O Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) é uma das cinco unidades hospitalares do Brasil escolhidas para integrar o Projeto Reab pós-Covid-19, do programa Proadi-SUS, do Ministério da Saúde. O projeto tem como objetivo aprimorar os processos de tratamentos nos hospitais para reduzir o período de internação do paciente que utiliza o leito de UTI e possibilitar a alta segura.
A aplicação destas novas práticas e abordagens iniciou em 9 de novembro e segue por seis semanas.
Para participar da fase zero do projeto foram escolhidos cinco entre os mais de 6,5 mil hospitais brasileiros. O CHT, que conta com o Hospital do Trabalhador e o Hospital de Reabilitação, é a única unidade da região Sul do País. Outros participantes são o Hospital Geral de Palmas (HGP), Hospital de Base (DF), Hospital Municipal de Contagem (MG), Hospital Geral de Fortaleza (CE).
No período de seis semanas os técnicos do Sírio Libanês visitam as unidades hospitalares para conhecer a estrutura, os profissionais e os processos, apresentar os protocolos e metodologias e as ferramentas para as equipes.
O diretor-superintendente do CHT, Geci Labres de Souza, afirmou que o projeto é uma forma de reavaliar e aprimorar as práticas. “Integrar o Projeto Reab já é um reconhecimento pelas boas práticas que aplicamos nos leitos do complexo. Estamos sempre buscando melhorias e para todas as equipes este momento é uma ótima maneira de aperfeiçoamento”.
PROJETO – No Complexo Hospitalar do Trabalhador todos os pacientes que estão internados em leitos das alas Covid-19 estão dentro do Projeto Reab. Juntas, as duas unidades contam com 74 leitos de UTI, 12 deles no Trabalhador e 62 no Reabilitação. O médico responsável pelo Hospital de Reabilitação, Ivan Killing Kuhn, que está à frente no projeto Reab no Paraná, explicou que muitas das práticas já eram realizadas, mas agora estão todas alinhadas a um mesmo processo.
“Integramos todas as equipes, incluindo laboratório, em um mesmo fluxo na assistência ao paciente. Identificamos que, em alguns momentos, mudar o paciente de um leito de UTI para a enfermaria pode ocorrer antes do que estávamos praticando. Uma vez o paciente estabilizado, ele já não demanda os recursos e restrições que o ambiente de terapia intensiva necessita, por exemplo”, detalha Kuhn.
No período de internamento em UTI o organismo do paciente é instável e ele precisa de suporte artificial para sobreviver. Anteriormente, ocorriam atividades com fisioterapia e fonoaudiologia de maneira mais espaçada durante o período de terapia intensiva. Com o Reab, estas práticas são intensificadas porque auxiliam na evolução para a melhoria da condição de estabilidade do organismo.
A equipe de profissionais do CHT atua alinhada e comprometida com as práticas propostas a partir do projeto-piloto. “Nossa equipe é muito aberta e recebeu o projeto com entusiasmo. Cada profissional compreende a importância que tem o seu trabalho em relação ao fluxo inteiro e que pode resultar num benefício para o paciente. É isso que sempre buscamos, aprimorar e melhorar a condição clínica e reduzir o período de internamento para que a pessoa possa retornar com segurança à sua casa e à sua família”, disse o diretor Geci.
NA PRÁTICA - A proposta do Projeto Reab é a avaliação e reorganização dos fluxos para possibilitar a alta segura ao paciente. A iniciativa também prevê a doação de diversos equipamentos de reabilitação, como andador de alumínio, exercitador de pernas e braços (minibike), incentivador respiratório, kit de agilidade com cones e marcadores para treinos de equilíbrio e agilidade motora, válvula de fonação, eletro estimulador muscular, entre outros. Esses equipamentos possibilitam a excelência do cuidado ao paciente no âmbito do projeto.
O projeto é executado pelo Hospital Sírio-Libanês no âmbito do Proadi-SUS – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde. Também apoiam a iniciativa o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).