Maringá sedia debate sobre
atenção materno-infantil

Com o tema “Inovar para avançar”, o objetivo deste evento é capacitar cerca de 2 mil profissionais da Atenção Primária, Ambulatorial e Hospitalar das Regiões de Saúde para enfrentamento de situações que influenciam na mortalidade materna, infantil e fetal.
Publicação
22/11/2019 - 15:40
Editoria

Confira o áudio desta notícia

Depois de Cascavel e Ibiporã, Maringá sediou nesta sexta-feira (22) o terceiro evento macrorregional de qualificação da atenção materno-infantil promovido pela Secretaria de Estado da Saúde. Com o tema “Inovar para avançar”, o objetivo é capacitar cerca de 2 mil profissionais da Atenção Primária, Ambulatorial e Hospitalar das Regiões de Saúde para enfrentamento de situações que influenciam na mortalidade materna, infantil e fetal. O último evento macrorregional será em Curitiba, dia 6 de dezembro, no auditório do Colégio Militar de Curitiba.

O intuito de fazer a qualificação nas macrorregionais é aproximar as pessoas das experiências exitosas de cada local. “Com esses encontros descentralizados conseguimos dar ênfase para as particularidades da região, fazendo uma leitura mais profunda dos problemas ocorridos naquele local”, disse o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “Essa regionalização do cuidado fortalece não só a interiorização como também a atenção macrorregional materno-infantil”, acrescentou.
Os profissionais participantes têm acesso às ações e estratégias realizadas pela Secretaria para diminuir os índices de morte materno-infantil e fetal. “Por meio da troca de informações e experiências de cada local, conseguimos colocar pontos importantes de ações que visão reduzir o número de mortes materno-infantil”, disse Carolina Bolfe Poliquesi, chefe da Divisão da Atenção à Saúde da Mulher. Segundo ela, a atenção à saúde da mulher e da criança necessita de aperfeiçoamento nos vários níveis de atenção sempre com foco na promoção da saúde.

DINÂMICA – O ginecologista e obstetra da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, da Secretaria, Marcos Takimura, fez uma interação com o público ao qual coloca situações que ocorrem no dia a dia da atenção à saúde materno-infantil. “São apresentadas várias situações e diante disso fazemos uma análise de qual seria o melhor procedimento a ser realizado naquele determinado atendimento. Acredito que essa metodologia de aprendizagem propicia uma maior absorção do conteúdo e utilização prática”, disse.
NEAR MISS MATERNO – Uma das palestras que chama muito atenção durante a capacitação diz respeito ao Near Miss Materno (NMM), que identifica mulheres que correram risco de morrer por complicações relacionadas à gestação, parto e puerpério. A partir da identificação desses casos, os serviços de saúde e a gestão regional podem identificar fragilidades nos atendimentos.

Na perspectiva do serviço hospitalar, a investigação gera barreiras para aumentar a segurança das pacientes. Na perspectiva da linha de cuidado materno-infantil são feitas ações para aprimorar a atenção à gestação ao parto e ao puerpério. Segundo a enfermeira técnica da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher, Glaucia Gonçalves, desta maneira pretende-se aperfeiçoar o cuidado para as mulheres e aos bebês no Estado. “O monitoramento do Near Miss Materno é uma ferramenta estratégica inovadora porque gera maiores informações para a qualificação da atenção e para enfrentamento da mortalidade materno-infantil”.

A diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Secretaria, Maria Goretti David Lopes, diz que o objetivo é sensibilizar e capacitar os profissionais de saúde, em especial médicos e enfermeiros, atuantes no pré-natal de risco habitual e intermediário com captação, estratificação e manejo de gestantes notificadas no Near Miss Materno. “Reduzir a mortalidade materna e infantil e aumentar a qualidade de vida da mulher em todo Paraná requer uma atualização contínua, sistêmica e conjunta dos gestores federal, estadual e municipal e dos profissionais da saúde; estratégias como esta fortalecem este compromisso”, afirmou.

COMITÊ DE PREVENÇÃO – A Secretaria da Saúde está reorganizando o Comitê de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, um organismo de controle social que identifica os óbitos maternos e aponta medidas de intervenção para a redução de casos.

A volta do comitê é apontado por técnicos e especialistas da área como uma importante medida para a redução da mortalidade. “Reconhecemos que existe um gargalo não resolvido na morte de gestantes e que a reparação deve ser urgente. Por conta do nosso compromisso com a vida, vamos retomar o Comitê e atuar em parceria com os Conselhos de Saúde, Associações dos Municípios do Paraná, Consórcios Municipais de Saúde e gestores municipais. Faremos juntos o enfrentamento da questão”, afirmou Beto Preto.

O comitê é uma ferramenta de enfrentamento da mortalidade materno-infantil e fetal muito positivo. “Já foi comprovado que o comitê contribui para a melhoria dos sistemas de registro e avaliação dos óbitos aumentando a quantidade e a qualidade das informações sobre as causas das mortes e fatores de riscos associados. Com base nesses dados poderemos estabelecer políticas mais eficazes de assistência à mulher no planejamento familiar, durante a gravidez, nos casos de aborto, no parto e no puerpério; esta é a nossa meta”, disse Maria Goretti.

PARTICIPAÇÕES — Participaram do evento a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, diretores das Regionais de Saúde de Campo Mourão, Eurivelton Wagner Siqueira, de Umuarama, Viviane Herrera, de Cianorte, Adriana Batista Gonçalves Guimarães e Maringá, Ederlei Ribeiro Alkamin, a Diretora pelo Cosems da macrorregional noroeste, Rosangela Guandalin e cerca de 400 profissionais de saúde.

GALERIA DE IMAGENS