Investimentos do Estado e do
setor incrementarão agronegócio

A afirmação foi feita pelo vice-governador Darci Piana durante o Fórum de Agricultura da América do Sul, em Curitiba. O Governo propõe um novo Anel de Integração rodoviário, o banco de projetos executivos, investimentos em ferrovias, voos regionais e obras pontuais nos Portos do Paraná.
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06/09/2019 - 14:30

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O Paraná é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e tem respaldo internacional em função da qualidade dos produtos, da produtividade e de um sistema de fomento que aposta no crescimento de uma cadeia que vai dos pequenos agricultores às grandes cooperativas. Agora, o setor e o Governo do Estado planejam, juntos, novos investimentos em industrialização e logística de escoamento para atender a demanda global. Essa foi a tônica da participação do vice-governador Darci Piana no 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, nesta sexta-feira (6), em Curitiba.

O Paraná é o terceiro Estado do País em número absoluto de valor da produção agrícola e lidera cadeias importantes como cereais de inverno, trigo e abate de frangos. O agronegócio ainda é o principal macro setor das exportações paranaenses (cerca de 75%). “O Paraná é um destaque mundial de produtividade, tem o respeito mundial pela qualidade e variedade dos seus produtos. O agronegócio tem segurado o País na balança comercial de importação e exportação e também é fundamental para geração de emprego e renda no comércio e setor de serviços”, destacou Piana.

Ele citou que a contrapartida do Governo para melhorar ainda mais esses números é um planejamento integrado de infraestrutura e logística que pressupõe um novo Anel de Integração rodoviário, o banco de projetos executivos, investimentos em ferrovias, voos regionais e obras pontuais nos Portos do Paraná.

O vice-governador também disse que o 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, organizado pelo jornal Gazeta do Povo, que reuniu especialistas de 14 países para discutir temas como produção, consumo, oferta, demanda, tecnologia, logística, sanidade, mercado e políticas comerciais, ajuda a apontar onde o Estado e os produtores podem melhorar. “É evidente que um evento deste porte, com especialistas de vários países, ajuda ainda mais esse processo no campo e na cidade, porque dá voz justamente aos protagonistas do agronegócio”, complementou.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que o Paraná tem como virtude no agronegócio a competência e competitividade em vários ramos. Segundo ele, nos próximos dez anos a produção atual brasileira de 240 milhões de toneladas de grãos deverá chegar próximo de 350 milhões, enquanto se prevê um acréscimo de 7 milhões de toneladas de carne às 26 milhões de toneladas produzidas hoje. O Estado, com o selo de área livre da vacinação da febre aftosa, a ser entregue nos próximos anos, vai ser um dos propulsores desse movimento.

Ele também disse que para o Paraná recepcionar um Fórum Internacional é fundamental para essa pretensão. “Um evento internacional é uma oportunidade ímpar de ter contato com formadores de opinião, observadores e técnicos. É importante discutir a visão da Organização Mundial do Comércio, dos trades, das bolsas, dos técnicos, das cooperativas e dos governos federal e estadual”.

ACORDO MERCOSUL-UE – Um tema relevante do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul foi a proximidade de abertura de novos mercados a partir do acordo internacional assinado pelo Mercosul e a União Europeia, que possibilitará ganhos de até US$ 70 bilhões em exportação no agronegócio entre os países envolvidos. José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, disse que as cooperativas paranaenses, que recebem 60% de toda a produção estadual, se preparam para esse novo ciclo.

“O Fórum é um evento técnico, de mercado, voltado às lideranças, produtores e empresas. E essa integração permitiu filtrar as informações sobre o acordo Mercosul-UE, por exemplo. Temos como visão que precisamos nos preparar para isso, vamos abrir novas demandas. A ideia é que os valores de exportação e importação sejam próximos”, afirmou.

Ricken também disse que o Paraná já tem um agronegócio moderno, organizado, planejado e com a visão de que é preciso atender demandas, principalmente a procura mundial por alimentos. “Não basta produzir. Temos que associar isso à demanda. A missão da Ocepar, com apoio do Governo do Estado, é organizar os produtores economicamente”, complementou.

INFRAESTRUTURA – O Sistema Ocepar planeja anunciar nos próximos dias investimentos de pelo menos R$ 2,14 bilhões em infraestrutura para dar conta da demanda desse “passaporte europeu” conquistado pelo acordo. Nos últimos onze anos foram investidos R$ 20 bilhões nos setores de transporte, armazenagem, indústrias e máquinas.

Norberto Ortigara lembrou que parte dos investimentos são concretizados a partir do sistema paranaense de fomento. Apenas o BRDE aportou R$ 170 milhões no primeiro semestre em apoio às cooperativas. As contratações previstas para o segundo semestre giram em torno de R$ 200 milhões. Cerca de 60% da carteira do BRDE é vocacionada para agricultores e cooperativas. “O sistema paranaense de fomento nesse processo é fantástico. Eles buscam recursos dos planos Safra, do BNDES, e fazem essa ponte, são protagonistas dos financiamentos das cooperativas”, complementou.

FÓRUM DE AGRICULTURA - O 7º Fórum de Agricultura da América do Sul teve como tema nesta edição “Da Produção ao Mercado - Global e Sustentável”. Foram cerca de 40 painéis com palestrantes brasileiros e estrangeiros. Eles debaterem a guerra comercial EUA-China, plataformas agritech, integração floresta-lavoura, protagonismo brasileiro no cenário mundial e demandas de investimentos.

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