O programa de melhoramento genético do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (Iapar-Emater) é reconhecido pela qualidade das cultivares que oferece ao setor produtivo. “São materiais de alto desempenho agronômico e apropriados à colheita mecânica”, explica a pesquisadora Vânia Moda Cirino.
Em 2020, o visitante do Show Rural confere nove opções, dos grupos comerciais carioca, preto e branco.
FEIJÃO CARIOCA – Dentre as cultivares desse grupo, IPR Sabiá tem maior potencial produtivo, podendo superar 4,5 toneladas por hectare. Já IPR Curió se destaca pela precocidade – chega à colheita em 70 dias.
IPR Celeiro é outro grande destaque na feira, porque é resistente ao mosaico dourado, uma das principais doenças que atingem a cultura no Brasil. É indicada para as safras da seca e de outono-inverno em locais sujeitos à moléstia nos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A produtividade, de 3 toneladas por hectare, é elevada para áreas onde ocorre esse problema.
A cultivar IPR Campos Gerais é indicada para os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu potencial produtivo chega bem próximo de 4 toneladas por hectare, e fica pronta para a colheita em menos de 90 dias.
Ainda do grupo carioca, IPR Tangará tem ciclo médio de 87 dias e produtividade que pode passar de 3,3 toneladas por hectare. É indicada para São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tolera bem altas temperaturas e breves períodos de seca.
FEIJÃO PRETO – Semiprecoce e com excepcional produtividade, IPR Urutau vem conquistando a preferência dos produtores de feijão preto. Fica pronta para a colheita em apenas 84 dias, e a produtividade pode superar 4,9 toneladas por hectare.
Desse grupo também são apresentadas no Show Rural as cultivares IPR Tuiuiú e IPR Uirapuru. A primeira chega à colheita em 88 dias e produz em torno de 4 toneladas por hectare. O ciclo médio da segunda é de 86 dias, com produtividade ao redor de 3,7 toneladas por hectare.
FEIJÃO BRANCO – IPR Garça é opção para acessar um nicho de mercado que oferece cotações mais altas e é pouco explorado pelos agricultores.
Precoce, chega à colheita em apenas 67 dias, com produtividade de 2,2 toneladas por hectare, considerada boa para feijão branco. A maturação dos grãos, bastante uniforme, confere grande apelo comercial ao produto.
PURUNÃ ESTÁ PRESENTE - O Show Rural conta com 40 animais Purunã para exposição e comercialização. Reconhecida oficialmente pelo Ministério de Agricultura e Abastecimento há dois anos, a raça de corte genuinamente paranaense vem conquistando pecuaristas em todas as regiões brasileiras.
“Nosso objetivo é chegar a todos os estados do Brasil até o final de 2020, e já há criadores também no Paraguai”, anuncia Piotre Laginski, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Purunã (ABCP), que montou um estande no Show Rural.
Laginski afirma ainda que a ACP vai firmar no Show Rural um contrato com a empresa Semex (www.semex.com.br) para ampliar a oferta de sêmen Purunã no Brasil e no Exterior.
CARACTERÍSTICAS – Gado de corte genuinamente paranaense e primeira raça criada por um centro de pesquisa estadual é resultado de mais de 30 anos de estudos e cruzamentos envolvendo as raças Charolês, Aberdeen Angus, Caracu e Canchim.
Seu desenvolvimento foi planejado para agregar os melhores atributos de cada raça formadora. Charolês contribuiu com a velocidade de ganho de peso, grande rendimento de carcaça e elevado percentual de carnes nobres. Angus conferiu precocidade, tamanho adulto moderado e temperamento dócil, além de carne macia e com alta qualidade de marmoreio. Caracu e Canchim transmitiram rusticidade, tolerância ao calor e resistência aos parasitas.
As vacas Purunã se destacam pela habilidade materna e boa produção de leite, características herdadas de Caracu e Angus. Já os touros vêm agradando os pecuaristas pelo bom desempenho em áreas de clima mais quente.
A precocidade sexual é outro ponto positivo. Novilhas e tourinhos criados em sistema extensivo com suplementação podem chegar à idade reprodutiva em cerca de 15 meses.
De acordo com a ABCP, Purunã pode ser adotada tanto para criação exclusiva quanto em cruzamentos com vacas Nelore e aneloradas, visando terminação.