IDR-Paraná ensina método alternativo para evitar prejuízo com formiga cortadeira

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater promove, no próximo dia 21, uma tarde de campo a respeito do manejo da formiga cortadeira, em Assaí, para fazer frente ao problema, que é grave nas lavouras.
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20/08/2024 - 11:40

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Anualmente, em meados de setembro, acontece a revoada das formigas cortadeiras. De cada formigueiro, cerca de 7 mil fêmeas, as içás, lançam-se em voos de acasalamento. Depois de fecundadas, elas retornam ao solo e iniciam a formação de novas colônias. Em menos de três meses centenas de indivíduos estarão em atividade, prontos para aumentar o tamanho do formigueiro. Para tanto, as formigas avançam sobre áreas de pastagens e lavouras.

O ataque de formigas na região Noroeste do Paraná é grave e nem mesmo as lavouras de soja têm escapado do ataque nos últimos anos. O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) promove, no próximo dia 21, uma tarde de campo a respeito do manejo da formiga cortadeira, em Assaí, para fazer frente ao problema. Na oportunidade, os organizadores vão explicar como é possível fazer o controle da formiga, inclusive usando a fumaça da queima de gasolina e lubrificante de moto serra para o controle dos formigueiros.

Valter Teixeira da Silva, extensionista do IDR-Paraná de Assaí, explicou que o avanço da formiga cortadeira acontece pela falta de um método eficaz de controle. Segundo ele, muitas vezes o produtor perde a batalha contra as formigas por não saber como usar os produtos disponíveis no mercado.

“Tem produtor que coloca pouco produto e aí não faz efeito mesmo. Ou então põe em excesso e as formigas detectam que é veneno, isolam o local e continuam ampliando o formigueiro”, explicou. De acordo com as recomendações técnicas, são necessários 10 g de isca, ou formicida em pó, por metro quadrado de formigueiro. Daí a importância de dimensionar corretamente o tamanho da colônia de formigas para um controle eficaz.

INFORMAÇÃO  São detalhes como esses que serão repassados aos participantes da Tarde de Campo promovida pelo IDR-Paraná de Assaí. A falta de conhecimento a respeito dos hábitos da formiga cortadeira, dificultam o seu controle. Um exemplo é a escolha dos locais onde são colocadas as iscas, ou pó formicida.

Silva informou que os formigueiros têm vários olheiros, orifícios, com funções diversas. Ele explicou que existem os olheiros de respiração, os de controle da temperatura do formigueiro e aqueles que são usados para a entrada das formigas carregando folhas.

É justamente nesses últimos que a isca deve ser colocada. Quando a isca é colocada em outro tipo de olheiros, são ignoradas pelas formigas. “As iscas também não devem ser colocadas sobre o caminho percorrido pelas formigas, mas ao lado. Só assim elas levarão o produto para dentro do formigueiro que vai comprometer o desenvolvimento do fungo cultivado pelas formigas e que alimenta os insetos”, observou.

ALTERNATIVAS – Silva destacou que existem vários métodos de controle dos formigueiros e a termonebulização é um dos mais eficazes. No entanto, o alto custo da prática, até R$ 12 mil, inviabiliza sua aplicação em todas as propriedades.

Para contornar essa limitação, o extensionista desenvolveu uma alternativa que usa uma moto-serra adaptada a um kit de termonebulização. “A gente usa a fumaça tóxica da queima da gasolina e do óleo dois tempos que é injetada no formigueiro. Até os produtores orgânicos podem usar esse método, sem prejuízo para quem tem a certificação”, explicou.

Nos últimos anos, o extensionista vem observando o avanço da formiga cortadeira nos ambientes urbanos. Ele disse que já presenciou vários casos de grandes formigueiros sob casas ou em terrenos baldios. “O maior problema é que os produtos que existem no mercado são apenas para o uso rural e não são indicados para o meio urbano. Nesse caso, o método alternativo, com a fumaça tóxica, seria uma solução”, ressaltou Silva.

Ele acredita que o controle da formiga deve aumentar, já que os produtores estão percebendo o prejuízo que a praga causa em suas lavouras. “Quando a formiga começou a atacar as lavouras de soja, os produtores ficaram alertas. Enquanto a praga estava nas pastagens era comum o produtor não ligar. Mas quando mexe numa cultura que dá tanta renda, aí o produtor se preocupa mais”, concluiu o extensionista.

AGENDA – Tarde de Campo será realizada no dia 21, próxima quarta-feira, a patir das 14h, na PR 090, em frente à empresa Belagricola, em Assaí. Informações pelo telefone (43) 3262-4625.

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