A Seção de Genética Molecular Forense (SGMF) da Polícia Científica do Paraná completa 22 anos nesta quinta-feira (25). É um dos laboratórios pioneiros no Brasil na implantação de análises de vínculo genético para identificação humana. Além disso, o SGMF é também referência no Paraná por ser o único equipado para fazer exames preliminares em vestígios e analisar materiais biológicos em amostras de sangue ou sêmen.
Com estrutura física moderna, equipamentos avançados e profissionais com formação pós-universitária, a seção realizou, apenas em 2023, mais de 3 mil exames preliminares e de confronto genético, como identificação cadavérica, exame de paternidade decorrente de ação criminosa, exame de verossimilhança, análise de perfis genéticos de vestígios biológicos coletados em local de crime ou de vítimas de crimes sexuais, dentre outros.
O diretor-geral da Polícia Científica do Paraná, Luiz Rodrigo Grochocki, destaca a evolução da seção ao longo dos anos e a estrutura que o laboratório apresenta hoje. “Essa seção também conta com equipamentos capazes de processar diversos tipos de vestígios com precisão e eficiência, viabilizando a análise de perfis genéticos de modo mais célere que o método convencional”, afirma.
O laboratório paranaense faz parte da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que foi criada com a finalidade de manter, compartilhar e comparar perfis, a fim de ajudar na apuração criminal ou na instrução processual. Assim, o SGMF colabora com a inserção de diversos perfis de DNA no banco estadual e nacional, o que permite que sejam investigados casos em todo o Brasil, potencializando as chances de capturar e levar criminosos à Justiça.
Segundo o XIX Relatório da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos, em 2023 o Paraná ficou em quarto lugar, entre os 23 laboratórios de genética forense vinculados ao Banco na inserção de perfis genéticos oriundos de vestígios de crimes. A Polícia Científica do Paraná inseriu 1.733 perfis. Além disso, o Estado ficou em quinto lugar em número de coincidências entre vestígios de diferentes locais de crimes com um total de 363.
“Graças a uma quantidade grande de perfis genéticos de condenados e a um número expressivo de vestígios cadastrados no banco nacional, essas ações permitiram a elucidação de alguns crimes. O caso Rachel Genofre é um bom exemplo, aconteceu há quase dez anos e só foi elucidado quando um condenado por outro crime ingressou no banco de perfil genético pelo estado de São Paulo, permitindo a solução no Paraná”, informou o chefe da seção, Pedro Canezin.
Com quase 7.000 perfis genéticos registrados, o Paraná gerou 174 coincidências (match) com perfis do Banco Nacional de Perfis Genéticos, sendo 75% destes relacionados com crimes de violência sexual.