A equipe do Complexo do Hospital do Trabalhador (CHT) se tornou um exemplo de inclusão. O casal Olímpia Virginia Páez e Ronildo Fernandes de Melo são deficientes auditivos e contaram com a ajuda de uma intérprete de Libras para acompanhar o parto e se comunicar com a equipe médica. O procedimento aconteceu na segunda-feira (14).
A intérprete Sônia de Paula, que faz parte da Central de Libras do Departamento dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Curitiba, acompanhava os pais em uma consulta de rotina do pré-natal, quando foram surpreendidos pela informação de que a gestante já estava em trabalho de parto. A equipe médica e de enfermagem da maternidade providenciaram que a intérprete acompanhasse o procedimento para intermediar a comunicação com os pais. “Toda a equipe do hospital esteve muito atenta para que eles se sentissem à vontade e respeitados. Foi incrível”, disse Sônia.
“É muito importante a comunicação com os médicos. Para mim que sou surda é ainda mais”, disse a mãe nesta quinta-feira (17), através da intérprete. O bebê Rony David Fernandes permanece no hospital para avaliações e acompanhamento médico.
“Quando há uma limitação na comunicação entre a equipe e o paciente, é indispensável que consigamos uma forma de fazer com que o paciente entenda as orientações e o procedimento, com o objetivo de reduzir o seu grau de ansiedade, dela e dos familiares”, explicou o diretor do CHT, Geci Labres Souza Júnior.
Ele ressaltou que a situação ganhou importância e cuidados ainda maiores. “Uma gestante que estava em trabalho de parto, num momento difícil, com contrações e dor, aflita pela situação, pois o bebê estava com determinado grau de prematuridade. O auxílio da intérprete fazendo a ponte entre a equipe médica e a paciente, bem como os familiares, reduziu bastante o grau de ansiedade de todos e pudemos chegar ao nascimento do bebê com total segurança”, completou.
A intérprete voltou ao hospital para que o casal pudesse obter informações sobre a saúde da mãe e do bebê. Para ela, sem essa inclusão os pais não poderiam acompanhar esse momento tão especial de suas vidas. “O papel da intérprete é fazer essa comunicação e, sem dúvidas, é extremamente importante poder proporcionar essa intermediação. Sem isso, com certeza, os pais perderiam momentos únicos e não entenderiam perfeitamente o processo”, disse Sônia.
CURSO – O CHT promove este ano a segunda edição do Curso de Libras para todos os profissionais da área, como enfermeiros, técnicos e demais colaboradores que atuam no atendimento ao paciente dentro do hospital. O treinamento, embora seja básico, serve de auxílio para que essas pessoas não fiquem desassistidas durante uma consulta, exame, ou outro procedimento na área da saúde.