O Governo do Paraná quer estabelecer parcerias entre a Copel e grandes empresas para gerar energia a partir de biomassa. O assunto foi debatido durante o Show Rural, em Cascavel, em reunião com o diretor-presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero; o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; empresários, prefeitos e o diretor executivo do programa Oeste Desenvolvimento, Danilo Vendrúsculo.
O entendimento é que esse modelo de exploração da biomassa seria o ideal para atender as regiões Oeste e Sudoeste do Paraná. Essas localidades se transformaram no maior polo de produção de proteína animal do Brasil e podem aproveitar esse potencial para gerar energia limpa e renovável.
No encontro, foi enfatizado que todos os projetos de ampliação das empresas transformadoras de proteína vegetal em proteína animal têm a energia elétrica como um dos principais insumos. A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) entregou um documento com propostas para ampliar a geração e melhorar a rede de distribuição de energia elétrica no Estado.
De acordo com o secretário Norberto Ortigara, o potencial que a região Oeste tem de crescer é de 6% ao ano, só com os projetos das empresas transformadoras nas áreas de suínos, aves, leite e de peixes. “Estamos atrasados no tipo do aproveitamento racional da biomassa”, afirmou.
CRESCEM MAIS - O diretor-presidente da Copel, Daniel Slaviero Pimentel, reconheceu a importância do tema e se comprometeu com um plano de estímulo à produção de biomassa que foi relatado durante o encontro.
Segundo Pimentel, é fato é que as regiões Oeste e Sudoeste do Estado crescem muito mais que a média do Paraná e do Brasil. “É um crescimento em alta tecnologia, com automação e uma energia de qualidade se torna pré-requisito para continuar crescendo”, afirmou.
Pimentel antecipou que, por determinação do governador Carlos Roberto Massa Ratinho Júnior, a Copel vai recuperar esse atraso e fará os investimentos necessários, conforme autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “A Copel não pode se dar ao luxo de perder grandes clientes”, disse.
POTENCIAL - O Paraná dispõe de um potencial de 3.700 Megawatts de potência só com a exploração de biomassa, disse o engenheiro químico da Diretoria de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Gustavo Ortigara. Os projetos de produção de energia elétrica renovável, com a destinação adequada de resíduos podem ser executados a partir de parcerias entre a Copel e as empresas da iniciativa privada, explicou.
Entre as fontes de biomassa prospectadas pela Copel, estão basicamente quatro segmentos: aproveitamento de resíduos do setor sucroenergético e de outras culturas que poderiam proporcionar geração de 1.500 MW; aproveitamento de biomassa florestal (potencial 1.000 MW); aproveitamento de biogás da agropecuária, agroindústria, de aterros sanitários (potencial para gerar mais 1.000 MW); aproveitamento de resíduos sólidos urbanos e industriais têm capacidade de geração de 200 MW de potência.
PRESENÇAS – Participaram da reunião os presidentes da Copacol, Valter Pitol; da Frimesa, Valter Vanzella; da Copagril, Ricardo Chapla; da Cooperativa Lar, Irineo da Costa Rodrigues; da C.Vale, Alfredo Lang: e da Primato, Ilmo Welter, e o diretor executivo da Frimesa, Elias Zydek.