Ela é uma inspiração para milhares de jovens em todo o mundo após vencer, aos 14 anos, a competição “Genes in Space” e enviar pela Nasa um experimento ao espaço para estudar como a exposição à atmosfera fora da Terra afeta a saúde humana.
Agora, aos 16 anos e com seu estudo publicado em importantes revistas científicas, a emiradense Alia Al Mansoori se tornou uma espécie de símbolo dos Emirados Árabes, tendo um importante papel de divulgação do país. Na tarde desta terça-feira, ela esteve acompanhada de seus pais e de um representante do corpo diplomático do país, visitando a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho.
Alia foi recebida pelo secretário Ney Leprevost e pelo assessor especial de Gestão Inteligente e Inovação da Secretaria, André Telles. De Curitiba a comitiva parte para Manaus e depois Brasília, onde será recebida pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, e por parlamentares.
Além da diplomacia, o intuito é conhecer o que o Brasil tem produzido na área de inovação e onde estão as demandas e oportunidades na área de tecnologia. Os contatos serão tomados como base para uma futura visita de autoridades do país.
A PESQUISA E O SONHO - Ao secretário, a jovem cientista revelou que seu sonho não é apenas o de ser uma astronauta, mas de ser a primeira astronauta a pisar em Marte. “Sei que parece ser um sonho muito ambicioso, mas é possível, e eu sei que é possível”, disse.
Não é mesmo de se duvidar, para quem com tão pouca idade publicou um artigo na Public Library of Science (PLOS), de San Francisco, Califórnia, comprovando os efeitos de uma viagem espacial sobre o DNA. O artigo, publicado em outubro de 2018, explica como uma grande mudança permitirá às tripulações humanas permanecerem por um tempo muito maior no espaço profundo (atualmente, o prazo é de no máximo um ano).
A pesquisa revelou que um dos locais mais vulneráveis para danos de radiação cósmica é o DNA, onde mutações podem levar ao desenvolvimento do câncer, acrescentando que “a combinação de microgravidade e radiação cósmica pode impactar negativamente em muitos processos biológicos, imunológicos e no sistema nervoso de seres humanos e de outros organismos”. O desafio, agora, é mitigar esses riscos à saúde para propiciar as viagens espaciais mais longas.
RECADO AOS JOVENS - Alia contou que está adorando conhecer as diferentes culturas do Brasil (já passou por Rio de Janeiro e São Paulo), e que em Curitiba está se sentindo em casa. E conta que para ela, a grande importância de suas pesquisas é poder mostrar ao mundo o poder dos estudantes – principalmente dos menores de 18 anos. “Sou uma estudante do ensino médio e fico muito feliz de poder mostrar que as pessoas da minha idade não são apenas adolescentes rebeldes ou sem propósito, mas que podem ter trabalhos relevantes para a sociedade e para a humanidade”, contou.
“Quando eu era criança sempre me perguntava o que havia no espaço e me amarrava em histórias de Aliens. Nossos sonhos devem ser perseguidos. Não sou especial por ter realizado este trabalho, mas sou a prova de que qualquer um, desde que focado e incentivado, pode fazer”, finalizou.
“Alia tem a virtude de despertar o sonho em muitas crianças e adolescentes pelo mundo”, disse o secretário Ney Leprevost.