Ipardes faz 50 anos como base segura de dados para fortalecer políticas públicas no Paraná

Planejar o futuro exige o máximo conhecimento do presente. E isto, no Estado, há 50 anos fica a cargo do Ipardes, que orienta tomadas de decisão de secretários e governadores. Como parte das comemorações, o órgão promoverá ações ao longo deste ano. Uma das atividades programadas será uma cerimônia no MON.
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12/06/2023 - 17:40
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Criado em junho de 1973, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) comemora 50 anos colecionando contribuições importantes ao Paraná, que vão da avaliação de programas públicos para populações rurais, como o Paraná 12 Meses, nas primeiras décadas, até o duro trabalho na pandemia, quando projetou taxas de ocupação de leitos de UTI e enfermarias.

Ao longo da história, a autarquia estadual trabalha fornecendo informações e análises que ajudam a orientar as tomadas de decisão dos gestores públicos e empresariais, além de realizar, através de suas equipes técnicas, recorrentes avaliações de políticas públicas implementadas no Estado.

Ao comemorar o Jubileu de Ouro, e de olho no futuro, o presidente do Ipardes, Jorge Callado, cita que, rumo ao próximo cinquentenário, o instituto enfatiza ciência, tecnologia, inovação e construção de indicadores, tendo o importante trabalho de embasar programas como o de planejamento plurianual. “Junto a isso, buscamos parcerias e cooperação técnica com instituições como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Ministério Público, para que nossa base de dados seja uma fonte de informação”, diz.

O aprimoramento contínuo das metodologias, infraestrutura e equipamentos, além da melhoria do corpo técnico atual e das exigências para o que virá mediante concursos, são os passos, segundo Callado, para que o instituto siga fazendo frente a novas matrizes de análise, e que as respostas cheguem cada vez mais claras e fidedignas à sociedade e aos tomadores de decisão.

“Esses passos são importantes para que o nosso centro de informações e estudos esteja sempre capilarizado e disponível para a sociedade, e que todas as informações aqui geradas possam ser transformadas em conhecimento, atendendo às atuais e futuras demandas da sociedade, uma vez que essas exigências são alternadas de acordo com o momento econômico, social e ambiental”, afirma.

Como parte das comemorações desta data, o órgão promoverá ações ao longo deste ano. Uma das atividades programadas será uma cerimônia no Museu Oscar Niemeyer, nesta terça-feira (13), a partir das 19 horas, e contará com a presença de diversas autoridades e homenagens a grandes nomes que ajudaram a construir a instituição.

Já no dia 23 de junho acontecerá um evento acadêmico que contará com apresentações de Cimar Azeredo Pereira, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e de Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. As palestras iniciarão às 9h30, no Auditório Gregor Mendel da Pontifícia Universidade Católica do paraná (PUC-PR). A entrada será gratuita, mediante inscrições limitadas, através da Escola de Governo do Estado do Paraná.

PARANÁ EM PAUTA – O secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, comemora o meio século de Ipardes apontando que, em parceria com a Secretaria, o instituto tem fornecido importante subsídio técnico em apoio à elaboração do Plano Plurianual 2024 2027. “O Ipardes ajuda a definir, com indicadores econômicos e sociais, para onde o Estado deve seguir. É um instrumento poderoso que orienta - ao traduzir para nós, gestores, que tomamos as decisões nas secretarias e com o governador - qual o melhor caminho que o Paraná deve percorrer”, explica.

Segundo Silva, outro foco atual da parceria da SEPL com o instituto tem sido debruçar sobre o novo Censo do IBGE, que teve prévia divulgada e que deve ser publicado integralmente nos próximos meses, porque é ele quem vai dar a leitura de como vai se comportar o Paraná no futuro. “Um indicador importante que nós já temos avaliado, por exemplo, diz respeito ao progressivo envelhecimento da população do Paraná, o que exige uma leitura do instituto que vai ajudar a mostrar quais deverão ser os investimentos na área de saúde e nos cuidados da pessoa idosa”, diz.

O diretor do Centro de Pesquisa, Júlio Takeshi, destaca, entre os inúmeros trabalhos de grande relevância feitos ao longo dos anos pelo instituto, as atividades de avaliação de programas como do Paraná 12 Meses, nos anos 1980-1990, iniciativas que se multiplicaram nos anos seguintes.

“No início dos anos 2000, realizamos outro trabalho que até hoje é referência, abordando a heterogeneidade socioeconômica do Paraná, intitulado Vários Paranás, que contribuiu para a elaboração de inúmeras ações públicas. Depois, na década passada, foi elaborado o Zoneamento Ecológico-Econômico, trabalho multidisciplinar que envolveu vários atores do Estado, incluindo servidores do Ipardes, e que redundou em um trabalho até hoje inédito no âmbito da federação”, complementa.

