O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) encaminhou nesta segunda-feira (06) um bugio para o Instituto Conservacionista Anami, em São José dos Pinhais. O local é especializado em proteção e recuperação de grandes primatas. O animal foi levado ao Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs) em maio deste ano pela Secretaria de Saúde do mesmo município com suspeita de febre amarela.
Exames realizados no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) descartaram a doença, mas o bugio apresentava sintomas de desequilíbrio motor, provavelmente provocado por uma pancada na cabeça. Depois de ficar mais 15 dias em reabilitação no Cafs, foi encaminhado ao Anami, que possui mais espaço e cuidados especializados para que a melhora continue progredindo.
“O animal está bem, mas na parte locomotora às vezes apresenta desequilíbrio e ele não consegue ficar no galho”, diz a bióloga e responsável pelo Cafs, Patricia Weckerlin. “Por isso, o bugio não pode ser solto na natureza e precisa de um lugar adaptado para ele”.
A coordenadora de Fauna do IAP, Márcia Tossulino, explica que o criadouro conservacionista e científico Anami tem como objetivo principal a proteção e recuperação de grandes primatas oriundos de maus tratos e tráficos.
“O Anami trabalha para que o animal se restabeleça e, na medida do possível, volte para a natureza. Caso não consiga retornar, o espaço que o instituto possui é muito melhor que qualquer outro que possamos imaginar. Ele representa o ambiente natural desses animais”, destaca Márcia.
INSTITUTO ANAMI - O Instituto Anami é um empreendimento de fauna silvestre criado em 2007 para receber os grandes primatas que foram destinados dos circos por conta de um projeto de lei que proíbe a criação de chipanzés nestes estabelecimentos. Com o aumento da demanda passou a receber outras espécies.
Dos animais que estão no local, 60% são primatas e 40% pássaros de apreensões do IAP e do Ibama. Dentre eles, 25 chipanzés, macacos-prego, macacos-aranha, orangotango, papagaios e araras.
“Quando os animais chegam aqui debilitados, o nosso trabalho é entender a situação física e clínica deles, avaliar a possibilidade de voltarem para a natureza ou se vão viver em cativeiro”, explica a veterinária do Anami, Sandra Haluche Lautert. No caso deste bugio, ele passará por avaliação durante três meses. “Vamos observar o comportamento dele, o estado de saúde e ver a possível integração em outro grupo, aqui ou em outro local que tenha bandos”, acrescenta.