O número de passageiros nas linhas metropolitanas do transporte coletivo, administradas pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, ficou estável em 2019, um dos grandes desafios da Comec desde que assumiu a gestão do sistema, em 2015. A queda significativa nos quatro anos anteriores – pouco mais de 25% – trouxe impacto direto a toda a operação.
De acordo com o presidente da Comec, Gilson Santos, menos passageiros significa uma arrecadação menor, tornando cada vez mais difícil fazer os investimentos necessários. “Com a queda nos investimentos o sistema se torna cada vez menos atrativo e, assim, menos usuários passam a utilizá-lo. Ou seja, um círculo vicioso difícil de se reverter”, explica.
EM NÚMEROS – Em 2015, cerca de 8,5 milhões de pessoas utilizaram os ônibus para se locomover entre cidades da Região Metropolitana de Curitiba, volume que caiu gradativamente. Em 2016 foram 7,9 milhões. O ano de 2017 registrou a maior queda no período, -10,32%, com apenas 6,5 milhões de usuários, e em 2018 foram 6,3 milhões.
No ano passado, porém, esse quadro mudou em função de investimentos no sistema. Em 2019, a Comec registrou 6.303.873 passageiros pagantes. O número representa uma queda de -0,19% se comparado a 2018, quando foram registrados 6.315.981 passageiros.
A manutenção dos usuários foi comemorada porque representa uma expectativa de mudança positiva para o sistema. “Viemos de uma sequência de fortes quedas. A soma dos últimos quatro anos ultrapassa 25% de passageiros perdidos e isso traz impactos severos ao sistema, pois as linhas continuam existindo, seus custos também, mas a arrecadação não é a mesma. Encerrar este ciclo é um desafio muito importante, e que precisa ser vencido”, disse Santos.
AVANÇOS – Segundo o presidente da Comec, ações efetivadas durante o ano passado com o objetivo de tornar o transporte coletivo novamente atrativo são o principal motivo dessa mudança. Entre elas, ele destacou o subsídio do transporte coletivo, no valor de R$150 milhões, que garantiu a integração do sistema, da tarifa social e congelou algumas tarifas em municípios mais carentes. Houve também diversas alterações em linhas – tanto em trajetos quanto em horários – inclusive com a implementação de novas linhas e conexões; a renovação da frota, em alguns casos substituindo veículos comuns por articulados, e a implementação de ações inéditas como a Tarifa Diferenciada em horários de entrepico.
Outras medidas tomadas em 2019 foram a utilização de veículos de modelo multimodal, com portas em ambos os lados; reformas em terminais e a entrega de novos abrigos para pontos de ônibus, além da implementação de novas faixas exclusivas para ônibus, em parcerias com prefeituras. “São ações em diversas frentes e que trazem ganho de tempo, economia, conforto, segurança e ampliam o atendimento do sistema. Somente assim poderemos competir com outros modais, por vezes até mais caros para o usuário, mas que nos últimos anos acabaram atraindo muitos dos nossos passageiros”, explica Santos.
METAS – Para 2020, o objetivo é executar novas ações para que, pela primeira vez nos últimos anos, o sistema volte a ganhar usuários. “Serão novas linhas e conexões, estamos prevendo o início da construção de dois novos terminais, em Piraquara e em São José dos Pinhais, e novos abrigos para pontos de ônibus deverão começar a ser entregues já no início deste ano e, pela primeira vez em nosso sistema, teremos veículos com duas catracas, que darão mais agilidade ao embarque de passageiros”, destacou Santos. “A meta é tornar o sistema cada vez mais eficiente, dando mais conforto e agilidade ao embarque de passageiros”, destacou.
A presidente da Comec ressalta que todas essas realizações foram possíveis em função do olhar diferenciado desta gestão ao transporte coletivo. “O governador Ratinho Junior tem uma visão muito clara de que o transporte coletivo é, além de tudo, uma ferramenta de inclusão social. E que resgatar o protagonismo do sistema cria oportunidades, inclusão e impacta diretamente aquelas pessoas que mais precisam”.