Estima-se que no Litoral mais de 6 mil imóveis têm piscinas fixas, de maior porte. Mas são as pequenas, de até mil litros de capacidade, que acabam causando maior consumo de água. A Sanepar orienta que a manutenção correta evita desperdícios e sustos com o valor da conta de água.
Sem se dar conta, muitas pessoas trocam a água com frequência e aumentam muito o consumo mensal. Se a água de uma piscina plástica de mil litros for substituída diariamente, por exemplo, a fatura vai registrar 30 mil litros de água a mais por mês. A solução é tomar medidas que evitem essa troca frequente.
O técnico químico Luiz Leandro de Vicente, coordenador Industrial da Sanepar, lembra que o uso diário de uma colher de sopa de água sanitária para cada mil litros de água ajuda a mantê-la limpa. “O hipoclorito, componente principal da água sanitária, inibe a proliferação de algas que deixam a água esverdeada, e combate o desenvolvimento das bactérias”, afirma.
A evaporação da água também é natural, mas pode ser reduzida nos períodos sem uso se as piscinas forem cobertas. Além de evitar a evaporação, a cobertura mantém a temperatura da água e reduz riscos de entrada de folhas, insetos e sujeira. Outro cuidado é não entrar na piscina com o corpo ou com os pés com resíduos de areia. Assim, a água se conserva limpa por mais tempo.
NA PRÁTICA - A família de Lindenor Meireles Quadros, de Curitiba, dá bons exemplos nos cuidados com a piscina, cobrindo toda área da água quando não está em uso. “A piscina foi comprada há dois anos e enchemos ela apenas duas vezes. Uma em cada temporada”, diz Lindenor, que tem ciência de que abusos com o uso da água podem causar aumento na fatura no fim do mês.
A mulher dele, Alice de Quadros, foi quem deu as orientações para colocação da água sanitária na piscina. “Vi numa reportagem que era correto fazer isso e pedi ao meu genro que colocasse o produto na água para que ela ficasse limpa. Hoje a piscina tem dosador flutuante de cloro em pastilha”, explica.
Segundo o gerente da Sanepar Arilson Mendes, o uso racional e consciente ajuda a preservar a água e a evitar que ela falte em períodos de maior consumo. “A piscina é um espaço de diversão e de convivência, mas requer cuidados simples para que não se torne um problema ou cause despesas desnecessárias”, afirma.
Se for inevitável a troca, uma dica importante é reutilizar a água na limpeza das calçadas, na lavagem dos carros e na descarga dos vasos sanitários. Alice disse que o descarte da água, na hora de voltar para casa, vai para a limpeza das áreas externas. “Lavamos e enxaguamos as calçadas e o que sobra usamos na descarga e na limpeza dos banheiros. Aqui não desperdiçamos nada”.
AUMENTO DO CONSUMO – A Sanepar produziu 9% a mais de água no Litoral de 20 de dezembro até 22 de janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Este aumento é natural no verão, porém as visitas de amigos e familiares e as altas temperaturas podem elevar muito gasto diário. Por isso, é importante orientar os ocupantes do imóvel a tomarem cuidados com a água.
Alice de Quadros diz que avisa todos que chegam a sua casa de veraneio que a água tem de ser consumida com moderação. “Se a pessoa toma banho de mar pela manhã e vai voltar à tarde basta tirar a área e o sal no chuveiro externo. Não precisa tomar dois banhos em casa”, explica.
Para saber como está o consumo do imóvel, basta fazer o acompanhamento no hidrômetro. Cada morador pode verificar dia a dia quanto é consumido. Os números que aparecem nos hidrômetros apontam a leitura de cada domicílio. Se houver alteração significativa ela deve ser verificada. Aumento anormal pode também ser indicativo de vazamento interno no imóvel. Nesse caso, as instalações hidrossanitárias devem ser monitoradas e se houver vazamento ele precisa ser contido imediatamente.