O Governo do Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), promove ações para repovoar rios do Estado com peixes de espécies nativas. A atividade conta com envolvimento da população e inclui, também, educação ambiental. Até o fim deste ano, dez eventos náuticos de pesca do Programa Rio Vivo estão previstos para contribuir com o repovoamento da fauna aquática nas bacias Iguaçu, Paraná, Paranapanema e Ivaí.
A represa de Salto Caxias, no Sudoeste, foi a primeira a receber a ação, durante a 6º Copa Iguaçu, organizada pelo Clube Pato Pescador. Ao todo, 60 embarcações do Paraná e Santa Catarina participaram da competição. Segundo a Sedest, a grande adesão comprova o potencial da pesca esportiva como gerador de receita com o turismo no município de Cruzeiro do Iguaçu, onde fica a represa.
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As principais ações de educação ambiental foram voltadas, especialmente, ao público infantil. As crianças assistiram a uma palestra lúdica sobre a importância da fauna aquática e o plantio de árvores e participaram da soltura de peixes nativos.
O objetivo, segundo o superintendente das Bacias Hidrográficas e Pesca da Sedest, Francisco Martin, é incentivar o ecoturismo como estratégia para alcançar a sustentabilidade. “Tão importante quanto repovoar os rios é envolver a comunidade local com a conscientização da preservação ambiental como um todo. Além da soltura de alevinos ou juvenis, os participantes, em especial as crianças, plantam uma muda de árvore nativa e assistem a uma palestra”, disse.
O Programa Rio Vivo utiliza peixes jovens (alevinos ou juvenis) para o repovoamento de rios do Paraná. Para dar efetividade às ações e envolver a comunidade, o Governo do Estado aproveita grandes eventos realizados por parceiros da pesca e do turismo náutico.
LEGISLAÇÃO – A soltura de peixes nativos nas Bacias Hidrográficas atendem a Resolução Conjunta número 10/2021, da Sedest e o Instituto Água e Terra (IAT), publicada em abril deste ano. O documento define normas para estocagem e repovoamento de peixes. De acordo com a Resolução, todas as ações de soltura e repovoamento de peixes nas bacias hidrográficas do Paraná e seus afluentes devem ter autorização do órgão ambiental estadual.
O objetivo é proteger a fauna silvestre e o ambiente natural contra espécies invasoras. É proibido povoar com espécies exóticas ou invasoras, de origem estrangeira. A introdução de espécies do Brasil, mas não originárias do local especificamente (alóctones), é passível de autorização mediante análise e estudo de impacto ambiental na região.
É considerada exótica a espécie presente em determinada área geográfica, da qual não é originária, tendo sido introduzida pelo homem. Essas espécies são originárias de outros países e a introdução ou dispersão podem ameaçar a diversidade biológica local.
Já alóctones são espécies presentes em um outro ecossistema ou área geográfica, mas originárias do mesmo país, espécie, subespécie de hierarquia inferior, ocorrendo fora de sua área de distribuição natural, porém com capacidade de sobreviver e reproduzir-se.
Segundo o coordenador das Bacias Hidrográficas e Pesca da Sedest, Roald Andretta, a soltura e o repovoamento de peixes são permitidos com espécies nativas e mediante autorização. “Com essa resolução evitamos contaminação com espécies exóticas, zoonoses, consanguinidade, e outros danos possíveis de ocorrer em repeixamentos feitos sem critério”, explicou.
A lista de espécies permitidas para e soltura em rios, mares e estuários no Paraná pode ser consultada AQUI.