Também têm relevância e são projetos perenes, cita Takeshi, o Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), que elabora índices para todos os 399 municípios do Estado; o cálculo do PIB Paranaense e dos Municípios do Estado, atividade feita desde 1990, em conjunto com o IBGE; e as publicações periódicas Análise Conjuntural e a Revista Paranaense de Desenvolvimento.

Segundo Takeshi, entre os trabalhos decisivos no âmbito da história do Paraná, as projeções demográficas que apontam prováveis caminhos do contingente populacional do Estado em nível municipal, em um horizonte temporal bastante longo, ajudou muito na definição das futuras demandas da população pelos serviços públicos, por exemplo.

“Os estudos recentes relacionados aos casos da Covid-19 também auxiliaram no enfrentamento dos inúmeros desafios à gestão pública paranaense impostos pela pandemia, com o Ipardes contribuindo sobremaneira para o atendimento da população”, diz.

“É um ‘privilégio’ acompanhar a evolução do instituto dentro do contexto econômico paranaense em seus vários segmentos, que muda conforme muda o mundo, mas seguindo firme no seu propósito, sempre engajado em prol da economia paranaense, brasileira e também mundial”, afirma Maria Laura Zocolotti, supervisora editorial que está na instituição há cerca de 40 anos.

Ela destaca algumas publicações e projetos importantíssimos para a economia dos quais participou na execução e coordenação dos trabalhos e que continuam até hoje: a Revista Paranaense de Desenvolvimento, que sempre publica artigos inéditos, Paraná Rural, Paraná 12 Meses, Vários Paranás, Leituras Regionais, Paraná Highlights, Perfil dos Municípios, Perfil das Regiões, Anuário Estatístico, Boletim de Comércio Exterior, Boletim de Análise Conjuntural e o mais recente, o Boletim do Índice de Preços Regional (IPR).

Para a técnica administrativa e de acervo bibliográfico Liliam Iara Mendes, a criação do Ipardes fez com que o Estado do Paraná observasse um crescimento mais amplo em estudos e projetos no âmbito econômico-social e que os 50 anos da instituição devem ser comemorados por todos. “É peça fundamental na elaboração de projetos para o planejamento do Estado do Paraná e, hoje, crescer em qualidade, credibilidade e responsabilidade é o que o Paraná deseja - e essas qualidades o instituto tem de sobra para atender essa demanda”, diz.

FUNDAÇÃO – Fundado em 1973, o Ipardes surgiu no contexto de criação do Sistema Nacional de Planejamento. No início da década de 1970, diante da crescente mudança no comportamento econômico do Paraná e das novas tendências da economia no setor agroindustrial, criou-se no Estado uma equipe denominada Grupo de Estudos para as Atividades Agroindustriais do Paraná (GEAAIP), atrelada ao extinto Banco de Desenvolvimento Econômico do Paraná (Badep).

Este grupo foi o embrião para o surgimento da Fundação Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, como órgão vinculado à futura Secretaria de Estado do Planejamento, nos moldes do que já ocorria no Governo Federal entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Ministério do Planejamento.

A criação foi formalizada pela lei 6.407, aprovada pela Assembleia Legislativa em 7 de junho de 1973. Posteriormente, a lei 7.550, de 17 de dezembro de 1981, alterou a denominação Fundação Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social para Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social - Fundação Édison Vieira.

Em 3 de junho de 1987, passou a incorporar as atribuições e funções da extinta Fundação Instituto de Desenvolvimento de Recursos Humanos do Paraná (Fidepar), no que concerne aos programas de treinamento para o desenvolvimento em nível de pós-graduação lato sensu. Também o Departamento Estadual de Estatística (DEE) repassou suas atribuições, pessoal e patrimônio.

Em 16 de julho de 1991, a lei 9.663 transformou o órgão em autarquia e o denominou Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Em 17 de novembro de 2021, a lei 20.778 atribuiu ao instituto como sendo uma instituição científica e tecnológica e de inovação do estado do Paraná.

Com foco atual na inovação e na sustentabilidade, tem como competências:

- Realizar pesquisas e estudos aplicados;

- Prover informações e análises qualificadas;

- Contribuir na elaboração de projetos e programas;

- Acompanhar a evolução da economia estadual;

- Fornecer apoio técnico nas áreas econômica, social e ambiental à formulação das políticas estaduais de desenvolvimento sustentável;

- Coordenar, orientar e desenvolver indicadores e estudos de natureza estatística voltados ao conhecimento da realidade socioeconômica e ambiental do Estado.

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