O Curso de Psicofarmacologia ofertado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para médicos que atuam na Rede de Atenção do Paraná é um dos que obteve o maior número de inscritos este ano - atraiu 1.098 profissionais. A formação, que iniciou este mês, tem como objetivo aperfeiçoar e atualizar os conhecimentos para a elaboração de prescrição de medicamentos psiquiátricos (psicofármacos).
A capacitação foi organizada pela Divisão de Atenção à Saúde Mental da Sesa, em parceria com a Escola de Saúde Pública do Paraná (ESPP). O conteúdo se concentra nos conhecimentos da prescrição e respectivas dosagens terapêuticas, dos efeitos e diagnóstico, entre outros. Os módulos podem ser acessados a qualquer momento e não existe mais limite de vagas.
“Esta é mais uma ferramenta para o atendimento às demandas do pós-Covid 19. A saúde mental de muitos paranaenses está abalada. Viram familiares, vizinhos e amigos serem vítimas do coronavírus, além das mudanças no cotidiano e do isolamento social. Se antes o número de pessoas que precisavam de apoio já era elevado, agora será ainda maior”, enfatizou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
O tema proposto pela Sesa torna-se ainda mais relevante quando um dos medicamentos mais prescritos do País pertence ao grupo dos psicofármacos (substância química que exerce uma certa influência nos processos da mente). A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta o Brasil como o país de maior prevalência de depressão na América Latina, e também um dos países mais ansiosos do mundo.
Com a pandemia o impacto aumentou, particularmente entre mulheres, jovens, pessoas com problemas de saúde mental pré-existentes, profissionais de saúde e pessoas que vivem em condições vulneráveis.
“Os estudos e números mostram que as pessoas precisam de atendimento, e, pensando nesse cenário, apresentamos em julho deste ano o Projeto de Organização da Saúde Mental no Estado, tendo como foco o impacto gerado pela pandemia da Covid-19 nos habitantes do Paraná e também as sequelas. Essa é uma preocupação do nosso Governo”, completou Beto Preto.
Hoje a Sesa investe mensalmente junto ao Serviço Integrado de Saúde Mental cerca de R$ 467 mil, em estratégias para funcionamento dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas e Unidade de Acolhimento de pacientes.
“Existe muito estigma e desconhecimento ainda em relação à importância do uso de medicação psiquiátrica, tanto entre os próprios profissionais de saúde, como na sociedade em geral e, por isso, a importância de constante atualização na área”, reforçou Maristela da Costa Sousa, médica psiquiatra da Divisão de Atenção à Saúde Mental da Sesa.
CURSO – O Curso de Psicofarmacologia é voltado para médicos generalistas, pediatras, neurologistas e para o próprio especialista em psiquiatria, a fim de qualificar o compartilhamento do cuidado do usuário com os pontos de atenção que compõem a Rede Atenção à Saúde (RAS), incorporando competências (conhecimentos, habilidades e atitudes) relativas a este recurso terapêutico no Sistema Único de Saúde (SUS).