O Centro de Ação Cultural de Maringá inaugura na sexta-feira (11) a mostra “Em Tempos de Opacidade”, com obras selecionadas do acervo do MAC Paraná sob curadoria de Roberta Stubs. As obras reunidas na exposição constituem erupções artísticas que questionam os limites de nosso tempo e instauram frestas pelas quais podemos nos mover.
Trata-se de um conjunto de 16 trabalhos produzidos por artistas de diferentes gerações e regiões do Brasil e que desenham modos possíveis de atravessar a espessura do presente. “A proposta é tatear um presente que não é dado a simplificações, transitando por campos de tensões nos quais presente, passado e futuro se encontram numa espécie de encruzilhada do agora”, destaca a curadora Roberta Stubs.
Para ela, uma das ideias centrais da mostra é que o conjunto dos trabalhos expostos nos desafie e nos ajude a olhar para o momento em que vivemos.
MONTAGEM FORMATIVA – As obras viajaram do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em Curitiba, até Maringá. “É muito importante para o MAC fazer seu acervo, que é público, circular em outros municípios que não em Curitiba, a cidade-sede do museu”, afirma a diretora da instituição, Ana Rocha. Segundo ela, esse tem sido um esforço da gestão desde 2019 para que o acervo circule mais pelo Interior do Estado.
Outra particularidade interessante da mostra é que alunos do curso de graduação em Artes Visuais da Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram convidados a participar do processo da montagem das obras no espaço, unindo teoria e prática com a transversalidade entre museu e universidade. “Além das obras do nosso acervo circularem por outras cidades fora de Curitiba, essa mostra em Maringá também marca um processo importante de formação sobre Artes Visuais e sobre como organizar exposições”, ressalta Ana Rocha.
Os alunos recebem informações teóricas e recomendações práticas de profissionais da área. Jaqueline Silva do Nascimento, uma das alunas que está participando da montagem, conta que a experiência deu uma dimensão real sobre os desafios e necessidades da etapa. Até então ela nunca tinha tido contato com montadores profissionais.
“É muito legal saber que a profissão de montador existe e é uma das opções no mercado de trabalho”, afirma. “É importante também para entendermos a decisão sobre quais materiais devem ser usados dentro de uma montagem, porque não é algo experimental: é preciso ter as ferramentas certas para você não interferir no trabalho, no sentido de não danificar a obra nem atrapalhar na interpretação do público.”
Adrieli Storini Ferreira da Silva, universitária que também participa da ação formativa durante a montagem, conta que a experiência ensina diversas coisas que, por vezes, não são abordadas em sala de aula. “Estamos observando como chegam as obras que vieram de Curitiba para cá, todo o cuidado que é preciso ter na hora de montar, como as obras devem ser manuseadas, quem pode mexer e quem não pode. Está sendo uma experiência incrível”, arremata.
ARTISTAS PARTICIPANTES – Antonio Dias, Amilcar de Castro, Bruno Moreschi, Carlos Zilio, Cleverson Salvaro, Dulce Osinski, Eduardo Freitas, Eliane Prolik, Elida Tessler, Guita Soifer, Ivens Fontoura, Marcelo Nitsche, Marcos Chaves, Rodrigo Braga, Túlio Pinto, Vânia Mignone.
Com realização da Secretaria de Cultura de Maringá em parceria com o MAC Paraná e a Superintendência-geral da Cultura do Paraná, e apoio da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a exposição pode ser visitada gratuitamente no Centro de Ação Cultural de Maringá (CAC) entre os dias 11 de março e 6 de maio, de segunda a sexta-feira, das 9:30 às 17h, e aos sábados, das 10h às 16h.
Serviço:
Exposição Em Tempos de Opacidade
Abertura: sexta-feira, 11 de março, às 20h
Período expositivo: de 11 de março a 06 de maio de 2022
Local: CAC - Avenida XV de Novembro, 514 - Zona 01, Maringá
Entrada gratuita