A chamada “nova onda africana” da literatura é o assunto de capa do número 125 do jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná.
Em ascensão no mercado editorial, a produção do continente ganhou ainda mais destaque em 2021, quando autores nascidos na África venceram alguns dos principais prêmios internacionais — incluindo o Nobel, concedido ao tanzaniano Abdulrazak Gurnah.
Na reportagem especial do mês, o jornalista Luiz Rebinski conversa com editores e autores para investigar o interesse crescente do público pelos livros de escritores como Damon Galgut (África do Sul), Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria), Paulina Chiziane (Moçambique) e Mohamed Mbougar Sarr (Senegal), entre outros.
“Existe um fluxo de escritores africanos que migraram para a Europa e para os EUA nas últimas décadas. Isso muda certas dinâmicas de legitimação do texto literário”, explica Vagner Amaro, editor da Malê (pioneira na publicação de autores negros no Brasil) e um dos entrevistados.
Também ouvido pelo Cândido, o escritor Paulo Scott acredita que este novo momento “é parte do esgotamento de um ciclo, de uma lente chanceladora que foi se tornando opaca, incapaz de reter a circulação de histórias, perspectivas e reflexões que a internet e a sua horizontalização do mundo possibilitaram”.
Outros destaques da edição 125: entrevista com Adalberto Müller (concedida a Fernando Koproski), artigo de Gisele Eberspächer na coluna Pensata, poema de Tarso de Melo, contos de Marcio Renato dos Santos e Lizziane Negromonte Azevedo e HQ de Dê Almeida. A ilustração da capa é de Luana Mello.
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