado ótimos resultados. Nossos índices de presença dispararam em menos de um ano”, destaca Fernando.
A DATA - O Dia Nacional da Alimentação na Escola é instituído por lei federal e tem o objetivo de chamar a atenção de toda a comunidade sobre a importância de pensar e manter bons hábitos alimentares para as crianças, jovens e adultos estudantes.
