IDR-PR alerta produtores de hortaliças para combate à vaquinha verde-amarela

Os especialistas do IDR-PR afirmam que a implantação de barreiras vegetais nas áreas com hortaliças pode evitar os danos. Também é possível combater o inseto com produtos químicos ou biológicos.
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06/03/2023 - 12:20

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A colheita da soja pode trazer um sério problema para produtores de hortaliças. Sem alimento, os insetos migram da soja para áreas vizinhas, causando prejuízo, sobretudo nos plantios de folhosas e morango. Os especialistas do IDR-PR afirmam que a implantação de barreiras vegetais nas áreas com hortaliças pode evitar os danos. Também é possível combater o inseto com produtos químicos ou biológicos. Mas é importante que o agricultor monitore o cultivo para saber o momento certo de fazer o controle e qual o melhor produto a ser usado.

De acordo com Raphael Branco de Araújo, engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, a vaquinha verde-amarela, ou Diabrotica speciosa, é recorrente nas lavouras de soja e feijão. “É uma praga secundária que se alimenta das folhas, restos vegetais, além de as larvas atacarem as raízes das culturas. A vaquinha causa um dano pequeno na soja porque a planta já produziu e está no fim de ciclo. No feijão o prejuízo é um pouco maior. Porém, para as hortaliças é terrível”, explica.

Segundo o agrônomo, a vaquinha ataca as folhas, comprometendo o valor de comercialização das olerícolas. Já no morango, se alimenta das folhas, diminuindo a capacidade de fotossíntese da planta, reduzindo o tamanho e o sabor dos frutos.

Araújo orienta que os produtores de hortaliças que têm áreas vizinhas a cultivos de soja, devem ficar alertas com o início da colheita do grão. Ele acredita que este ano o ataque da vaquinha pode ser menor em decorrência de fatores climáticos. No entanto, em outros anos foi necessário intensificar a aplicação de inseticida para combater a praga.

Em todos os municípios do Estado, os extensionistas do IDR-Paraná podem dar a orientação necessária para que o agricultor faça o controle das pragas das hortaliças de forma racional, evitando gastos desnecessários e prejuízos para o meio ambiente.

BARREIRAS VEGETAIS – Além do uso de produtos químicos, de forma bem orientada e controlada, Araújo indica outras formas de enfrentar a vaquinha. Segundo ele, o agricultor pode usar alguns artifícios técnicos, como construir uma barreira vegetal com plantas que impeça a entrada da vaquinha ou tenha a função de repelir o inseto. “Existem várias espécies que podem ser usadas para esse fim, como o vetiver, o girassol mexicano, o capim-elefante, o cedrinho, o capim kurumi ou o capim citronela”, informa o agrônomo.

Araújo lembra que essa barreira raramente é implantada nos plantios convencionais, mas é comum nos cultivos orgânicos. A densidade de plantas para formar a barreira vai depender da espécie escolhida. “O ideal é que esse cordão vegetado impeça a visão da lavoura de hortaliças e se estenda por toda a divisa com a área vizinha onde está a soja”, observa.

Nas propriedades onde não foi possível instalar a barreira, o extensionista recomenda, primeiramente, que o agricultor faça o monitoramento do plantio. Ele explica que é preciso verificar regularmente a presença da praga nos canteiros que fazem fronteira com a área de soja. Para isso, é necessário usar armadilhas com cola entomológica, que capturam os insetos. Essa vistoria deve ser feita duas vezes por semana para identificar o momento correto de combater a praga.

CONTROLE QUÍMICO – O controle da vaquinha pode ser feito com produtos químicos disponíveis no mercado. Araújo ressalta que é preciso usar o inseticida permitido pela legislação, cuja bula indica a aplicação para o combate da vaquinha. Além disso, ele acrescenta que hoje existem diversos produtos de menor impacto no meio ambiente.

“O mercado oferece óleos e extratos vegetais que podem ser usados no combate da vaquinha, como o Sophora Flavescens e o Óleo de Neen. Existem também alguns fungos que atacam os insetos, como o Beauveria bassiana e o Metarhizium anisopliae. Esses fungos agem sobre a praga de duas formas: por ingestão ou contato. Ao atingir o inseto, o fungo germina e paralisa seus órgãos internos”, completa.

Araújo alerta que o produtor precisa identificar exatamente qual a praga que está atacando a lavoura, antes de fazer qualquer aplicação. Ele afirma que muita gente confunde a joaninha com a vaquinha. “A joaninha é um inimigo natural da vaquinha e de outras pragas, como ácaros, pulgões e larvas diversas. Ela é um inseto benéfico para o agricultor e deve ser preservada. Além de coloração diferente, a joaninha tem antenas bem menores que as da vaquinha”, conclui o agrônomo.

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