MAC/PR inaugura a exposição
Ero Ere: negras conexões

Mostra abre em 18 de julho e reúne trabalhos do coletivo homônimo formado por artistas visuais negras residentes em Curitiba. É uma celebração ao Dia da Mulher Negra e Caribenha, comemorado em 25 de julho, e inicia a programação do Movimenta Preta, que inclui shows, homenagens e bate-papos.
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17/07/2019 - 11:40
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O Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR) recebe a partir desta quinta-feira (18) o projeto Ero Ere: negras conexões, exposição que reúne trabalhos do coletivo homônimo formado por artistas visuais negras residentes em Curitiba: Claudia Lara, Eliana Brasil, Fernanda Castro, Kênia Coqueiro, Lana Furtado, Lourdes Duarte e Walkyria Novais. A abertura será às 19 horas na sala 8 do Museu Oscar Niemeyer, onde o MAC funciona durante a reforma de sua sede.

A mostra é uma celebração ao Dia da Mulher Negra e Caribenha, comemorado em 25 de julho, e abre a programação do Movimenta Preta, ação da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura e da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho. As atividades incluem também shows, homenagens e bate-papos.

Na inauguração de Ero Ere haverá performance da artista Eliana Brasil, às 20 horas. A entrada na abertura é franca e a ação tem apoio do Conselho da Promoção de Igualdade Racial (Consepir).

Além da exposição, vários eventos vão ocorrer ao longo do período da mostra, até 11 de agosto, como oficinas de criação, mesa-redonda com as artistas e palestra com a doutora em psicologia clínica Priscila Frehse.

Formado em 2018, o Coletivo Ero Ere – que em yorubá significa ‘salve a gamaleira’, árvore de raízes fortes, símbolo religioso de matriz afro-brasileira – surgiu a partir de uma pesquisa de Eliana sobre a presença de artistas negras contemporâneas em Curitiba.

“Fui buscar referências, exposições e não encontrei. Foi quando conheci a Claudia Lara, que já tem um trabalho reconhecido e premiado, mas não tinha nenhum lugar mencionando isso. Então, revolvemos criar o coletivo a partir dessa invisibilidade, para promover o nosso trabalho e uma discussão da importância da presença dessa produção”, destaca a Eliana.

Em sua performance, chamada de Carne Nobre, ela fará uma releitura da música A Carne, interpretada por Elza Soares, uma composição de Seu Jorge, Marcelo Yuca e Wilson Capellette. “É ressignificar o que diz essa letra, trazer esse corpo negro para uma reflexão sobre a representação dessa população que veio ao Brasil a força, foi escravizada e aqui perdeu sua identidade, virou uma massa única, sem memória”, explica.

CURADORIA - Essa é a segunda mostra do Coletivo Ero Ere. A primeira foi no ano passado, em novembro, Mês da Consciência Negra, em espaços como Museu Paranaense e Secretaria da Educação. Porém, a mostra no MAC-PR é a primeira do grupo com um curador. As próprias artistas convidaram para a seleção dos trabalhos o pesquisador e professor Emanuel Monteiro, que estuda a produção de artistas negros no sul do país.

“É uma exposição coletiva com diferentes pesquisas de artistas, pesquisas não lineares”, diz Monteiro, que destaca ainda a força da arte têxtil na produção do coletivo. Eliana, por exemplo, vai apresentar o trabalho Ciclo Contínuo, em crochê, mas trabalha também com pintura tradicional. Fotografias, esculturas, estandartes e livros também farão parte da mostra.

Para a diretora do MAC-PR, Ana Rocha, Ero Ere: negras conexões dá continuidade a um processo de autocrítica que vem ocorrendo na programação do museu em 2019. “Queremos olhar para a constituição do nosso acervo e para as histórias que podemos contar a partir dessas obras. Além disso, destacar a produção de artistas e curadoras mulheres, valorizar a cultura africana e, principalmente, as mulheres negras”.

Programação completa das ações do MAC/PR:

24 de julho
Oficina de criação com Lourdes Duarte. Confecção de trabalhos com crochê, costura e bordado.
Das 14h às 17 horas
Vagas: 20 (por ordem de chegada)
Local: Sala 8 do MON
Idade mínima: 12 anos, acompanhado de um responsável

26 de julho
Conversas com artistas. Mesa-redonda com Claudia Lara, Eliana Brasil, Fernanda Castro, Kênia Coqueiro, Lana Furtado, Lourdes Duarte e Walkyria Novais, com o curador Emanuel Monteiro e Juliana Chagas da Silva Mittelbach, da Secretaria-Geral do Conselho Estadual de Promoção e Igualdade Racial.
Das 15 às 17 horas
Local: Miniauditório do MON

31 de julho
Oficina de Bonecas Abayomis, com Kênia Coqueiro. Confecção de bonecas Abayomis para promover reflexão e conscientização em adultos e, por meio da ludicidade, educar crianças para relações étnico-raciais positivas.
Das 14h às 17 horas
Vagas: 20 (por ordem de chegada)
Local: Sala 8 do MON
Idade mínima: 7 anos, acompanhado de responsável

07 de agosto
Oficina Entre agulhas, pontos e afetos: o crochê como objeto de memória, com Eliana Brasil, do Coletivo Ero Ere. A artista apresentará técnicas básicas do crochê como alternativa de troca de saberes, memórias e afetos.
Das 14h às 17h
Vagas: 20 (por ordem de chegada)
Local: Sala 8 do MON

10 de agosto
Palestra Nós entre mulheres: bordas e bordados, com Priscila Frehse, psicanalista, doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo e mestre em Letras pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Priscila fará uma conexão entre a psicanálise e a criação das artistas.
Das 15h às 17 horas
Vagas: 30 (por ordem de chegada)
Local: Sala 8 do MON

Serviço:
Exposição Ero Ere: negras conexões

Inauguração na quinta-feira, 18 de julho, às 19 horas
Até 11 de agosto

Museu Oscar Niemeyer, sala 8
Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico - Curitiba
Entrada franca na abertura
Visitação de terça-feira a domingo, das 10h às 18 horas
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada)

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