No Dia Mundial do Oceano, nesta terça-feira (08), o Instituto Água e Terra (IAT) representou o Estado no V Workshop de Gerenciamento Costeiro do Paraná. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
O evento online debateu o Plano de Trabalho e Termo de Cooperação Técnica interinstitucional entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Ministério Público do Paraná (MP), em vigência desde 2016.
O objetivo deste plano de trabalho é promover qualificação em processos de governança costeira para o litoral paranaense. O debate possui relevância atual à agenda de investimentos e modelos de desenvolvimento em discussão para o Litoral do Paraná, em especial para o município de Matinhos, que vai receber o maior investimento da história em infraestrutura, com o projeto de recuperação da orla.
Um dos temas destacados foi a importância do gerenciamento costeiro com foco na sustentabilidade. O diretor de Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos do IAT, José Luiz Scroccaro, afirmou que a sustentabilidade é baseada em um tripé, com elementos significativos para manter o equilíbrio da natureza: conservação do meio ambiente, desenvolvimento social e desenvolvimento econômico.
“Buscamos a conservação do meio ambiente, juntamente com o desenvolvimento social, levando condições às pessoas com maiores necessidades, e sem deixar de lado o interesse econômico para poder gerar emprego e oferecer uma vida mais digna a toda população paranaense”, disse o diretor.
A transformação do Litoral, com fomento do turismo focado na geração de emprego e renda e na melhoria da qualidade de vida, é uma das prioridades do Governo do Estado. As intervenções contam com apoio da sociedade civil organizada e da população local.
DESENVOLVIMENTO – O Litoral do Paraná vai receber o maior investimento da história em infraestrutura, com destinação de R$ 397 milhões na primeira fase. Ele integra o pacote do Avança Paraná, programa que tem financiado grandes obras no Estado.
O projeto está em fase final de lançamento do edital de licitação. A proposta das intervenções é minimizar os impactos gerados pela combinação do desequilíbrio de sedimentos, ocupações mal planejadas e ressacas no Litoral. Essa combinação vem destruindo e comprometendo boa parte da infraestrutura urbana, turística e de lazer de Matinhos.
As obras de recuperação da orla do município compreendem os serviços de engorda da faixa de praia por meio de aterro hidráulico, estruturas marítimas semirrígidas, canais de macrodrenagem, redes de microdrenagem, revitalização urbanística da orla marítima, além da pavimentação e a recuperação de vias.
“Orientações técnicas e cientificas são importantes para que, cada vez mais, possamos aprimorar as ações que queremos desenvolver no Litoral do Paraná. Nossa intenção, com as obras previstas na região, é que o Paraná possa ser um exemplo a ser levado para outros Estados”, afirmou Scroccaro.
No final do ano passado, o Estado recebeu notas técnicas do Movimento Pró-Paraná e do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP) de apoio aos projetos de modernização da orla de Matinhos. O documento sobre o município destaca que “a obra ataca integralmente os problemas de infraestrutura que afligem a população local, tais como as constantes enchentes e redução da área de areia, bem como provê melhorias paisagísticas e aumento significativo da faixa de areia”.
Segundo o texto, o projeto será o alicerce para alavancar o desenvolvimento dos municípios do Litoral. As obras também respondem a um pedido histórico de moradores e comerciantes.
WORKSHOP – O V Workshop de Gerenciamento Costeiro do Paraná contou com painéis sobre a contextualização da temática na agenda da gestão costeira paranaense; intervenções em linha de costa no Brasil: estado da arte, diretrizes oficiais e lições aprendidas; resiliência aos impactos de obras e ações preventivas aos usuários do surfe e da pesca artesanal.
O evento teve apoio da Câmara Técnica de Gerenciamento Costeiro estadual e da Maris empresa Junior de Oceanografia, além da colaboração de diferentes departamentos da UFPR, organismos, pesquisadores, estudantes e da sociedade civil organizada.