O Paraná atingiu em 2022 o maior volume de produção de carne de frango da história. Foram mais de 2 bilhões de aves produzidas no Estado, mais de um terço da produção nacional no último ano, de pouco mais de 6 bilhões de unidades. Os números constam no documento Dados da Estatística da Produção Agropecuária, divulgado na quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e cuja série histórica (veja ) demonstra um potencial de crescimento ainda maior do segmento em nível estadual.
Enquanto a avicultura vem sofrendo oscilações no Brasil nos últimos anos, no Paraná o crescimento é constante e se mostra sustentável desde o início da série histórica do IBGE, que começou a medir os níveis de produção a partir de 1997. Desde então, os produtores paranaenses ampliaram continuamente sua participação nos resultados nacionais, passando de 19,8% para 33,5% do total de carne de frango que abastece os mercados interno e externo.
Em números absolutos, a produção aumentou de 425.748.204 frangos no início da série histórica para 2.044.433.779 em 2022. Nos intervalo de 25 anos da amostragem, houve uma leve retração no número de aves abatidas em apenas duas oportunidades: de 2008 para 2009 e de 2017 para 2018.
O aumento da produção teve impacto direto também sobre a balança comercial do Paraná, com alta de 31,7% nas exportações de frango em 2022, passando de US$ 2,7 bilhões para US$ 3,6 bilhões em vendas. Com isso, o produto ultrapassou a soja como o mais exportado pelo Estado no último ano. No período, os maiores compradores foram China, com US$ 776 milhões, Emirados Árabes Unidos (US$ 334 milhões) e Japão (US$ 274 milhões).
Uma análise feita pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base em dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do IBGE também aponta para um crescimento por três anos seguidos na proporção de carne de frango produzida para a exportação. Em 2022, 41,7% do volume total da proteína das aves abatidas no Estado foi direcionada aos mercados consumidores de outros países, aumentando o lucro de toda a cadeia produtiva envolvida no segmento. A porcentagem supera os níveis de 2021 (41,4%) e 2020 (40,2%).
Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o aumento pela procura da carne de frango paranaense ocorreu por fatores externos, como a guerra na Ucrânia e a inflação nacional, mas também por causa da qualidade do produto.
“Temos qualidade reconhecida, tanto no frango in natura como no processado, além de sanidade reconhecida internacionalmente. São vários atributos que nos conferem uma presença importante no mercado externo, levando a carne paranaense para todo o mundo”, ressaltou Ortigara, que integrou uma comitiva paranaense liderada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior para abertura de novos mercados para a proteína animal no Japão e na Coreia do Sul.
A previsão da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná é de que em 2023 o setor continue em expansão em nível estadual, impulsionado pelo grande volume de investimentos na indústria agropecuária, com instalação de novas plantas e reativação da operação de outras que estavam paradas.
PESQUISA – O estudo do IBGE fornece informações sobre o total de cabeças abatidas e o peso total das carcaças para as espécies de bovinos, suínos e frangos, tendo como unidade de coleta o estabelecimento que efetua o abate sob fiscalização sanitária federal, estadual ou municipal. A periodicidade da pesquisa é trimestral, sendo que para cada trimestre do ano civil os dados são discriminados mês a mês. As Informações completas podem ser consultados no Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).