O Governo do Estado recebeu nesta quinta-feira (26) o projeto executivo de uma ponte de 280 metros sobre o Rio Ivaí, entre Santa Cruz de Monte Castelo e Ivaté, no Noroeste do Paraná. O investimento de R$ 300 mil foi viabilizado pela cooperativa Cocamar em parceria com as prefeituras dos dois municípios. O objetivo do projeto é viabilizar a expansão da produção de soja e milho na região, gerando novos empregos e desenvolvimento econômico.
A estrutura de concreto armado terá vão livre de 130 metros e ficará a 30 metros de altura do nível do rio. Ela será construída no distrito de Herculândia, próximo a Santa Esmeralda. A estrutura foi projetada pensando na cota máxima de enchente e no conceito de navegação do Rio Ivaí, possibilitando a criação de uma hidrovia de escoamento de carga no futuro.
Atualmente a conexão entre as duas cidades é feita com uma balsa, a custo de R$ 40 para veículos comuns, e a operação só funciona até as 22 horas. O desvio rodoviário até Umuarama, principal município da região, é de, pelo menos, 60 quilômetros.
“É importante para a região e também tem projeto pronto, o que é um diferencial. É o nosso grande gargalo no Estado. Partimos praticamente do zero e nos últimos anos executamos R$ 180 milhões em projetos, que gerarão obras de mais de R$ 1,7 bilhão”, afirmou Ratinho Junior. “O Paraná está buscando novos financiamentos e um caixa forte para os próximos anos, o que proporcionará executar essas demandas regionais”.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) vai fazer a análise do projeto executivo, estudar os cadernos em relação a dimensionamento e distribuição da estrutura, e os aspectos ambientais e de desapropriação. “A partir dessa revisão teremos condições de lançar o projeto para licitação”, disse Alexandre Fernandes, diretor de Operações do DER-PR.
O projeto se soma à revitalização que está em andamento na PR-218, também viabilizada pelo Governo do Estado. Essa será a principal ligação com a ponte. A previsão é de investimento de mais de R$ 30 milhões e dois anos de obra.
REGIÃO NOROESTE – O antigo Arenito Cauiá vem se desenvolvendo com mais intensidade com o apoio da Cocamar, a quarta maior cooperativa do Paraná, nos últimos quatro anos. Essa transformação passa pelo incremento do cultivo de soja em larga escala onde antes havia café e cana-de-açúcar. Esse movimento é seguido de milho e brachiaria para manter a cobertura permanente do solo, aumentar a produtividade e preservar a água.
A Cocamar, por exemplo, realizou um investimento de R$ 50 milhões em uma unidade de recebimento de grãos em Santa Cruz de Monte Castelo.
“É uma região de solo frágil e que precisa de envolvimento racional para explorar o potencial da agricultura. Já foi um mar de café, de algodão e de pasto. Agora a região se diversifica como principal polo paranaense de laranja e mandioca e amido de mandioca, vê um crescimento da fruticultura, mas ainda tem pastagem com baixo resultado econômico”, explicou o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
Santa Cruz de Monte Castelo produziu 500 mil sacas de soja em 2020 – há quatro anos a produção era ínfima. O reflexo já é visível no movimento do comércio, nos postos de combustíveis e no emprego indireto. O próprio preço dos imóveis dobrou, segundo a prefeitura.
O Estado ainda está trabalhando no incremento de irrigação na região, inclusive financiando equipamentos a juro zero e discutindo, na esfera federal, a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre irrigadores e pivots. Também está na pauta o incentivo ao uso de placas solares na região, conhecida pela temperatura escaldante.
BOIADEIRA – Também há expectativa de aumentar a ligação de Santa Cruz de Monte Castelo e a região de Loanda com a Estrada Boiadeira, entre Porto Camargo e Umuarama. Ela passa por uma revitalização completa e ficará pronta em 2022. São 46 quilômetros de obras, nove viadutos, dois contornos e o fim de uma novela que se estende há algumas décadas. O investimento da Itaipu Binacional, parceira do projeto, é de R$ 223,8 milhões.