O aparecimento de animais mortos em áreas rurais pode gerar medo na população e rumores sobre a presença de onça. Porém, a maioria dos casos de morte dos rebanhos é decorrente de desnutrição, doenças e causas naturais.
De acordo com um estudo publicado pelo ICMBio em 2011 (Guia Prático de Convivência de Predadores e Animais Domésticos), apenas 1% ou 2% das cabeças de gado são perdidas, em média, por ataques de grandes felinos.
O estudo aponta ainda que em situações de abate alguns animais podem ser mortos por cães asselvajados, e não por onças.
Para evitar disseminação de pânico da população, o Instituto Água e Terra (IAT) possui equipe especializada de técnicos ambientais para investigar casos de possíveis ataques a rebanhos e animais domésticos. O IAT é um órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).
“Felinos de médio e grande porte evitam áreas de sítio e cultivos, mas, devido à redução de habitat por causa do desmatamento, queimadas, avanço agrícola e urbano, e também à redução de alimentos, à caça e ao tráfico desses animais, eles se veem forçados a buscar alimentos nas áreas de rebanho”, diz a bióloga Tauane Ribeiro.
Animais de rebanho mais fracos, velhos e doentes devem ser mantidos afastados e protegidos, por serem presas fáceis. É possível instalar cercas elétricas para auxiliar no afugentamento das onças.
É importante que animais não sejam caçados, para manter o equilíbrio ecológico da região. “Quanto mais interferimos no ambiente com caça, corte de remanescentes florestais, introdução de espécies exóticas invasoras, mal uso de agrotóxicos, mais sentiremos os efeitos do desequilíbrio sobre a sociedade humana”, ressalta o biólogo do IAT, Mauro Britto.
A caça, captura ou perseguição de onças são proibidas pela lei federal (9.605/88) de proteção à fauna silvestre, sob penas que vão de prisão domiciliar até multas que podem chegar a R$ 5 mil.
ORIENTAÇÃO – A recomendação é que o proprietário entre em contato com o IAT e forneça maior quantidade de dados possível, como fotos de vários ângulos da carcaça. O material é importante para a identificação e para que os técnicos possam agir conforme o caso.
Caso sejam encontradas nas proximidades fezes e pegadas, a orientação é para que sejam enviadas fotos com objetos de referência ao lado, para verificar o tamanho dos vestígios.
Na suspeita de onça espreitando pela região, a orientação é que, em primeiro lugar, não sejam disseminados rumores antes da confirmação do órgão, a fim de evitar o pânico.
Caso seja confirmada a presença de onça, é importante que as pessoas evitem andar sozinhas, principalmente no período da noite, e evitem deixar crianças desacompanhadas. Luzes acesas do lado fora da residência ajudam a afugentá-las.
Se encontrar uma onça, é importante manter a calma e se afastar lentamente, sem dar as costas e nem se abaixar. Caso ela comece a se aproximar, é possível levantar os braços e fazer barulhos bem altos, para parecer maior e tentar assustá-lo.
Se estiver dentro de um veículo, feche as janelas e espere o animal ir embora sozinho. É importante ressaltar que são raros os casos de ataques de onças.
O registro com vídeos e fotos devem ser repassados ao IAT, junto com a localização do avistamento. Também é possível entrar em contato com o Batalhão da Polícia Ambiental – Força Verde pelo telefone 181.