A indústria de transformação do Paraná superou Santa Catarina e Rio Grande do Sul em termos de receita e ocupa a primeira posição no Sul do Brasil, ficando em terceiro lugar em nível nacional, atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. É o que aponta o levantamento mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que se baseia no chamado Valor Adicionado Bruto (VAB), índice utilizado para calcular o valor de cada setor da economia e que difere do PIB apenas por desconsiderar os impostos.
O segmento é responsável pela transformação de matéria-prima em um produto final ou intermediário a ser novamente modificado por outra indústria. Os materiais, substâncias e componentes usados são provenientes de produção agrícola, mineração, pesca, extração florestal e produtos de outras atividades industriais.
De acordo com os dados econômicos consolidados mais recentes sobre o tema, de 2020, o VAB da indústria de transformação do Paraná foi de R$ 67 bilhões, contra R$ 66 bilhões dos gaúchos e R$ 57 bilhões dos catarinenses.
Segundo o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Marcelo Curado, o setor desempenha um importante papel para o desenvolvimento econômico regional. “A indústria de transformação do Paraná é bem distribuída territorialmente, contribuindo de forma relevante para um processo equilibrado de desenvolvimento”, afirmou o economista.
INDÚSTRIA DE EMPREGOS – Estudos do IBGE também apontam o peso crescente da indústria na geração de empregos no Paraná. O instituto aponta que o número de pessoas ocupadas no segmento no Paraná chegou a 948 mil no terceiro trimestre de 2022, o que correspondeu a 16% do total dos 5,9 milhões de paranaenses empregados. O número é o maior da série histórica do IBGE, cuja análise foi iniciada há 10 anos. O índice supera a maior marca até então, de 946 mil trabalhadores no 3º trimestre de 2014.
Além disso, demonstra uma tendência de alta constante, com um período de quatro evoluções seguidas desde o 4º trimestre de 2021, período em que 47 mil novos trabalhadores ingressaram na indústria de transformação.
Com isso, o Paraná representa atualmente 8,2% do total de trabalhadores brasileiros na indústria de transformação, apesar de contar com apenas 5,7% da população do País.
Em alguns municípios paranaenses, o peso da atividade manufatureira ultrapassa 70% do total de empregos formais, segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência de 2021. Santo Inácio foi o que registrou a maior proporção, com 82,97% de trabalhadores no setor, seguido por Matelândia (80,34%), Jaguapitã (70,84%) e Jussara (70,79%).
OUTROS INDICADORES – Os bons números da indústria de transformação se somam a outros indicadores positivos recentemente divulgados pelo IBGE sobre a economia paranaense. É o caso do crescimento de 21% da indústria de bebidas do Estado em 2022, que contribuiu para que o Estado tivesse a maior alta industrial do Brasil em novembro de 2022, além de um saldo de 11.209 empresas abertas no primeiro mês de 2023.
Desde o início deste ano, os dados como estes passaram a ser acompanhados de maneira mais detalhada no Estado pela Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços, criada em 2023 como parte do pacote de reforma administrativa proposto pelo Executivo. A pasta reúne especialistas e técnicos focados em potencializar o bom momento econômico em parcerias com a iniciativa privada, associações e sindicatos.
A pasta é responsável por coordenar as ações de Governo relativas à promoção da produtividade e competitividade de bens e serviços produzidos e comercializados pelas empresas instaladas no Paraná. O órgão também coordena a elaboração e implementação de mecanismos de apoio e fomento aos setores relacionados ao desenvolvimento econômico, especialmente através da Invest Paraná, vinculada à Secretaria.
Na avaliação do secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros, a principal meta é fazer com que a economia paranaense, que já vem em uma trajetória de crescimento nos últimos anos, continue em ascensão. “Os dados da indústria de transformação se referem à primeira gestão e demonstram que o Paraná está colhendo os frutos das decisões que foram tomadas lá atrás pela Invest Paraná, Fomento Paraná, federações, cooperativas e o setor produtivo de modo geral, que participaram desse esforço para consolidar a posição de destaque do Estado”, afirmou.
Barros ressalta que o Paraná já é a quarta maior economia do País e cada vez mais esses dados apontam o crescimento no ranking nacional, especialmente importante para dar mais oportunidades e qualidade de vida à população paranaense. “Nós temos um bom ambiente de negócios, infraestrutura robusta, mão de obra qualificada, uma boa rede de comunicação e o melhor Ideb do Brasil no ensino médio. Tudo isso ajuda o empresário a decidir investir aqui e o resultado desses investimentos é o crescimento da produção”, complementou.